Netflix - A Missy Errada (The Wrong Missy)

5/13/2020 01:02:00 AM |


A sugestão de hoje da Netflix foi uma comédia, então como gosto do estilo resolvi dar play nela, mas ao ver a logo da produtora já saquei a proveniência, afinal por ver muitos filmes, a maioria das empresas já sabemos de cor os estilos de filmes que fazem, e a Happy Madison é uma marca clássica de todos os filmes de Adam Sandler, ou seja, já vimos muito a vinheta, então o medo já bateu na porta, pois ou viria uma bomba imensa, ou iria rir feito um maluco com "A Missy Errada", e aconteceu exatamente o que previa, um filme até que bem feito, mas no estilo clássico de filmes de absurdo, aonde tudo é exagerado, pessoas gritando, muita baixaria, e que até diverte em alguns momentos, porém quem não gosta de filmes que forcem a barra, certamente irão reclamar completamente de tudo. Ou seja, não temos Sandler e sua turma como protagonistas, mas fizeram praticamente as mesmas coisas sem ele, e o resultado funcionará para quem gosta.

Após trocar várias mensagens com a mulher dos seus sonhos, Tim Morris decide arriscar e convida a jovem para um evento corporativo em uma ilha paradisíaca. Mas quando encontra no aeroporto a mulher com quem teve um desastroso encontro às cegas, Tim descobre que estava escrevendo para A Missy Errada!

O diretor Tyler Spindel fez seu filme com um teor marcado de comédias exageradas e abusivas, isso não temos nem o que discutir, porém ele soube dosar alguns momentos em pontos óbvios para que o filme divertisse, e assim ao menos mesmo quem não curte muito o estilo acaba rindo em alguns pontos da trama pelas sacadas bem colocadas, mas em outros pontos você fala como tal absurdo pode estar aqui (a cena que a moça cai do penhasco é ridícula, e nem em desenho animado sairia sem nenhum arranhão!), fora todos os atos tendenciosos que puxam a trama para escatologias e bizarrices, ou seja, o diretor até mostra seu estilo com uma produção orientada, mas força a barra, e como disse no começo, isso é da essência da produtora, ou seja, a trama tem uma ideia até que simples e comum de vermos em filmes de comédia, a do engano acabar dando certo por alguma coisa que ocorra no miolo, mas não precisariam ter exagerado tanto para fazer funcionar, além do que já vimos tantas vezes a forma de virada que já ficamos até esperando o momento exato, e assim sendo o filme acaba soando bem mediano.

Sobre as atuações, David Spade tem o tom centrado que o personagem Tim pedia, e ele fez trejeitos clássicos de não estar acreditando no que ocorria, foi coerente nas atitudes suas, mas também apelou para o desnecessário em alguns momentos (vide também seu tombo de ponta cabeça), mas tirando um ou outro detalhe ao menos fluiu com o que tinha de fazer. Já Lauren Lapkus foi exagerada do começo ao fim, tendo apenas uma ou duas cenas centradas que até nem parecem a mesma Missy, mas claro que isso era algo obrigatório da personagem do filme, e sendo assim ela apenas fez seu trabalho, porém ela conseguiu ir bem além nas loucuras, e chego a achar que nem ela mais estava acreditando no que colocavam para fazer. O mais engraçado de se pensar (e não de ver!) é a quantidade de coadjuvantes fazendo besteiras em cena, de modo que Nick Swardson fez o tradicional chefe de RH que fuça nas mensagens e em tudo dos funcionários da empresa com seu Nate (já vivenciei isso e sei que muitos fazem o mesmo!), Jackie Sandler fez sua Jess toda cheia de rancor, como a tradicional concorrente ao cargo de chefia que faz de tudo para conseguir seu objetivo, Geoff Pierson entregou o chefe bobo e que serve apenas para fazer os momentos de encaixe na trama fluírem com seu Jack, além de diversos outros como o baba-ovo da empresa, o estagiário que fica só buscando café, e claro que como todo filme de Adam Sandler, mesmo sem ele estar presente, tivemos Rob Schneider como um personagem bobo que não serve para nada com seu Komante, ou seja, uma bagunça completa.

No conceito visual, a trama até arrumou um hotel bem bacana, com quartos chiques e tudo mais, várias atividades na praia, no hall de confraternizações e até no salão de apresentações, aonde vimos duas apresentações bem bizarras dos protagonistas, uma de sombras que teve uma funcionalidade interessante embora contasse com atos sem noção, e outra de uma paródia musical de nível péssimo, ou seja, a equipe de arte precisou preparar de tudo um pouco, desde situações estranhas, até festas infantis, ou seja, sofreram bastante.

Enfim, é um filme que volto a frisar, feito para quem gosta de longas bizarros exagerados, que pode até ser que quem não se enquadre nesse grupo ria em alguns momentos, mas que de forma geral vai se perguntar o motivo de estar vendo aquilo ocorrer na tela, ou seja, é melhor deixar somente para quem realmente gosta do estilo. Sendo assim, fica minha recomendação para o filme, que é de mediano para baixo, mas que funciona no que se propôs a entregar. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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