Já tinha visto filmes malucos, mas animações não imaginava que iriam fazer algo tão bizarro, mas fizeram, e lançou hoje na Netflix, "Os Irmãos Willoughby", que baseado em um livro bem maluco conseguiram deixar uma trama bem colorida, com vozes imponentes, mas que quem não entrar no clima louco da trama certamente irá odiar cada momento do filme. Ou seja, é daquelas animações que não possuem uma historinha casual, que vai ser tudo bonitinho, mas que se verte ao mundo maluco, com bizarrices, ideias maquiavélicas, e que depois tudo acaba ficando bonzinho para um fechamento mais bonitinho, porém é algo bem doido de ver, que até envolve de certa forma e tem uma boa pegada por mostrar algo muito atual de pais omissos e crianças carentes por qualquer coisa, ou seja, para se pensar. Sendo assim é uma animação que não foi feita para os pequeninos, mas que talvez alguns até curtam pelas maluquices completas, e claro pelo colorido total.
A trama nos mostra que os Irmãos Willoughby, Tim, Jane e seus irmãos gêmeos Barnaby, possuem pais com temperamentos egoístas. Para se livrar deles e formar a família que desejam, eles bolam um plano para enviá-los em uma viagem de férias. Nessa aventura, os irmãos acabam descobrindo o verdadeiro significado da palavra família.
Claro que com as devidas restrições malucas, a trama passa uma boa mensagem familiar, entrega a famosa frase do momento que pais são quem criam e não quem botam no mundo, e claro que ao jogar muito com o abstrato o resultado acaba tendo alguns vértices que vão além, mas isso já tínhamos visto no longa anterior do diretor Kris Pearn ("Tá Chovendo Hamburger 2"), que claro sendo uma produção muito maior acabou ousando mais e trabalhando mais situações do que aqui, porém aqui tendo um livro como base ficaram mais amarrados na criatividade e o resultado embora maluco funciona para quem gosta desse estilo ousado. Não posso ser incoerente que a trama (ao menos legendado, pois talvez tenham amenizado na versão dublada!) tem uma pegada de humor negro em muitos momentos que talvez algumas crianças entendam e outras passem em branco a loucura toda, mas deixaram bem subentendido muitas mensagens subliminares, e sendo assim o resultado é um pouco além do que muitos gostariam de ver na tela, já que não é apenas um filme tão bobinho.
Sobre os personagens é engraçado que o carisma todo vai para o gato narrador dublado por Rick Gervais, que conseguiu dar o tom da trama, botar as nuances em cada momento e ainda tirar onda, inclusive na brincadeira pós-crédito, ou seja, é um personagem de fora da trama, mas que funciona demais. O protagonista Tim tem insegurança demais para chamar a trama para si, de forma que Will Forte até colocou trejeitos bacanas na voz do garoto, e em alguns momentos o personagem até faz algo além, mas poderia ser mais divertido. A jovem Jane que é dublada pela cantora Alessia Cara até brincou mais em cena, teve momentos mais marcantes, e claro cantou a música tema do filme com muita graciosidade, mas poderiam ter dado mais canções para ela que o filme fluiria até mais. Agora os gêmeos Barnaby são o ponto alto do filme com suas invenções, seus trejeitos e diálogos malucos, além claro das jogadas que fazem a todo momento, de modo que se o filme focasse mais neles e no bebê doido que surge o filme iria muito além. Terry Crews e Maya Rudolph brincaram bastante com seus Melanoff e Babá, sendo os personagens que puxam a trama mais para o lado familiar, e os acertos dos personagens são bonitinhos para dar um carisma maior no filme, ou seja, são aqueles que não deixaram a loucura explodir. Enquanto os pais são personagens completamente fora de eixo, que estragam o filme, mas a proposta era essa, e até os aliens esquisitos do comando de proteção aos órfãos ficaram estranhos de ver, então não funcionou muito.
Visualmente a trama tem um colorido bem bacana, usa diversas técnicas misturadas, usando stop-motion em alguns momentos, em outros computação gráfica tridimensional, e tem até alguns momentos que remetem ao tradicional desenho de mão, o que deu um tom bacana tanto de técnica quanto de texturas, usando muita modelagem e brincando bastante com elementos como invenções, doces, e toda uma loucura mais cheia de detalhes, de modo que o filme acaba tendo algo a mais para passar, mas nada que seja um absurdo de ver, e sim elementos chamativos para funcionar cada ato, com muita ambientação e símbolos claro.
Enfim, é um filme bacana, que muitos vão amar e outros vão odiar, com uma canção tema bonitinha, mas que não vai muito além de passar a mensagem de união familiar e sonhos, e que funciona dentro do que foi proposto. Claro que acredito que o imaginário em cima do livro tenha sido bem fantasioso, pois como é uma originalmente uma história para crianças, aqui jogaram um tom acima, e assim sendo alguns pais vão se sentir meio receosos com os filhos vendo, enquanto outros vão curtir de boa, e sendo assim fica a recomendação com ressalvas. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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