É inegável a qualidade técnica e criativa da Pixar, de modo que quando vamos conferir um filme deles já vamos preparados para se emocionar, se encantar, e principalmente babar em tudo o que conseguem criar ao redor de uma trama, de modo que "Dois Irmãos - Uma Jornada Fantástica" faz bem jus ao subtítulo nacional que acabaram criando, pois o que vemos na tela nada mais é do que uma jornada incrível dos irmãos não só em busca de conseguir o restante do corpo do pai, como também se conhecer, e fazer muito mais do que fizeram em toda vida juntos. Ou seja, é daqueles filmes que vamos vendo de forma bem bobinha, se divertindo com o que vai acontecendo, para no final a moral temática vir como uma flechada monstruosa para derrubar todos, pois é envolvente demais, e entrega tudo de uma forma tão deliciosa que esquecemos completamente de tudo e só vamos curtindo, pois é muito bem feito, e certamente devem aproveitar mais desse ambiente todo criado para mais longas, pois a ideia de seres místicos é bem válida e agora é só aproveitar.
O longa nos mostra que em um local onde as coisas fantásticas parecem ficar cada vez mais distantes de tudo, dois irmãos elfos adolescentes embarcam em uma extraordinária jornada para tentar redescobrir a magia do mundo ao seu redor.
Se formos analisar só a sinopse veremos que a ideia em si é bem simples, e o filme consegue transmitir essa simplicidade também no conteúdo, porém tudo é bem mais amplo se olharmos o ambiente dos personagens, suas texturas, todas as cores envolvidas na paleta, todo o ambiente de jogos de RPG, a sagacidade dos personagens, e tudo mais que a Pixar sempre desenvolve, de modo que o diretor e roteirista Dan Scanlon ("Universidade Monstros") soube pegar toda a dinâmica de seu último filme e criar algo mágico envolvendo criaturas místicas, muita magia e claro emoções para vivenciarmos, de modo que confesso que os trailers não tinham me cativado ao longa, e parecia que seria apenas mais uma bela animação do estúdio, mas a cada novo ato da trama lá íamos nos envolvendo, íamos entrando no conceito todo da história, e ao final já lemos as anotações do protagonista com aquele olhar emocionado de tudo o que foi brilhantemente passado, pois essa era a ideia e o resultado funcionou demais, mostrando que o diretor voltou bem após 7 anos desenvolvendo tudo.
Sobre os personagens e suas dublagens, podemos dizer que encontraram trejeitos bem gostosos para as vozes de cada um, e a composição cênica juntamente com o carisma de cada um, inclusive dos coadjuvantes e figurantes de cena deram um tom tão bem colocado na produção que chega a ser difícil esquecer cada um, desde os amigos da escola cheios meio que jogados, passando pelas fadas motoqueiras, indo pela Manticora, tendo o policial padrasto minotauro Colt, até chegarmos realmente nos elfos protagonistas Ian magrelo, mas com um olhar amoroso, cheio de nuances desejáveis, e Barley, mais parrudo, com vontades pelo passado por ser historiador, adora jogos de RPG sobre o passado, e conhece tudo de magia dos livros, e claro a mãe desesperada pela segurança dos filhos indo enfrentar tudo e todos para salvar eles. Ou seja, o filme em si tem muitos detalhes nos personagens, brinca com os elementos mitológicos a todo momento, e que com boas texturas acaba envolvendo ainda mais juntamente com cores fortes bem colocadas.
No conceito visual a trama também é cheia de detalhes, com pedras em formatos diferenciados, objetos cênicos montados para mostrar a evolução da vida, e claro muitos elementos também para brincar com a ideia de magias próprias para cada ato, de forma que vamos incorporando cada uma, aprendendo elas, para ao final estarmos conscientes de todas que o protagonista vai usar em sua grande luta, ou seja, tudo faz muito sentido desde motos correndo, carros, objetos dos carros, e tudo mais para o final. Quanto do 3D, acredito que o exagero de cores fortes (que são bem luxuosas e interessantes) acabou diminuindo um pouco a profundidade cênica, de modo que não vemos quase nada saindo da tela, nenhum ambiente com algo muito ao fundo servindo de camadas, e tudo até tinha como dar certo com os seres místicos voando, os ambientes diferentes e tudo mais, mas não acontece, e dessa forma recomendo o filme em 2D tradicional, pois não vai fazer diferença.
Enfim, não é um longa com muitas canções marcantes também, mas não faz a mínima diferença, pois o emocional do roteiro, junto com os bons personagens suprem qualquer necessidade de envolvimento mais amplo, e assim o resultado flui lindamente, e quem tiver irmãos certamente irá muito além nos pensamentos, pois a mensagem final é perfeita, o filme é bonitinho demais, e tudo acaba agradando bastante. Sendo assim recomendo muito o filme, e encerro aqui a semana nos cinemas, mas volto em breve com mais textos do streaming, então abraços e até logo mais.
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