Costumo dizer que um filme deve ter pelo menos um motivo para seja considerado um filme, que ele tenha alguma lógica de um começo, que o miolo ocorra devido aquele começo, e que se encerre o que começou, e que independente da ordem que ocorra tudo isso, faça sentido para quem está conferindo entenda ou ao menos tente entender, pois é impossível ser algo jogado que começa do nada, ficam brigando por aquele nada, se matam todos por algo que não precisaria, e pronto fim. Ou seja, só nessa abertura do texto praticamente disse para vocês tudo o que ocorre na nova produção da Netflix, "A Terra e o Sangue", aonde talvez até alguém enxergue algo além que eu não vi, talvez que o protagonista já foi inimigo dos traficantes, ou que ele queira defender algo a mais, pois era muito mais fácil ele devolver a bolsa e pronto, caso resolvido, mas não ele arruma uma espingarda, sai atirando para todo lado, matando os vilões das formas mais bizarras possíveis, a menina surda e muda correndo junto com um inútil que quis esconder a droga no serviço, ou seja, uma bagunça sem precedentes que não tem motivo algum para ser um filme. E sim, enchi o primeiro parágrafo de spoilers, pois é algo que não recomendo nem para meu pior inimigo, quanto mais para quem lê meus textos, ou seja, fuja desse filme, mas ainda tentarei falar algo a mais daqui pra baixo.
O longa nos conta que Saïd é o dono de uma serraria perdida no fundo de uma floresta que ele decidiu vender. Mas isso sem contar com um de seus aprendizes que, encurralado por seu irmão, não tem escolha a não ser esconder uma grande quantidade de cocaína lá.
Quando chega a quadrilha de quem a droga foi roubada, Saïd entende que ele está lidando com homens implacáveis e determinados. E se eles têm a vantagem dos números, ele conhece o lugar como ninguém. Indo e voltando para proteger sua filha Sarah, Said transforma a serraria em um verdadeiro acampamento entrincheirado. À medida que os cadáveres se acumulam, a sede de vingança está no auge ...
Chega a ser até difícil de pensar no que escrever de algo desse estilo, pois o filme sai completamente de eixo ao não seguir as linhas normais, parecendo claramente que o diretor e roteirista Julien Leclercq imaginou algo que seria muito subjetivo para o público, e saiu fazendo, ou então numa loucura maior eliminou algo na montagem que desandou completamente o filme, pois sim, o protagonista bate uma das barras de cocaína e a quebra, mas ele não faz isso com tudo, ou seja, ao ver que a merda iria acontecer bastava devolver o restante, entregar o empregado burro e pronto, mas não, ele vai, tranca o moleque, pega a espingarda e vai passear na cidade, depois volta e fica correndo tentando matar os caras que nem ligação com ele tinha, ou se tinha não ficamos sabendo. Ou seja, uma bagunça sem tamanho que quem gosta de longas violentos até pode se divertir com as mortes, mas garanto que tem filmes mais violentos com pelo menos alguma história para conferir que é anos-luz melhor que esse.
Continuando a ideia, os trejeitos de todos são aflitivos e desesperados, completamente sem nexo algum com o momento, tendo o protagonista Sami Bouajila olhares meio confusos e desconfiados para seu Saïd, mas sem chamar atenção, apenas sendo um bom estrategista para tentar sobreviver no conflito armado, ou seja, fez bem seus atos, mas sem nexo algum. Também tivemos a jovem Sofia Lesaffre fazendo uma Sarah desesperada sem saber o que está acontecendo e fugindo sem parar com um jovem no meio de um tiroteio, mas suas expressões ao menos foram certeiras. O jovem Samy Seghir é daqueles que também não sabia o tipo de expressão que deveria fazer, e isso mostrou que o diretor também estava perdido ao passar para eles o que fazer, de forma que seu Yanis só correu desesperado também. Dos traficantes é melhor nem falar, pois além de loucos faziam todos as mesmas nuances de caras do tipo vou ser esperto e ir por aqui, agora por ali, ou seja, risível!
Logo de cara que os traficantes chegam e veem uma serraria cheia de madeira e não acham suas coisas, a lógica maior é tacar fogo, e ficam embaçando, tentando fazer tocaia, andando e andando, ou seja, a equipe de arte até moldou tudo bem feito, mas certamente ficaram com dó de queimar rápido demais, mas visualmente nem muito organizado foi tudo, e isso mostrou uma preguiça, pois arrumaram uma serraria, uma floresta, e uma casa para o final que nem foi tanto explorada, ou seja, fraco demais, além das cenas no começo com um assalto bizarro que nem foi utilizado direito, uma consulta médica que diz logo que o cara tá morrendo, e uma ida num teatro completamente inútil, ou seja, leram o roteiro e fizeram sem se perguntar o porquê
Enfim, é daqueles que se aparecem na seleção por alguma razão do algoritmo da Netflix tirar logo colocando vários outros para nem correr o risco de dar play, pois não tem nada que se aproveite sem ser as mortes violentas, que aí sim foi um belíssimo trabalho da equipe de maquiagem junto com a computação gráfica, pois é notável alguns efeitos em cima, mas de resto é lastimável o tempo perdido vendo o longa (pelo menos é bem curto!). Sendo assim fica minha total não recomendação para o longa, e vou torcer para amanhã conseguir ver algo melhor (o que vai ser bem fácil!), então abraços e até logo mais.
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