Se tem um gênero que é difícil conseguirem mudar as características marcantes do estilo é o tal de filmes envolvendo competições entre jovens, e se for usado então automobilismo então não tem nem o que discutir, é ver esperando acontecer cada momento claro, como a queda do mocinho fazendo alguma burrada, a briga entre todos da equipe e dos amigos, a reconciliação, a vitória, o arrogante sendo esnobado, o beijo, e tudo mais que daria para escrever quase uma receita de bolo tradicional com o tanto de clichês que iremos ver, mas ao invés de reclamar, é sempre gostoso ver tudo isso acontecer, pois acaba nos remetendo ao estilo clássico das sessões da tarde da nossa infância, e assim sendo vale a conferida do novo longa da Netflix, "Kart Nervoso". E praticamente nem tenho o que falar dele, pois tudo o que vai ocorrer já disse no começo do texto, pois ele possui tudo isso que falei, e ainda não tenta forçar a barra, de modo que flui quase que em ordem cada momento clássico do gênero, de modo que o filme australiano brinca em cena, e desenvolve seus momentos tradicionais, e o passatempo vale a conferida ao menos para quem gosta do estilo, ou até para aqueles que não querem ter de pensar em nada e apenas curtir uma velocidade em cena.
O longa nos conta que aos 15 anos, Jack se muda para uma nova cidade e descobre as corridas de kart. Com o apoio de seus amigos e de um piloto com um passado misterioso, Jack vai ter que aprender a assumir o controle de sua vida para conquistar o grande título.
Em seu primeiro longa Owen Trevor brincou bastante com a câmera e com a edição, fazendo recortes em quadros, trabalhando dinâmicas velozes bem encaixadas, e principalmente sabendo utilizar os pontos chaves para fazer tudo acontecer, de modo que o filme resulta em cenas engraçadas bem colocadas, mas sem surpresa alguma no que ocorre, e isso por incrível que possa parecer é bom, pois nem todo longa precisa ser inovador, cheio de vértices, fazer pensar e tudo mais, afinal tem aqueles que servem para limpar a mente apenas vendo algo comum. E acredito que essa tenha sido a vontade do diretor, pois não vemos erros e falhas por exageros, mas sim um filme limpo, com nuances simples e fáceis, que agrada por isso, porém é claro que sempre esperamos aquele algo a mais em um filme, e aqui não ocorre em momento algum, nem tem como esperar, pois o filme funciona sim, mas é o básico do básico, e como já disse, amanhã nem vamos lembrar mais dele, mesmo tendo sido gostoso ver ele.
As atuações também foram bem básicas, e chega a ser até engraçado ver os jovens em seu primeiro longa se perdendo completamente para onde olhar, o que fazer, que claro com um diretor mais imponente até daria alguns rumos melhores para cada ato, mas felizmente isso não chegou a atrapalhar tanto, de forma que soou até bonitinho ver eles aprendendo juntos cada ato. Dito isso, William Lodder até tentou ser o mais descolado em seus momentos, mas seu Jack não tinha desenvoltura para ser galã, nem dinâmicas suficientes para torcermos tanto para ele, de modo que chega alguns atos que o jovem parece nem se entregar para a câmera, e isso é uma falha gritante, que poderia ser menos forte no conteúdo, mas que ao menos não desandou por o filme também não exigir muito dele. O mesmo dá para dizer de Anastasia Bampos com sua Mandy, que foi até mais dinâmica de trejeitos, mas simples demais para marcar, e Darius Amarfio Jefferson com seu Colin, que ficou até meio que deslocado servindo apenas de ar cômico jogado de lado. Agora quanto dos adultos, a maioria teve pequenas participações e nem chegou a chamar a atenção, valendo claro o destaque para Richard Roxburgh pela essência dada para seu Patrick, e Frances O'Connor que tentou fazer de sua Christie uma mãe emotiva, mas que não chegou muito longe.
Visualmente o longa brincou demais, tivemos boas pistas de corrida, carros bem marcados, figurinos tradicionais de corrida (aliás a trama pelos figurinos aparenta que quiseram mostrar uma época mais antiga na trama, mas como não se fala nada em momento algum de datas, vamos seguir como algo atual, apenas meio retrô), e claro que o ambiente todo foi bem modelado para cada momento da trama, não saindo nada de surpreendente, mas valendo ao menos o funcionamento em si bem colorido e interessante de ver.
Enfim, volto a frisar que o longa é simples e passa bem longe de ser daqueles que vamos lembrar de algum dia ter visto, mas que justamente pela boa pegada dele, pelos clichês tradicionais que todos gostam de ver em uma boa sessão da tarde, é capaz que quando estiver passando você reveja ele, e do nada lembre que um dia já viu o filme. Ou seja, quem não tiver com nada para ver, e tiver com tempo, a trama até diverte um pouquinho e funciona no que se propõe, valendo o tempo gasto. Bem é isso pessoal, fica a dica então, e eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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