Pense em um filme lento e cansativo... garanto que não chegará nem perto do que foi entregue pelo lançamento da Netflix, "A Última Coisa Que Ele Queria", pois o filme até tem grandes atuações, mas o roteiro é tão fraco de ideias que não conseguimos sequer pensar aonde queriam chegar ao mostrar a vida da jornalista que ficou no meio de um conflito entre os EUA e países da América Central, de modo que vemos o filme indo num fluxo tão lento, tão sem bases fortes, que o resultado desanima mais do que empolga. Claro que temos cenas intensas no miolo, que acaba parecendo que vai engrenar, mas volta a ficar frio, e o fechamento então é de nível mais fraco ainda, ou seja, é daqueles que com certeza amanhã já nem lembraremos de ter visto, e que os atores também desejarão ser esquecidos de ter participado, pois não fluíram como poderiam de forma alguma.
O longa nos mostra que ao visitar o pai doente, uma jornalista de Washington acaba perdendo o controle da própria história e se torna um dos personagens da matéria que está tentando escrever.
Sabemos que a pegada do diretor Dee Rees é daquelas mais lentas pelos filmes que já fez, mas geralmente ele procurou nos anteriores segurar um pouco mais a tensão, criando personalidades intensas através dos personagens principais, o que não ocorreu aqui, pois optaram por deixar tudo nas mãos da protagonista, e sua personagem não é das melhores para agradar, ou seja, ele quis que tudo fosse resolvido pela protagonista, e o longa tinha muito mais para abrir os caminhos com outros personagens, e dessa forma não foi agradável ver a falta de atitudes nas resoluções da trama, e o longa acabou bem enroscado tanto na parte de direção, quanto na trama, não empolgando em momento algum, e muito pelo contrário, a cena mais intensa do filme ocorre algo que é revoltante, pois ver um pobre cachorrinho ser explodido é maldade demais.
Agora nem sempre podemos culpar os diretores por uma trama não funcionar, pois as vezes são colocados atores inexperientes ou grandes nomes sem muita vontade, e foi exatamente o que acabou ocorrendo, pois o elenco é bem estrelado e em momento algum vimos ninguém puxar a responsabilidade para si, ou seja, todos pareceram fazer suas cenas soltas e jogadas. Claro que Anne Hathaway sozinha não poderia fazer muita coisa para que um filme baseado em fatos reais funcionasse, e dessa forma sua Elena até tenta ser imponente em algumas cenas, mas não consegue chamar a atenção, e isso é muito estranho de ver, pois ela sempre teve filmes solos bem fortes, ou seja, podemos dizer que a trama não a empolgou também. Ben Affleck é quase um enfeite cênico, aparecendo em 3 a 4 cenas com seu Morrison, e sempre enigmático de atitudes, ou seja, não diz a que veio, e falha consideravelmente com isso. Willem Dafoe entrega sua tradicional loucura como Dick, e até podemos dizer que seu personagem de uma forma enigmática acaba acertando, mas não vai muito além com isso, pois o filme se volta completamente para sua filha, e com isso ele acaba apagado. Edi Gathegi trouxe uma boa dinâmica com seu Jones, e com isso nas cenas que aparece o filme tem um certo gás para nos manter acordados, ou seja, ele até encaixa bem seus atos e poderia ter sido melhor usado. Quanto aos demais, alguns até apareceram mais vezes em cena, mas nenhum chega a chamar algo para si, e com isso tanto Rosie Perez como uma jornalista imponente, quanto Toby Jones como um empresário que mantém coisas ocultas no país, fizeram muito para o filme.
No conceito visual a trama até teve algumas cenas bem trabalhadas, mostrando o tráfico de armas, a guerra civil pegando fogo, e alguns atos heroicos acontecendo em festas, e em locais mais afastados da civilização, mas nada que você parasse e falasse algo brilhante da produção em si, ou seja, um filme fraco de tudo também, com uma fotografia seca de cores, sem muito brilho, sem nada para contextualizar bem a época, tirando claro os telefones, fax, e tudo mais para se passar a notícia adiante, e assim sendo poderia ser algo mais bem trabalhado.
Enfim, é um filme bem fraco, cansativo, com um ritmo extremamente lento, e que não tenho nem como recomendar ver em qualquer momento, pois se eu que "tenho" de ver os filmes quase dormi e fiquei com extrema vontade de parar e mudar para outro filme, qualquer outra pessoa com muito menos tempo já teria pego o controle e visto qualquer outro, então o que digo é que economizem essas duas horas e vejam qualquer outra coisa, pois certamente será bem melhor. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até lá.
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