A comédia mais escrachada, aonde se usam de palavrões, abusos visuais, violência de todos os estilos, e muito mais era usada antigamente em seriados televisivos e funcionava bastante, pois muitos não aguentavam esperar o próximo episódio para rir de tanta besteira reunida, aí mais para frente resolveram usar isso em filmes, e funcionou bastante também, tanto que alguns hoje mesmo veem uma comédia mais clássica aonde era para rirmos da história ao invés dos atos e acabam nem gostando tanto, ou seja, tem gosto para tudo, e ultimamente voltaram a fazer mais filmes escrachados e apelativos, e o resultado tem sido bem agradável ao menos. Digo isso para começar a falar do novo filme da Netflix, "Coffee & Kareem", pois com toda certeza se você não gosta de apelação de barra, personagens gritando para aparecer, bagunça generalizada, tiros e violência visual e falada desnecessária, com certeza irá reclamar do começo ao fim do longa, porém se você gosta do estilo, será um show ao chegar no segundo ato, pois no primeiro deram uma leve amarrada exagerada, e quase derraparam, mas depois que a bagunça começa, não tem hora para terminar, e as últimas cenas, confesso que valem o filme todo.
A sinopse nos conta que o policial James Coffee está aproveitando seu relacionamento com Vanessa Manning, mas seu amado filho de 12 anos, Kareem, planeja sua separação. Na tentativa de assustar o namorado de sua mãe, o menino procura fugitivos criminosos, mas acaba encontrando uma rede secreta de atividades criminosas e coloca um alvo em sua família. Para proteger a mãe, Kareem se une a Coffee rumo à uma perseguição perigosa por Detroit.
Não posso dizer que o estilo do diretor Michael Dowse seja escrachado, pois não vi nenhum de seus outros filmes, mas aqui ele botou literalmente todos os seus personagens para gritar ao máximo, que se alguém assistir o filme em um apartamento com as janelas abertas é capaz que o vizinho acredite que estejam brigando, e a grande sacada foi jogar para o garoto toda a formatação de tiros verbais, aonde o filme flui e tem um estilo mais próprio, pois sabemos que Ed Helms tem um estilo cômico mais contido, e que precisariam colocar alguém para cutucar forte o comediante, e dessa forma o diretor soube trabalhar cada personagem de uma forma mais exagerada que a outra, e claro, deixar para o final o ato mais explosivo possível de um filme policial forçado, de forma que tudo nos prepara para algo mais bobo, porém quando acontece só me vi quase engasgando com tudo, num acerto maluco, mas muito bem feito, que mostrou não só técnica por parte de Dowse, mas sim personalidade para segurar a trama, que é curta, mas precisa de bons momentos.
Sobre as atuações, pode ser um pouco de implicância minha, mas não consigo curtir o estilo de humor de Ed Helms, pois você não ri da cara dele, não ri das piadas dele, e sempre exagerando ainda fica abaixo do que seria interessante ver, ou seja, aqui seu Coffee até tem boas cenas, mas ele só vai funcionar mesmo nas últimas cenas do longa, aonde claro que exagerando sai um pouco da casinha, e diverte ao menos, mas acredito que um ator mais engraçado realmente funcionaria bem mais na trama. Terrence Little Gardenhigh entregou um Kareem exageradíssimo de palavrões, de rimas fortes e de imponência, mostrando atitude e até uns trejeitos bem feitos, de modo que para o estilo funcionou bem, mas para fazer qualquer outro tipo de filme certamente os diretores terão que lapidar ele aos montes. Taraji P. Henson é daquelas mulheres fortes e que botam banca em seus diálogos, e aqui embora fique sumida por quase metade do longa, quando sua Nessa precisou agir, deu show, e poderia certamente ter sido melhor usada para o filme não depender tanto dos demais. Quanto aos demais, tivemos muito, mas coloca muito, exagero nas atuações de Betty Gilpin com sua Wattys e RonReaco Lee com seu Orlando, de modo que até dá para rir de alguns exageros seus, mas é apelação demais em tudo.
Quanto do conceito visual, a trama até tem alguns atos bem montados, em ambientes meio que jogados, mas com bons desenvolvimentos, desde um clube de striptease que vira espaço de tiroteio, uma academia que vira cenário para execução, porta-malas de carros, corridas em rotatórias, até chegarmos num galpão lotado de produtos químicos aonde a guerra realmente ocorre com direito a explosões e tudo mais de todos os estilos, ou seja, um filme que tem uma coloração até que forte, que brinca com o pó da cocaína para fazer fumaça, e que se não tivesse o apelo cômico cairia até que bem no estilo policial investigativo, caso quisessem, mas funcionou ao menos dentro do que foi proposto, tendo bons elementos cênicos sendo usados como arma, e que agrada bem.
Enfim, volto a frisar que o longa é apelação em cima de apelação, que diverte em algumas cenas, e que trabalhou bem a violência a favor do humor, o que é difícil de funcionar, mas aqui acabou sendo bacana. Ou seja, recomendo ele com tantas ressalvas que muitos até irão ver com um pouco de receio, mas tire isso da mente e se divirta, claro, se gostar desse estilo de comédia, pois do contrário nem perca tempo. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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