É engraçado como o pessoal sempre gostou de trabalhar com ideias futurísticas, aonde a polícia é controlada por drones e robôs, aonde a população marginalizada vive escondida e brigando, e claro quando colocam também pessoas com poderes que não podem ser revelados, e são renegados por isso. Acho que já vimos pelo menos uns dez ou mais filmes que trabalham com essas temáticas, e a maioria acaba virando franquia com continuações e desdobramentos interessantes em cima dos personagens principais, e claro por isso, muitos roteiristas continuam apostando na temática para ganhar mais dinheiro e seguindo a linha completa. Dito isso, o longa que estreou hoje na Netflix, "Code 8 - Renegados" é bem bacana no sentido da ideia proposta, com um protagonista que podem trabalhar o lado de ser mais bonitinho, e até podem ousar em uma franquia longa, porém aqui não deram nem tanto sentido a descoberta dos poderes, nem brincaram tanto com a possibilidade de levar o filme mais para frente, só usando de efeitos bem colocados, e uma leve ideia do que queriam, e isso não deve empolgar tanto como poderia. Claro que é um filme interessante e traz algo a mais para o estilo, mas certamente poderiam ter ou desenvolvido mais personagens, para que conhecêssemos melhor cada um, suas nuances e atitudes, ou já partido para a pancadaria total, de forma que ficou parecendo apenas que o diretor quis expandir seu curta metragem, e não fazer nada além disso.
O longa nos conta que em um mundo onde pessoas com habilidades "especiais" vivem na pobreza, Connor Reed é um jovem poderoso que está lutando para pagar pelo tratamento médico de sua mãe doente. Para ganhar dinheiro, ele se junta a um mundo criminoso e lucrativo, liderado por Garrett, que trabalha para um traficante de drogas.
O diretor Jeff Chan já trabalhou bastante com curtas para jogos de videogame, e aqui não seria diferente se ousasse usar desse estilo de técnica, porém ele pegou uma história com algo a mais e ao invés de trabalhar o que já sabia (que seria incrível ver algo no estilo de games mesmo!), ele foi querer desenvolver uma dramaticidade maior, colocar pontualidades específicas, e com isso o filme que talvez funcionaria bem em 100 minutos, acabou ficando pequeno demais para mostrar tudo, de forma que a filhinha do policial aparece quase que como um enfeite para mostrar o motivo dele não querer prender o jovem protagonista, os vilões que são julgados por vilões maiores acabam nem apresentando direito quem seria esse cartel maior, os personagens surgem e saem de cena rápido demais, ou seja, ele quis aumentar seu curta-metragem, e se perdeu. Claro que nesse entremeio ele mostrou muitas técnicas, e certamente deverá aparecer mais para frente com algo novo, mas aqui ficou aquele gostinho de que poderia ter ido muito além, embora ainda seja um filme bem trabalhado, e que chama atenção.
Sobre as atuações, Robbie Amell foi bem colocado com seu Connor, de modo que tem personalidade para o papel, tem trejeitos de galã para segurar uma franquia, e foi dinâmico tanto na descoberta da força de seus poderes, quanto nas dinâmicas que o filme pediu, ou seja, dominou a cena e fez bem o que precisava. Stephen Amell entregou um Garrett bem colocado, ambicioso, e que deu dinâmica para a gangue, mas talvez poderia ter ido além em algumas cenas suas, não ficando apenas como elemento secundário da trama. Greg Bryk trabalhou seu traficante Sutcliffe com ares doentes demais, sem quase sair do ambiente, vivendo apenas pela curandeira Nia vivida por Kyla Kane que ao final pareceu ter algo a mais para mostrar, ou seja, faltou mostrar realmente ao que vieram, mas brincaram bem com seus poderes. A mãe do protagonista também trabalhou pouco para envolver, de forma que Kari Matchett apenas mostrou alguns olhares tristes com sua doença e nada mais. Quanto aos outros poderosos, a jovem com mãos de fogo vivida por Laysla de Oliveira pouco falou, pouco mostrou e nada chamou atenção, o mudo forte vivido por Vlad Alexis até foi bem em cena, mas também fez pouco, ou seja, a equipe em si tinha potencial, mas ficou secundária demais. E para fechar, quanto dos policiais, só vale o destaque bem rápido de Sung Kang com seu Park pelas atitudes em si com o protagonista, mas não desenvolveu nada como deveria.
Agora sem dúvida é um filme com um potencial artístico incrível, com muitos efeitos visuais bem feitos, muitos drones, robôs que saltam bem do alto com armas violentas para abater os criminosos, muita ambientação cênica para as ações que o filme desenvolve, e claro muitas armas, tiros, e raios para todos os lados, ou seja, brincaram bem com tudo, criaram um ar de desorganização bonita de se ver, e assim o filme abre possibilidade para crescimento na franquia, mesmo que ao final nada seja muito bem explicado do que irá ocorrer.
Enfim, é um filme interessante com muito potencial, que até serve de abertura para uma franquia, mas para isso teriam de ter desenvolvido melhor os personagens, teriam de ter aberto mais a história, e não ficado em cima apenas de um assalto simples e não muito bem elaborado, mas ainda assim o resultado funciona para quem gosta do estilo, e serve de passatempo ao menos. Não vi ele esperando muito, mas de certa forma entrega algo bacana de acompanhar, e assim dá para recomendar um pouco ele. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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