Já falei isso essa semana, e volto a falar, pois se antes as comédias alemãs eram cheias de bizarrices e coisas estranhas de ver, agora andaram se aproximando mais do estilo americano, e o resultado tem dado certo, ao menos começam a trabalhar de uma forma comercial mais comum de entender para todos os públicos. Dito isso novamente, o longa da Netflix, "Altos Negócios", se encaixa bem no estilo de filmes de golpes bem feitos, com declarações para jornalistas por um ou outro motivo (que aqui será dito ao final da trama), que brinca com o público a todo momento mostrando as loucuras que muitos fazem por mais e mais dinheiro sem pensar no futuro, ou até mesmo no famoso "fisco", e a ideia intercalada com sim algumas loucuras acaba soando bem divertido e resulta em uma trama sem grandes bagunças no roteiro, mas que fecha de forma inteligente bem dominada para caso queiram fazer uma continuação mais para frente.
O longa nos mostra que Viktor Steiner, Gerry Falkland e Nicole Kleber projetaram um sistema sofisticado para financiar imóveis. Então, o trio encontrou uma maneira de ficar rico em muito pouco tempo. No entanto, há um problema na coisa toda: com sua abordagem, eles estão rompendo os limites da legalidade. E, portanto, não demora muito para Viktor, Gerry e Nicole lutarem contra problemas cada vez maiores - e se aprofundar cada vez mais em um redemoinho de mentiras, fraudes e drogas. Os três mergulham em seu próprio mundo, ameaçando cada vez mais perder o contato com a realidade e logo enfrentam a grande questão que mudará suas vidas para sempre: o que é realmente importante para eles?
O diretor Cüneyt Kaya fez um trabalho bem dinâmico, cheio de vértices para brincar com a ideia toda, e principalmente soube mostrar a velha história de que o dinheiro sobe para a cabeça, e que quando alguém vê uma oportunidade acaba indo nela até a máxima consequência, de forma que acabamos entendendo bem todo o propósito do protagonista (claro que meio exagerado pelo fator de ver o pai sofrer alguns atos no começo da trama!), e assim a trama e o estilo que o diretor escolhe para fazer tudo, com cortes rápidos, cenas esquematizadas de uma maneira coerente, até chega a parecer um pouco a ideia de diversos outros filmes americanos, porém aqui com a pegada alemã de brigas com o fisco. Ou seja, é um filme com muitas similaridades com outros filmes, mas tem sua própria pegada, e felizmente funciona, de modo que em alguns pontos nos vemos até conversando com a tela falando: "ele não vai fazer isso!", e vai e faz, ou seja, ainda mantendo um pouco o estilo do absurdo tão comum nas comédias alemãs mais antigas, mas aqui funcionando para o contexto completo, e isso agrada bastante, mostrando que o diretor tanto se atenta para o novo, quanto se mantém firme para os moldes antigos do país, criando algo moderno no ponto de vista dele.
Sobre as atuações, concordo com a fala de Gerry no filme, pois David Kross tem o perfil charmoso para que todos acreditem nele, e o jovem ator fez seu Viktor bem trabalhado, cheio de dinâmicas, e claro ambicioso e maluco ao máximo, de forma que acabamos rindo e não acreditando no que ele faz, ou seja, trabalhou bem os trejeitos e acertou bastante no que fez, agradando na medida. Frederick Lau trabalhou seu Gerry com virtudes de trambiqueiro nato, mas mais do que isso sabendo até que ponto é hora de fugir da confusão ganhando, e esse é o acerto do personagem, e para isso vemos olhares corretos, trejeitos malucos e muita abstração no que ele faz, ao ponto de acharmos ele maluco, mas um maluco esperto ao menos. Janina Uhse de cara parecia uma simples personagem que não faria muita coisa na trama, mas na sua segunda cena ela botou as cartas na mesa, e deu um show de trambiqueira também, mostrando acertada demais para o personagem, fazendo bons trejeitos, e fazendo com que tudo fluísse com uma beleza visual ao menos no meio da bagunça toda. Quanto aos demais a maioria apenas fez conexões para a trama, tendo até atos bem marcados, mas sendo na maioria apenas figuração, ou seja, melhor falar apenas dos protagonistas.
A equipe de arte brincou bastante com o luxo, trabalhou com cenas bem moldadas nas mansões, mostrou bem o funcionamento de leilões de prédios, colocou em pauta as obras mundo a fora cheias de imigrantes ilegais, e ousou mostrar as festas dos ricos regadas a bebidas caras e muitas drogas, ou seja, usaram muito do que conhecem desse submundo e retrataram bem cores e nuances bem marcadas para funcionar.
Enfim, é um filme bem divertido, que lembra muitos outros filmes de comédia bizarros, com bagunças incontáveis, cagadas de personagens que levam ao erro, e muita loucura, que quem gosta do estilo certamente ficará bem feliz conferindo, mesmo que tenha erros enormes e coisas exageradas que poderiam ser menos forçadas, além claro que as cenas do personagem criança serem completamente desnecessárias. Sendo assim recomendo ele para todos, pois é algo que funciona mesmo apelando em diversos atos. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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