Já vimos muitos filmes de suspense com desaparecimento de pessoas, buscas de desaparecidos, sequestros e tudo mais, e geralmente a trama sempre acaba causando comoção pela forma que os familiares ou até mesmo a polícia acaba agindo, mas esse funcionamento se dá principalmente pelo teor mais ficcional que os roteiristas encontram para a trama, mesmo que ela seja embasada em algum acontecimento real, e foi exatamente isso o que faltou para o longa da Netflix, "Lost Girls - Os Crimes de Long Island", que até entregou um ato bonito de ver nas vigílias das famílias de moças mortas, mostrou bem alguns momentos de discussão da mãe com o comandante da polícia, e até criou um ambiente de mistério nas cenas do condomínio, mas acabou faltando com uma pegada policial mais envolvente, e mesmo colocando algumas das cenas reais do caso, o resultado final acabou sendo mais uma homenagem para a mãe que não diminuiu esforços para conseguir provar que estava certa, do que um longa policial de mistério realmente. E assim sendo, o filme até serve de passatempo, mas não comove nem envolve como deveria.
O longa nos conta que diante da passividade da polícia, Mari Gilbert resolve iniciar sua própria investigação para encontrar sua filha desaparecida. Os últimos passos de Shannan levam Mari a uma comunidade fechada em Long Island, e sua busca acaba chamando a atenção para o assassinato de diversas trabalhadoras do sexo.
A documentarista Liz Garbus resolveu entrar para o mundo da ficção mexendo claro que com algo que é de seu conhecimento, que é mostrar acontecimentos, e com isso o filme tem um viés mais clássico de estilo do que algo ousado. Não digo isso seja algo ruim, pois mesmo usando esse formato mais sério no desenvolvimento, ela ousou em algumas cenas com um teor emocional mais colocado, brincou com o fato de alguns acontecimentos serem subjetivos, mas sempre voltava para o lado mais documental da história, e com isso o filme ficou sem uma cadência emocional mais forte, e assim sendo temos basicamente uma retratação de fatos, que é boa, mas bem longe de funcionar como um suspense policial, que acredito que tenha sido a ideia original.
Sobre as atuações, tiveram ao menos coerência de colocar uma grande atriz no papel principal, e Amy Ryan deu conta do recado fazendo com que sua Mari Gilbert soasse imponente, tivesse personalidade, e principalmente entregasse os atos com força, pois qualquer outra atriz menor acabaria deixando o longa com mais cara documental ainda, e assim podemos dizer que foi bem no que fez ao menos. Gabriel Byrne até entregou bons momentos também com seu Richard Dormer, de modo que poderiam até ter explorado mais ele, mas não optaram tanto por isso. As garotas foram bem pouco utilizadas, mas tivemos boas cenas com Thomasin McKenzie com sua Sherre, e Lola Kirke com sua Kim, ambas por mostrar um pouco mais de envolvimento familiar necessário. E quanto aos demais foram pouco aproveitados, tendo um ou outro destaque, mas nada que seja surpreendente de ver.
No quesito visual trabalharam pouco as cenas no meio do mato, e de buscas, focando mais no sofrimento familiar, então vemos cenas em delegacias, em hotéis, na casa da protagonista, tendo um ou outro momento de surpresa pelas andanças no condomínio, e claro nas cenas na casa do médico, detalharam um pouco mais os elementos para funcionar um resultado melhor. Ou seja, a equipe de arte não elaborou muito no processo, e o resultado foi simples demais de ver.
Enfim, é um filme homenagem até que interessante de ver, mas que faltou um pouco mais de determinação para o resultado ir além. Diria que vale ver se não tiver mais nada de interessante, e para conhecer um pouco do que foram esses crimes na época, que até hoje não foi encontrado nenhum culpado. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos.
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