Sei que tem uma galera que é completamente contra remakes, mas como costumo dizer, se os roteiristas andam meio sem ideias novas, talvez uma requentada de marmita com novas tecnologias e pegadas funcione, e aqui no novo "O Homem Invisível", só tem o nome e alguém invisível para dizer que é parecido com o que marcou época lá em 1933, pois toda a ideia foi mudada para algo bem mais tecnológico (afinal não tínhamos super micro câmeras no passado como é o caso aqui!), e até que o suspense é bem montado, de modo que acabamos nos envolvendo bem de leve, porém o uso da ideia poderia ter ido mais além, pois focaram bem mais na loucura da jovem, do que na violência, no assédio e tudo mais que poderia acontecer com alguém invisível, ou talvez até algo além como roubos, mas o exagero acabou pegando e não funcionando como deveria. Ou seja, é um filme interessante, que causa uma certa tensão por não conseguirmos ver detalhes, e ficarmos procurando pelo ambiente da mesma forma que a protagonista na caça do seu ex-marido, mas nada que impressione realmente ao ponto de querermos rever, ou até querer uma sequência quem sabe, pois se antes a ideia era colocar os Monstros da Universal dentro de um Dark Universe conectado, aqui como uma obra solta, o filme também focou demais em um lado e ficou solto demais para agradar ao final.
O longa nos conta que presa a um relacionamento violento e controlador com um rico e brilhante cientista, Cecilia Kass escapa na calada da noite e desaparece, para se esconder, com a ajuda de sua irmã, de seu amigo de infância e de sua filha adolescente.
Mas quando o ex abusivo de Cecilia comete suicídio e deixa para ela uma porção generosa de sua vasta fortuna, Cecilia suspeita que sua morte tenha sido uma farsa. À medida que uma série de coincidências sinistras se torna letal, ameaçando a vida de quem ela ama, a sanidade de Cecilia começa a se desfazer quando ela tenta desesperadamente provar que está sendo caçada por alguém que ninguém pode ver.
Sempre é bem interessante ver como alguns diretores/roteiristas do gênero terror acabam se saindo com suspenses de ação, pois eles têm tino para algo mais centrado sempre, e quando pegam um filme tecnológico ou que precise algo a mais geralmente entregam pouco, e até acabam se atrapalhando na essência de tensão. Claro que Leigh Whannel acabou muito mais famoso pelas franquias "Jogos Mortais" e "Sobrenatural", e em ambos ele deu seu tom sombrio com algo mais cheio de sangue, de tensão e tudo mais, porém aqui ele surpreendeu bem pouco, tendo um ou outro momento que desse alguns arrepios, mas principalmente ele conseguiu adequar a ideia tecnológica de um ambiente simulado pela visão através de composições fotográficas, ou seja, indo bem nos rumos que foram descobertos pelos cientistas como criar uma invisibilidade de forma "real" para algo ou alguém, e assim a trama tem ao menos um leve realismo, porém como disse no começo o diretor/roteirista ficou com um pé no meio do caminho e outro em cima do muro com o que iria fazer, pois a história ficou muito amarrada na sacada de vingança, e pouco nas possibilidades que a roupa poderia fazer por ele, de modo que teriam tantos vértices para ele seguir que ao optar pelo exagero total em cima da moça e dos amigos dela, o filme ficou frouxo, e isso é ruim até para a trama. Claro que como um terror/suspense algumas cenas ficaram boas de ver, mas nada que impressionasse a fundo, e assim sendo o longa só vale mesmo pela boa sacada de fechamento, nas três últimas cenas intensas e que abrem o caminho para uma continuação, pois de resto faltou tudo.
Um segundo problema da trama ficou a cargo das atuações, pois ninguém chamou a responsabilidade para fazer atos incríveis, de modo que a protagonista Elisabeth Moss até tem personalidade, fez caras dramáticas cheias de imponência para tentar se defender, mas sua Cecília é exagerada demais, o que não costuma funcionar, e assim, temos alguns momentos que até torcemos para que o homem invisível mate ela logo e parta para outros rumos. Falando no homem do título, acho que alguns atores famosos estão ficando caros demais para algumas produções, e aqui optaram por pegar atores de séries famosas e ver o que dava, de modo que Oliver Jackson-Cohen até tentou nas cenas que apareceu com seu Adrian, mas foi cínico demais, com sorrisos forçados e olhares jogados, e isso é muito bizarro de ver na tela, ou seja, poderia ter ido melhor. Aldis Hodge deu um estilo até que bem colocado para seu policial James, mas exagerou em olhares desconfiados demais, de forma que não vemos uma personalidade chamativa para ele, mas sim um vértice que ficou parecendo que nem ele sabia o que devia fazer em cena, mas ao menos não se atrapalhou tanto quanto a protagonista. Storm Reid deu um bom tom para sua Sidney, mas na cena que leva um belo dum tapa, exagerou tanto em cena que parecia ter sido rebatida por um taco de beisebol em ameaça, fora todo o teatro que virou com ela e seu pai, ou seja, exageradíssimos atos que poderiam ser mais sutis. E dentre os enfeites cênicos bem trabalhados, tivemos tanto Harriet Dyer com sua Emily forçada, quanto Michael Dorman com seu Tom que foi usado apenas para preencher cena, ou seja, eles tentaram aparecer, mas ao serem colocados não conseguiram ir adiante, ou seja, o elenco inteiro foi problemático.
Visualmente o longa foi bem trabalhado, com locações digamos bem imponentes, como uma mansão enorme cheia de tecnologia (que poderia ser muito melhor trabalhada), uma casa simples que vive em obras, com um porão estrategicamente cheio de detalhes, e muitos ambientes prontos para as cenas serem abertas o suficiente para que olhássemos ao redor tentando encontrar o ser invisível, além de um hospital/prisão bem montado, com uma tonelada de carros no estacionamento, e claro muitas cenas com pouca luz para criar a tensão, ou seja, uma boa sacada montada em cima do visual, que não é algo que seja luxuoso ao máximo, mas valeu pelas cenas de sangue que foram bem feitas.
Enfim, é um filme que até causa um certo sufoco em algumas cenas, que foi bem dirigido, mas que a falta de atores melhores, e um trabalho maior de desenvolvimento de tudo, acabou deixando ele um pouco abaixo do que poderia ser, e que mesmo tendo ambientes incríveis acaba arrepiando menos do que deveria. Não digo que seja um filme ruim, mas também passa bem longe de ser daqueles terrores marcantes, de modo que o filme funciona dentro do que se propõe, porém como disse poderia ter ido muito além, pois tinha tudo para isso. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...