Netflix - Asfalto de Sangue (Burn Out)

6/27/2020 11:45:00 PM |


Como essa semana teve poucas estreias de filmes, para dar espaço para as sereis do momento, resolvi ver alguns longas que estavam na minha lista da Netflix, e caí no francês "Asfalto de Sangue" que até tem uma boa premissa, algumas atuações bem fortes, e que mostra bem como é a loucura das drogas, mas ficou parecendo faltar algo para a trama decolar, não indo a fundo nem no caso das drogas, nem na vida de piloto profissional, nem nada, tudo no meio termo, e assim sendo não empolga como deveria, nem causa envolvimento do público para com as cenas de ação. Ou seja, é daqueles filmes que vemos ele inteiro e no final ficamos nos perguntando o que eles desejavam realmente mostrar. Não digo que seja uma bomba imensa, pois as cenas de corrida do jovem com a moto entre duas cidades são bem bacana, as fugas em diversos atos pareceram bem reais, mas faltou uma história a mais para funcionar melhor, e assim sendo o resultado não tem agrada.

A sinopse nos conta que Tony é um piloto de superbike promissor. Ele dedicou toda a sua vida à sua paixão e seu sonho finalmente está se tornando realidade: se tornar parte de uma equipe profissional de alto nível. Mas tudo se desenrola no dia em que sua ex-namorada contrai uma dívida com um mafioso perigoso de seu projeto habitacional. Para salvar a mãe de seu filho em perigo, Tony não tem outra escolha senão usar seu talento para fazer corridas com drogas perigosas em sua moto para o bandido.

O diretor e roteirista Yann Gozlan tentou criar algo mais aberto do mundo das drogas e das corridas, mas ficou muito em cima do muro, não atacando nem para um lado nem para o outro, dando até boas nuances com o protagonista pirando por ter de estar em três trabalhos que exigiam muito dele, mas sempre ficando com pouco envolvimento e poucas dinâmicas, inclusive no romance do protagonista como algo fraco demais de ver. Ou seja, o diretor quis criar um ambiente envolvendo máfias, envolvendo corridas e ainda trabalhando envolvimento sentimental, mas não conseguiu nenhum deles, trabalhando com um filme corrido, com situações espalhadas, e poucas dinâmicas realmente que surpreendesse, de forma que vemos o filme inteiro, acabamos e ainda ficamos pensando aonde queriam chegar com a trama, mas como disse não é ruim o que ele fez, pois as cenas de ação foram bem dirigidas, certamente os dublês foram bem ousados nos movimentos com as motos e câmeras, e o resultado visual chama a atenção ao menos, mas faltou um pouco mais de roteiro e diálogos para que tudo funcionasse realmente.

Sobre as atuações, François Civil tem estilo, já falei isso nos diversos filmes dele que vi, mas aqui o jovem pareceu não chamar a responsabilidade para seu Tony, ao ponto que já começa errado quando lhe apresentam na metade do filme como sendo português (?!?) sem necessidade nenhuma, a não ser um parabéns pra você no final do longa, depois o rapaz fez somente trejeitos cansados com razão, mas nada que impressionasse, e por fim faltou com a emoção, ou seja, apenas fez o papel. Olivier Rabourdin até entregou um Miguel convincente, mas seu papel só aparecia rapidamente, então nem foi muito além do que era comum ver, mas não decepcionou ao menos. Samuel Jouy trouxe um Jordan cheio de imponência, com cara de mau, cheio de trejeitos, mas da mesma forma que Rabourdin, não teve quase diálogos, então ficou bem em segundo plano. Manon Azem trabalhou sua Leyla para enfeite praticamente, aparecendo apenas nas cenas, fazendo caras tristes, dando alguns beijos no protagonista, e nada além disso. E para finalizar sabíamos de cara que Narcisse Mame serviria para algo mais no fim com seu Moussa, e até que o jovem trabalhou alguns trejeitos, fez algumas dinâmicas, mas foi usado apenas como algo jogado, e assim sendo não empolgou. Ou seja, um elenco que ficou fraco de textos, que só se manteve preso pelas dinâmicas do protagonista, e assim sendo não conseguiram levantar o filme.

No quesito cênico, o longa contou com motos potentes, boas cenas de corridas, fugas em pista rápida, galpões abandonados, comunidades recheadas de criminosos, e poucos elementos cênicos, mas tudo foi bem montadinho ao menos para passar a sensação que o filme tinha, porém não foram muito além, então ficou só algo para exibir mesmo.

Enfim, é um filme de mediano para fraco, que tem uma dinâmica funcional, mas que falhou tanto na ideia, quanto no roteiro, não envolvendo nem tendo muitos diálogos para que a história ao menos fluísse, ou seja, quem gosta de corridas de motos até pode passar um tempo, mas no final irão desanimar com todo o resultado, e sendo assim, não recomendo o longa. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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