Sabe aquela química imponente que os longas de heróis costumam ter? Que te prende na poltrona e após as reviravoltas você vibra com o que acontece! Pois bem, isso é exatamente o que acaba faltando para que "Bloodshot" funcione com propriedade, pois a ação descomedida funciona, as caras e bocas dos protagonistas estão bem colocadas, o estilo da trama é bom, e até mesmo a computação toda acaba sendo interessante de ver, porém não atinge um ápice bacana ao ponto de torcermos pelo protagonista, não ficamos com raiva dos vilões, e ao final não saímos da sala esperando um próximo filme (apesar de achar que um segundo filme funcionará mais por já conhecermos o personagem!). Ou seja, o resultado final é um longa mediano que até entretém, mas não chega muito longe como deveria acontecer.
O longa nos conta que Ray Garrison é um soldado recentemente morto em combate que foi trazido de volta à vida pela corporação RST como o super-humano Bloodshot. Com um exército nano-tecnológico correndo em suas veias, ele é uma força insuperável – mais forte do que nunca e com poder de cura instantâneo. Mas, ao controlar seu corpo, a corporação também toma controle de sua mente e memórias. Ray não sabe diferenciar o que é real do que não é; mas ele está em uma missão para descobrir a verdade.
O diretor Dave Wilson fez sua estreia na função após trabalhar com efeitos visuais em grandes produções, e isso é bem notável em toda tecnologia que acaba entregando em seu filme, porém faltou segurança para ele entregar algo que pegasse realmente, pois o estilo pedia algo a mais na trama, e talvez um diretor mais imponente entregaria uma trama com atitude e determinação. Claro que por ser baseado em uma HQ, já vamos esperando muito mais dele, e isso pesa um pouco, porém tanto o roteiro quanto a direção peçam pelo mesmo motivo: a falta de uma determinação maior do que a vingança em si, e mais sangue, afinal vemos tiros, pancadarias, socos pra todo lado, mas nem uma gotinha de sangue saindo praticamente, de forma que talvez se isso já fosse colocado ajudaria e muito no resultado final. Ou seja, não digo que o filme que o diretor entregou seja ruim, muito pelo contrário, a dinâmica em si tem uma boa pegada e segura o espectador, porém, falta um pouco de tudo para ser daqueles que vamos lembrar daqui alguns meses.
Sobre as atuações, diria que pegaram os atores certos para as personalidades que precisavam nós personagens, mas esqueceram de trabalhar melhor suas atuações, ou seja, uma falha de todo primeiro filme de um diretor, pois Vin Diesel até faz bons trejeitos com seu Ray, corre, bate, interage, faz mais cara brava, quebra tudo, porém quando precisa dialogar, aí desanima, e num filme de introdução de personagem isso é primordial, e acaba falhando. Eliza González trouxe uma certa latinidade para sua KT, de modo que até torcemos para algum romantismo rolar, mas faltou para ela algo mais imponente, ou melhorar sua história inicial para vermos funcionar o que faz, ou seja, falha também. Guy Pearce é um tremendo ator, e como um doutor sanguinário em busca de conseguir seus objetivos ele até entrega boas cenas com seu Emil, porém falta pra ele aquela vilania tradicional para chamar atenção, algum tipo de loucura, e tudo mais, de modo que não ficamos com tanta raiva dele. Quanto dos demais capangas, Sam Heughhan até faz umas boas cenas de ação com seu robótico Jimmy Dalton, mas falha muito nós atos de conversa, de modo que era melhor que seu personagem fosse mudo. Outro bom destaque ficou a cargo da comicidade entregue por Lamorne Morris com seu Wigans, de modo que poderiam ter utilizado mais ele, mas foi bem nos poucos atos, e se rolar uma sequência certamente será usado. E Toby Kebbell funcionária demais como um vilão cheio de sacadas e trejeitos com seu Martin Axe, mas não foi a escolha, então fazer o que.
No conceito visual, a trama até teve bons atos, cheios de explosões e cores, com tudo voando pelos ares nas brigas, muitos tiros, roupas tecnológicas, e claro muita computação aliada a primorosos efeitos especiais, mas isso só funciona bem quando o roteiro se encaixa, de modo que parece até algo solto demais na trama, aonde tudo acontece lindamente, mas nada envolve, e assim o trabalho do pessoal de CGI apenas foi feito sem nada a mais. Além disso, escolheram boas locações, criaram salas emblemáticas dentro do prédio da corporação, e aliado a toda tecnologia, vemos até a criação de um ambiente ao vivo, o que agrada bastante, mas como disse, solto na trama. A fotografia do longa exagerou em tons escuros (talvez para maquiar erros técnicos!), e ao final o vermelho domina pelos minirobos, mas também sem muito propósito.
Enfim, é um filme mediano pra bom, que até serve para passar um tempo, mas que poderia ter ido muito além mas mãos de um diretor melhor, e da forma que acabou resultando em algo simples demais, apenas recomendo para quem gostar muito do estilo, pois os demais irão se cansar com as diversas faltas de atitudes que a trama falha em passar. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas volto mais tarde com outro texto, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...