É engraçado como você vai nas indicações da Netflix imaginando uma coisa e depois se surpreende com o resultado final, que pode ser bem positivo ou completamente estranho de ver, e confesso que ao imaginei algo completamente diferente do longa espanhol "A Casa", pois inicialmente parecia mais como alguém que buscaria a recolocação no mercado depois de idoso através de alguns meios ilegais, mas depois ao conferir passamos a ver muito mais psicopatia e loucura por manter a alta classe social do que toda a situação do trabalho em sim. Claro que isso criou um filme mais intenso, mas que falhou um pouco na movimentação em si, deixando até um ar levemente novelesco, que quase fez tudo desandar, porém souberam dar algo a mais para o protagonista, e ele reverteu o quadro facilmente, fazendo com que o filme terminasse ao menos bem interessante. Diria que existem outros longas do estilo bem melhores, mas a ideia foi bem executada ao menos, e faz valer o tempo conferindo ele.
A sinopse é bem simples e nos conta que um publicitário desempregado começa a perseguir os novos moradores da sua antiga casa com intenções cada vez mais sinistras.
O trabalho dos diretores e roteiristas David Pastor e Àlex Pastor até é bem funcional dentro do que se propõe na sinopse, pois vamos vendo o formato interesseiro do protagonista e como ele desenvolve tudo para conseguir seu fim, usando bem a ideologia maquiavélica de "os fins justificam os meios" para ir trabalhando cada ato excessivo, cada momento de imposição, até termos o fechamento bem encontrado, embora pudesse até ter feito um pouco a mais, mas sairia da proposta. Ou seja, vemos um filme com capacidade simples de chamar a responsabilidade, que funciona bem dentro do que era esperado, mas que certamente poderia ter ido muito além, pois potencial o protagonista tinha para ir além, e a história poderia também ter causado bem mais.
Sobre as atuações, poso dizer que Javier Gutiérrez foi bem centrado no seu personagem, conseguiu fazer com que seu Javier inicialmente parecesse um bom moço, mas ao desencadear de tudo vamos vendo a sua mente se verter completamente, e os olhares do ator também mudam, num acerto bem colocado que agrada, e que só não foi melhor devido tentarem colocar o foco em outro rumo, mas ainda assim voltou rápido para o elo, e acabamos felizes com o resultado final. Mario Casas brincou bastante com a personalidade de seu Tomás, de modo que entregou desde o alcoólatra em tratamento, com olhares dispersos, atitudes calmas e deslocadas, até o ápice da loucura junto com o ciúme, fazendo com que tudo explodisse de uma forma interessante e bem colocada de ver, que agrada e funciona bem. Tanto Bruna Cusí com sua Lara quanto Ruth Díaz com sua Marga acabaram entregando personagens muito soltos de atitudes, e todos seus momentos pareceram estar com expressões confusas e exageradas num estilo teatral meio que fora de elo, e com isso acabaram não se destacando como poderia, mas felizmente não atrapalham também.
No contexto visual, a trama é digamos confusa de estilos, pois mesmo tendo casas e apartamentos luxuosos aparecendo se contrapondo bem com um mais simples, mas não deplorável, o filme se passa também em algumas garagens estranhas e vazias, tem atos exagerados com o lance da pedofilia, trabalha um pouco em algumas agências de marketing sem muitos elos, ou seja, não vemos um filme com uma nuance só funcional, mas sim diversas coisas espalhadas de formas e formatos diferentes, e mesmo os atos extremos de violência ficaram fora de um eixo mais condizente, de forma que poderiam ter melhorado cada detalhe para agradar mais.
Enfim, é um filme razoável pra bom, que tem alguns momentos bem fortes e interessantes, mas com um miolo que quase se perdeu por sair do foco, além claro de alguns personagens desnecessários que acabaram exagerando para aparecer nesse miolo e quase atrapalharam tudo. Ou seja, até vale a conferida, mas precisa relevar muita coisa para não reclamar muito do que é mostrado, e sendo assim, fica a dica como um longa secundário se não tiver outro para ver. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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