Netflix - 18 Presentes (18 Regali) (18 Presents)

5/09/2020 02:53:00 AM |


Sempre digo que se um filme tem um bom produtor e/ou um bom distribuidor, ele sabe a data certa para lançar o estilo do seu filme nos cinemas, ou no caso aqui, nas plataformas digitais, pois tem longas que mesmo bonitos na essência, se acertam no momento do lançamento acaba virando sucesso. E certamente o sucesso da semana das mães na Netflix vai ficar a cargo do longa italiano, "18 Presentes", que tem uma trama bem bonita, com pegada simples, mas efetiva para emocionar e passar sua mensagem de valorizar o que deixaram para você na sua história, e que usando de muito traquejo que já vimos em outros filmes do estilo consegue cativar de uma maneira gostosa e fácil de acompanhar. Ou seja, é daqueles filmes que certamente lembraremos pela mensagem, pelas boas atuações, e que mesmo não sendo nenhuma grande obra de arte, ainda recomendaremos quando alguém pedir um filme bonito para ver.

A sinopse nos conta que Elisa tem apenas quarenta anos quando uma doença incurável a tira do marido e da filha deles. Antes que seu coração pare, Elisa encontra uma maneira de ficar perto dela: um presente para todos os aniversários até a idade adulta, 18 presentes para tentar acompanhar o crescimento de seu filho ano após ano.

Se tem uma coisa que fiquei bem triste foi quando parou de vir o Festival Pirelli de Cinema Italiano para o interior, pois da mesma forma que vinham bombas imensas, vinham filmes belíssimos, pois o cinema italiano não tem meio termo, eles jogam tudo com tanta paixão, com tanta loucura, que ou fica lindo ou você quer sair correndo de tanta raiva, e aqui o diretor e roteirista Francesco Amado se inspirou numa história real, que ao final mostra a homenageada, e ele soube colocar muito envolvimento em cada parte de sua trama, ao ponto de até notarmos de cara o que aconteceu, mas não ao ponto do cruzamento ficar interessante, e assim o filme surpreende aos poucos da mesma forma que acerta por não querer exagerar na trama para emocionar. Ou seja, é um filme que quem for mãe talvez até se emocione mais, mas o diretor não forçou a barra para que o público lavasse a sala de casa, ele apenas soube dosar cada momento de maneira leve, ao ponto de irmos conectando com tudo, e chegar ao final acreditando na mensagem de valorizar os momentos, pois mesmo sendo pensados lá atrás sem qualquer conhecimento, o mundo pode ter preparado algo a mais ali para você.

Sobre as atuações, confesso que ao ver o começo bem promissor de Vittoria Puccini, fiquei triste pensando nossa vai morrer logo e não iremos ver sua desventura de uma forma melhor, mas ao trabalhar toda a trama para conhecermos mais sua Elisa, ver seus atos, sua forma de pessoa, e tudo mais como foram suas escolhas de presentes, acabamos vendo uma atriz tão boa, que queremos ver mais dela, e assim seu resultado foi bem encaixado e correto em cada momento. A jovem belíssima Benedetta Porcaroli também fez uma Anna imponente, cheia de marra, com personalidade forte e marcando seus atos com estilo, ao ponto de pensarmos, nossa até onde ela vai dessa forma, mas seu segundo ato é tão gostoso e cheio de bons momentos, que a virada poderia até ocorrer um pouco antes para tudo se encaixar melhor, mas a atriz tem potencial, e certamente veremos mais dela futuramente. Edoardo Leo trabalhou seu Alessio com um tom abaixo nos atos que fez o personagem já velho, ao ponto de que poderia ser mais chamativo, e nos atos jovem entregou alguém meio sem noção demais, mas que ao somar seus dois momentos, acabamos vendo alguém que sofreu muito com a perda, e precisou se reencontrar, e seu momento no balanço foi bem fluído ao ponto de entendermos um pouco mais disso, e ver que o ator analisou bem o personagem para ter essa liga toda. Quanto aos demais, a maioria fez apenas ligações de personagens, tendo um ou outro ato mais chamativo, mas nada que fosse imponente de se lembrar, claro tendo um leve destaque para Sara Lazzaro com sua fogosa Carla, que num primeiro momento até passa despercebida, mas depois entendemos um pouco mais da personagem, e sua importância.

O visual do longa não entrega nada que você se deslumbre, que tenha cenografias montadas para cada ato, pois foram bem coesos na escolha de um bairro bonito de casas bem parecidas para dar uma formatação nas cenas aéreas e de movimento, tendo claro um luxo de uma cena num muro que dá para a cidade inteira, e alguns atos com elementos cênicos marcantes para envolver e chamar como livros, camisetas, cadernos de anotações, receitas, além de marcas pessoais, e muitos pequenos detalhes para que cada momento fosse representativo, além claro das cenas no hospital, na ala de reuniões de pacientes, e até um bar temático escolhido para se desenvolver rapidamente a cena inicial, ou seja, a equipe de arte teve de trabalhar com cada pinguinho do roteiro para simbolizar tudo, e dar as nuances que o diretor necessitava, e o acerto foi bem bacana de ver.

Enfim, é um filme simples e bonito de ver, que passa sua mensagem, que funciona bem na data, e que quem gosta do estilo acabará se envolvendo com o que é mostrado durante as quase duas horas que passa voando pela boa dinâmica da trama. Claro que possui defeitos, possui clichês do estilo, mas de certa forma o resultado agrada mais do que erra, e assim sendo vale a conferida. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

2 comentários:

Mayara disse...

Já tinha visto Baby e Il Processo... e ver as duas como mãe e filha em 18 Presents foi quase como um crossover (a jovem rebelde e a mãe que mais uma vez não acompanha o crescimento de sua filha), hehe. Bem sensível!

Fernando Coelho disse...

Que bacana Mayara... crossover italiano... como não conheço nada de séries, ainda mais italianas, vou confiar na sua opinião!!! Abraços!

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