Sempre falo que os longas que mais gosto de conferir no mundo todo são os franceses, mas sei que assim como todos os países, eles também entregam alguns filmes sofríveis, e geralmente as dramédias são as que correm mais riscos de acertos e erros, pois é um gênero tão neutro que não faz nem chorar, nem rir suficientemente quando não são bem feitas, ou seja, é um problemão resolver dramédias mornas, e aqui com "Quem Me Ama, Me Segue!", tentaram brincar com o amor entre os velhinhos, traição entre amigos, doenças, filhos rejeitados, e tudo mais que se possa pensar, ou seja, inúmeros temas que poderiam dar certo, mas infelizmente nenhum deles deu, e o filme tem sim alguns atos engraçados, alguns momentos românticos bonitinhos, mas ao tentar dramatizar tudo, o resultado acabou sendo mais frouxo do que interessante de ver, e dessa forma vemos um filme que não ter ritmo (são apenas 90 minutos que pareceram uma novela de semanas!), sem quase nenhuma essência, e que não atinge nada demais. Ou seja, um filme fraco demais que até pode parecer bonitinho num primeiro momento, mas que acaba cansando mais do que divertindo ou emocionando.
A trama nos conta que Simone e Gilbert, um casal de aposentados, vive em uma aldeia no sul da França. Após uma série de acontecimentos, como falta de dinheiro, a mudança do amante de Simone para outro lugar e as reclamações constantes de Gilbert, Simone decide simplesmente sair de casa. Agora, Gilbert está pronto para fazer qualquer coisa para ter sua esposa de volta.
O diretor e roteirista José Alcala trabalhou sua produção quase como uma peça, aonde temos dinâmicas intimistas dos protagonistas, em cima de um texto meio que sem atitudes, e com isso vemos tantos momentos medianos acontecendo, situações jogadas para o público pegar no ar, mas que ficam apenas como deixadas sem fluxo, e com isso o filme não anda para lado algum, parecendo que a protagonista na verdade quer ser livre depois de certa idade, e sem depender de ninguém ir para qualquer lado, mas ao mesmo tempo se mostra perdida de atos enquanto os homens procuram aparecer demais, ou seja, o diretor fez seu filme ficar leve até demais para gostarmos dele, ou se envolver com algo, além claro dos diversos temas, que não passam muito resultado.
Sobre as atuações, podemos dizer que o elenco tentou entregar um algo a mais na história fraca, fazendo muitas caras e bocas, mas sem muitas atitudes para funcionar como poderia, e sendo assim vemos um experientíssimo Daniel Auteuil fazendo um Gilbert velho, ranzinza, e que muda de opiniões demais para que o funcionamento do personagem agradasse, mas ao menos teve bons momentos espalhados. Já Catherine Frot parece realmente aquelas atrizes que são jogadas numa produção como reserva, saem fazendo um pouco de tudo, e ao final já desgastada volta para fechar o filme com os demais, de modo que sua Simone é agitada, está num período exageradamente morno de sua vida, e quer muito mais, mas o filme não lhe entrega esse mais, e assim tanto a atriz, quanto a personagem soam falsas. Bernard Le Coq é tipo um figurante de luxo chamativo para a produção, de modo que seu Etienne acaba sendo o motivo, e também o andamento da trama, não atacando muito, mas também não sendo atacado, e o resultado não vai muito além também. O jovem Solam Dejean-Lacréole até tentou chamar atenção com seu Térence, mas não flui muito, e acaba ficando deixado de lado. Melhor nem falar dos demais, pois a bomba é maior ainda, então vamos considerar eles apenas enfeites de produção.
Visualmente o longa soa até interessante e poderia ter sido melhor usado dentro da produção, de modo que vemos uma vila singela próxima a um lago, depois vemos outra vila próxima ao mar, e sempre tendo locações bem trabalhadas, elementos simbólicos para representar os atos, e atitudes até coerentes para retratar os amigos sendo mostrados seu passado em um telão, mas não aproveitaram tanto isso na trama, o que é falho, de modo que nada vai além, do que vemos rapidamente.
Enfim, é um filme que não vai muito além, que enrosca demais no ritmo passado, mas que não é uma bomba imensa, dando para curtir se não for esperando muita coisa. Claro que a ideia pareceu exageradamente bagunçada, e o propósito do filme foi fraco demais, mas é uma trama que tem atores esforçados, e o resultado até poderia ter ido bem além. Sendo assim, não recomendo ele, mas também não vou dizer que foi a pior coisa que já vi por ter algumas cenas espalhadas divertidinhas. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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