Não sou daqueles que gostam muito de romancinhos leves, mas quando a trama puxa para algo a mais do que o romance, como é o caso do novo filme da Netflix, "Por Lugares Incríveis" acabo me rendendo e gostando até mais do que a proposta acaba entregando. E aqui o longa entra tão bem na temática da depressão, da perda, de sentimentos emocionais que conseguimos vivenciar cada ato de uma maneira gostosa e envolvente, passando bem suas mensagens e agradando dentro de uma trama simples e envolvente, com um carisma bem marcado, locações bonitas e simbólicas, e principalmente mostrando a mensagem de que muitas vezes a pessoa pode estar passando por uma depressão e nem vemos acontecer, mas que só percebemos quando não tem mais volta. Ou seja, é um filme singelo, que funciona bastante dentro do que se propôs, e a principalmente agrada pela totalidade cênica sem forçar exageros ou cenas melosas demais, de forma que vemos o filme e ao final saímos emocionados e ao mesmo tempo felizes com tudo o que vemos.
A sinopse é bem simples para não entregar nada e nos diz que devastada pela perda da irmã, a introvertida Violet Markey recupera a vontade de viver ao conhecer Theodore Finch, um jovem excêntrico e imprevisível. Juntos, eles se apoiam para curar os estigmas emocionais e físicos que adquiriram no passado.
O longa que é baseado no best-seller de Jennifer Niven era um dos longas mais esperados por muitos leitores da trama, pois a história bonita certamente foi representada mentalmente na cabeça de cada um, e certamente também terão aqueles que irão reclamar de faltar isso ou aquilo do livro na tela, mas tirando esses, a maioria certamente se emocionará com tudo o que é passado e verá um filme muito gostoso visualmente, que não tem cenas presas, não enrosca no enredo, e principalmente é muito bem dirigido por Brett Haley, que não quis um filme normalzinho, não fez aqueles romances que você fica melado de tanta doçura, e soube dosar cada elemento da trama para que seu filme funcionasse emocionalmente e agradasse em todos os sentidos, ou seja, ele fez cinema de primeira linha sem precisar ousar muito, e trabalhando sentimentos sem forçar a barra, o que é um tremendo acerto para quem faz romance.
Sobre as atuações, um fato marcante ficou pela boa química entre os protagonistas, pois inicialmente parecia que Elle Fanning faria mais uma vez uma personagem sem muito sal como já vimos ultimamente em várias atuações suas, mas a atriz conseguiu encontrar uma boa dinâmica para sua Violet, encaixando personalidade e caindo bem seus trejeitos tristes para o que o momento pedia, e assim o resultado dela acaba sendo muito bom, e envolve bastante. Da mesma forma Justice Smith trouxe para seu Finch uma dinâmica bem certeira, trabalhando olhares, fazendo seus diálogos funcionar com precisão, e agradando por sacadas bem colocadas dentro do filme, não deixando o personagem simples demais para ser daqueles que vamos esquecer, nem forçando a barra para ficar marcado, de modo que o resultado é perfeito em cada uma de suas atitudes, e acabamos torcendo muito por ele. Quanto aos demais, alguns apareceram mais como a irmã de Finch vivida por Alexandra Shipp bem colocada nos seus devidos momentos, os pais de Violet vividos por Luke Wilson e Kelly O'Hara fazendo um ou outro momento mais imponente, mas sem muito o que chamar atenção, e até os jovens amigos bem colocados como Virginia Gardner com sua Amanda (que certamente no livro tem muito mais importância, e isso é notável), e Lamar Johnson com seu Charlie também bem dinâmico, além de Keegan-Michael Key com seu Embry simples em atos, mas que possivelmente chamaria bem atenção se usassem um pouco mais ele. Ou seja, um elenco marcado que agrada de certa forma e funciona bastante.
Agora sem dúvida alguma um ponto bem forte da trama ficou a cargo do visual do filme, que mostrou que mesmo nos lugares mais simples de uma cidade ou estado é possível ter algo bonito e envolvente para passar uma mensagem, e com locações marcantes, momentos envolventes, e muito simbolismo, que tiveram um luxo visual bem interessante de ver como uma montanha russa caseira, uma árvore de sapatos, um beco pichado com boas mensagens, um lago incrível, e claro os elos chamativos do quarto do protagonista cheio de post-it com grandes mensagens, simples palavras, e tudo muito simbólico que funciona na medida juntamente com cenas incorporadas em uma fotografia riquíssima de cores, tons e sombras, o que mostra um trabalho primoroso e bem feito.
O longa também contou com uma trilha sonora incrível, com canções marcantes mesmo que em rápidos momentos, além da parte orquestrada composta por Keegan Dewitt ser maravilhosa, então vou deixar o link tanto para a orquestrada aqui, e o link das músicas feitas em uma playlist não oficial também.
Enfim, é um filme bem bonito, que envolve e agrada bastante tanto quem leu o livro, quanto quem apenas gosta de um romance gostoso de ver, principalmente por não ser exageradamente meloso. Só não diria que ele é perfeito por talvez funcionar um pouco acelerado em algumas partes, e em outras dar uma leve arrastada, mas como isso é característico do estilo, nem acaba sendo um problema técnico, mas sim de gosto pessoal. Então fica a dica de recomendação para todos. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos.
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