Pelo trailer do filme "A Grande Luta" da Netflix já era possível imaginar que a trama era bem fraquinha de conteúdo, mas não imaginava que entregariam algo com tão poucas ideias, pois acabou parecendo ser apenas uma forma de divulgar a WWE para a garotada mais jovem, que mesmo colocando o mote familiar, alguns elementos simbólicos para representar a força do coração e da mente, o resultado acaba indo muito para baixo, como se fosse um episódio de alguma série aonde fizeram um especial sobre o tema. Ou seja, é um filme que até serve para passar um tempo, que talvez a garotada que goste de lutas se empolgue por ver um garotinho ganho poderes com uma máscara, mas em momento algum você irá terminar de ver a trama e falar que viu um filme memorável, pois amanhã você irá esquecer dele com certeza.
O longa nos mostra que quando Leo Thompson, de 11 anos, descobre uma máscara mágica de luta livre que lhe confere super força, ele a usa para entrar em uma competição da WWE. Com o apoio de sua avó, Leo fará o que for preciso para alcançar seu sonho de se tornar um Superstar da WWE.
O diretor Jay Karas soube usar bem a formatação em si para criar seu filme, pois certamente muitos assim como eu, verão uma propaganda maior do WWE do que um longa em si, porém ele soube trabalhar as nuances bacanas do garoto, soube trabalhar todo o cenário para as lutas, e claro, valorizar as bagunças cênicas que são as lutas de wrestling, e com isso montar uma trama bem colocada de quase duas horas. Claro que o filme em si não vai passar nenhum momento de emoção forte, não vai fazer você ver grandes perspectivas, mas ele funciona, e nesse sentido o diretor foi bem coeso na montagem e no estilo trabalhado para que o longa tivesse boas dinâmicas, entregasse os famosos clichês de filmes adolescentes (amigos dançando, shows de talentos, avós dando conselhos, pais separados, e tudo mais), e principalmente conseguisse usar as lutas para criar momentos cômicos ao mostrar que alguns monstros ali possuem outros talentos também, ou seja, um episódio divertido pelo menos, que não vai muito além, mas passa o recado. E que quem não ligar para apologias de lutas, e exageros até vai curtir com as crianças.
Quanto das atuações, a trama mostrou que o jovem Seth Carr é um tremendo ator de duas faces, pois conseguiu ser bem diferente com e sem a máscara, de modo que seu Leo/Kid Caos, que claro tem muitos defeitos de expressividade, mas que ao menos o garoto se divertiu bastante e se entregou para a produção ao ponto de funcionar para o que o personagem pedia. Tichina Arnold fez uma avó muito doida com sua Denise, ao ponto de cometer tantos exageros, quanto também ser interessante para a produção, de forma que entre erros e acertos, o resultado fica mais para o lado maluco do que para o ar envolvente. Adam Pally foi o enfeite que precisavam para o papel de pai, de modo que se não tivesse ele na trama, nem faria falta. Quanto das demais crianças, todas foram bem colocadas e divertidas, fazendo o papel de crianças realmente, dançando, brigando na escola, e correndo de bicicleta, de modo que nem vemos muitos destaques expressivos nos momentos dialogados, mas ao menos todos tentaram ser bem no que tinham que fazer, que era divertir sendo elas mesmas. E quanto aos diversos lutadores de WWE na produção, alguns fizeram poses e carões, outros apresentaram as lutas, e até tivemos alguns como juízes e lutadores cenográficos na trama, ou seja, praticamente todos participaram em algo.
Visualmente a trama foi bem colorida e entregou muito do universo do WWE, com roupas coloridas, lutas armadas e bagunçadas, dinâmicas divertidas, e todo o ambiente em si, que junto de algumas cenas na escola, outras na casa do protagonista, uma garagem com um carro bem velho, e um ou outro detalhamento em outro ambiente, mas nada que chamasse atenção até a grande luta realmente toda cheia de luzes, uma gaiola gigante de ferro, e coisas clássicas do estilo de luta. Ou seja, um filme colorido para mostrar as lutas, que mostrou que a equipe de arte pesquisou bem esse mundinho particular que alguns gostam muito e outros apenas riem do resultado, pois é quase como ver as lutas do estilo em pouco tempo.
Enfim, é uma trama que diverte em alguns momentos, exagera em outros, e que como falei no começo mostra um pouco mais do mundo de lutas coreografadas que é o WWE, que entrega algumas mensagens bacanas de família, mas que certamente quem conferir vai passar um tempo bacana na frente da tela da TV, mas ao acabar nem lembrará do que viu, pois o longa é apenas bonitinho por fora, mas sem nada de conteúdo. Ou seja, recomendo ele apenas como um passatempo, mas não como um filme realmente, pois volto a frisar que ele passa bem longe disso. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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