O cinema francês é muito conhecido pelos ótimos dramas e comédias dramáticas que sempre são bem feitos, porém ultimamente tem surgido alguns longas que tentam mostrar que eles acertam em outros gêneros também, sendo que muitos dos filmes tem claro puxado ideias de filmes americanos, e eis que agora podemos dizer que eles possuem sua própria versão de "Velozes e Furiosos", porém indo por outro caminho que não carrões de luxo, mas sim uma mecânica turbinada para os carros da polícia com o longa da Netflix, "Bala Perdida". Chega a ser bem interessante as semelhanças com o irmão americano, mas aqui trabalharam um pouco mais os diálogos, e puxaram a trama para algo mais direto de essência, afinal o orçamento não é milionário como a versão americana para sair destruindo carros a rodo (apesar que aqui tivemos um momento bem forte nesse quesito também!). Ou seja, para os amantes deu um bom longa policial, cheio de boas dinâmicas, com uma história envolvente, e personagens com um bom carisma certamente encontrarão um refúgio nessa obra, ainda mais com as semelhanças com o original, e principalmente, sem enrolação, afinal são apenas 92 minutos de duração, e isso é algo que agrada mais que tudo.
A sinopse nos conta que um mecânico é injustamente acusado de um homicídio e a única prova de sua inocência é a bala do crime, que está presa em um carro desaparecido.
Em seu primeiro filme, Guillaume Pierret foi direto no que desejava, e isso já mostra um acerto, pois como costumo falar, geralmente em estreias os diretores costumam enfeitar sua trama, colocar detalhes, reviravoltas, uma tonelada de diálogos, e tudo mais que for possível, e aqui ele optou por algo mais coeso, direto no ponto de mostrar a inocência do protagonista, e com isso o filme ficou gostoso de conferir, rápido e sem grandes falhas, o que acaba funcionando tanto para quem gosta de longas de ação, quanto para aqueles que querem apenas uma boa experiência com um filme, e aqui tem as duas coisas. Claro que é um filme básico também, não tendo grandes ousadias, nem pontos de marcação que chamem atenção, porém é tão bem feitinho, tão imponente de personalidade que o resultado agrada bastante, e certamente fará com que o filme faça sucesso, e consequentemente ganhe uma continuação, afinal, deixaram o final aberto para essa possibilidade, basta imaginar algo bom que não soe forçado.
Assim como a trama é básica, os atores também não se impuseram para chamar muita atenção, mas claro que todos brigaram bastante e fizeram cenas de ação bem imponentes, e como o longa pedia isso, o diretor não foi bobo e economizou logo de cara colocando um dublê como protagonista, e Alban Lenoir, que iniciou lá trás como dublê de grandes estrelas, hoje já mostra dinâmicas suficientes para convencer tanto dialogando, quanto brigando corpo a corpo com diversos personagens, de forma que seu Lino tem estilo, tem pegada, e consegue segurar a barra da trama nos atos que lhe foi pedido isso, e o acerto de não precisar ficar mudando atores/dublês em cena deu ganho para a trama ficar mais com a cara de algo real, com o ator se machucando e sujando muito com tudo, ou seja, foi bem no que fez. Nicolas Duvauchelle trabalhou seu Areski de maneira intensa de olhares, fazendo com que ele entregasse momentos sérios bem colocados, e também tendo atitudes extremas malucas demais, mas ao menos não desapontou, e da mesma forma que começou intenso, terminou intenso. Já Stéfi Celma fez exatamente o contrário, e trouxe para sua Julia indecisão demais de atitudes, de forma que sua personagem ficou meio perdida em cena, não mostrando tudo o que ocorreu, e parecendo que teve cenas cortadas demais, mas não errou tanto, e ao menos foi razoável. Ramzy Bedia trabalhou seu Charas de uma forma bem colocada, criando um carisma para o personagem, e agradando o quanto deu na sua química com o personagem, ao ponto de acabarmos até gostando dele. Quanto aos demais todos foram simples e sem muito uso, desde Sébastien Lalane com seu Marco violento, passando pela inspetora Moss simples demais vivida por Pascale Arbillot, e até o jovem Rod Paradot com seu Quentim singelo, todos apareceram, fizeram seus atos, e nada além disso para se destacar.
Visualmente o longa também foi bem simples, mas acertado em carros tradicionais franceses para a polícia, claro que modificados pelo protagonista para ter um ganho maior de potência, bons momentos de perseguição no final, uma desenvoltura ninja para que o protagonista crie apetrechos em minutos para seus atos, e até locações bem colocadas para dar as nuances que o filme pedia, como estradas movimentadas, ruas pequenas, galpões suspeitos, e claro muito exagero cênico também, afinal esse estilo de filme pede isso.
Enfim, é um filme bem trabalhado, simples, curto e direto ao ponto, que vai agradar quem gosta do estilo policial, não tendo muitas firulas, nem grandes atuações, mas que de uma forma correta e envolvente consegue agradar bastante, e sendo assim vale muito a conferida. Bem é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
2 comentários:
"Nao é milionario como a versao americana"
Mas quanto gastaram?Engraçado todo lugar fala q é low budget mas ninguem diz o numero...
Olá amigo... Esses filmes do streaming não saem divulgações de valores como os de cinema... então nem tem como saber!
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