Netflix - Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars (Eurovision Song Contest: The Story of Fire Saga)

6/27/2020 02:08:00 AM |


Se você já assistiu qualquer filme do Will Ferrell você já sabe exatamente o que vai acontecer em qualquer outro que contenha o ator: uma bagunça cheia de bizarrices e clichês. Porém no novo longa da Netflix, "Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars" foi inserido algo do estilo de diversos filmes musicais bacanas, com boas canções e uma desenvoltura tão maluca que o resultado acaba sendo gostoso de conferir, mesmo com tanta loucura em cena, e claro as caras e bocas do ator. Ou seja, seria quase que o longa "A Escolha Perfeita" exagerado e forçado, que da mesma forma se passa em um festival, mas que tenta brincar com romances, com disputas bizarras, e claro com personagens malucos, e dessa forma só as músicas e a produção em si consegue salvar o longa de algo desordenado. Sendo assim, confesso que não esperava nada do longa e até me diverti, principalmente por gostar de musicais, mas garanto que a maioria vai ficar meio perdido com tudo o que é mostrado, e reclamará mais do que curtirá o resultado final.

O longa nos mostra que quando os aspirantes a músicos Lars e Sigrit têm a oportunidade de representar seu país na maior competição de músicas do mundo, eles finalmente têm a chance de provar que qualquer sonho que vale a pena ter é um sonho pelo qual lutar.

Como o diretor David Dobkin tem uma carreira bem voltada para clipes musicais e também diversos longas de comédia (mas ainda acho seus dramas melhores que suas comédias), claro que soube orquestrar bem a junção de ambas as coisas em um único filme, escrito claro por Will Ferrell, de modo que se tem algo positivo na trama é a execução que escolheu entregar, pois vemos realmente uma grande produção de um festival gigantesco (que existe realmente!), e que bem trabalhado conseguiu passar envolvimento através da música, cenários bem ambientados, e principalmente uma história até que convincente por trás de tudo, porém como já conhecemos bem Will, e acredito que o diretor nem tanto, ele precisaria de muito mais para que o filme convencesse na totalidade, e entregasse algo não tão forçado de clichês, e muito menos bizarrices para que tudo agradasse mais, porém quem gosta de longas musicais até que acabará se divertindo com o resultado, e de certa maneira podemos dizer que o diretor fez um bom trabalho como uma produção gigante, e diferente.

Sobre as atuações, como já disse no começo já sabemos bem o que vamos ver em todos os filmes que Will Ferrell entra, e aqui seu Lars apenas é o mesmo de sempre, porém com uma vasta cabeleira, que entrega boas dinâmicas, mas que é exagerado em tudo, e o ator até emprestou sua voz para a cantoria toda, agradando no desenvolvimento geral, mas confesso que o filme com um ator menos exagerado cairia muito melhor. Sabemos que Rachel McAdams é daquelas atrizes completas que geralmente se entregam para todos os papeis que fazem, e aqui sua Sigrit tem personalidade, tem atitude e trabalha muito bem cada um dos trejeitos para que o carisma fosse lá nas alturas, se envolvendo bastante em tudo, e mesmo dublando na cantoria (a voz é da sueca Molly "My Marianne" Sanden) vemos algo totalmente crível e que emociona (principalmente na canção final!). Da mesma forma Dan Stevens se soltou completamente na dança de seu Alexander, fazendo carões, incorporando trejeitos e mostrando atitude em cima de atitude, mas também sendo dublado pelo barítono sueco Erick Mjönes, afinal nunca teria uma entonação tão forte como o personagem pedia nas canções, mas ainda assim o que vemos interpretando é ele, e já pode montar o show, pois foi bem demais. Quanto aos demais, a maioria entregou participações, algumas maiores, mas nada que fosse imponente demais, e desde Pierce Brosnan como o pai do protagonista completamente rude com os atos do jovem, passando por Mikael Persbrandt como um estilo de ministro da Islândia insano, misturando com os diversos cantores de vários países, o destaque acaba ficando mesmo com a cantora Demi Lovato com sua Katiana, que inicialmente é uma adversária musical dos protagonistas, mas depois acaba tendo participações bem malucas, ou seja, uma bagunça meio que organizada.

Fiquei realmente na dúvida se usaram algum ano da Eurovision original mesmo para gravar ou se a equipe de arte fez toda a composição completa dos shows, pois foi algo bem trabalhado, cheio de efeitos de palco, com muita personalidade nos ambientes, figurinos incríveis, além claro da mansão de um dos personagens toda cheia de pompa para uma digna festança também cheia de detalhes, além claro de uma cidadezinha islandesa a base de pesca simples e sem muitos elementos, aonde praticamente só usaram um bar e alguns poucos lugares, mas tudo muito bem feito e representativo, mostrando lendas da cidade, cultura e até mesmo a forma de trabalho, ou seja, um trabalho bem montado, que vai sendo incrementado e acaba chamando muita atenção.

Agora com toda certeza o melhor da trama como todo bom musical foram as músicas originais criadas de forma irreverente e bem colocadas nas personalidades dos protagonistas, ao ponto de que acabam entrando na nossa cabeça e ficando como chiclete depois da exibição, e como sou bonzinho com vocês, vou deixar o link completo para aqueles que quiserem ficar ouvindo mais depois de ver o filme.

Enfim, é daqueles filmes que até servem de passatempo, que divertem pela essência maluca, que para quem gosta de um musical vai agradar bastante, mas que é repleto de exageros, cheio de clichês, e que força em tudo para trazer graça para a trama, de forma que não chega a ser ruim tudo o que entrega, mas certamente com um ator menos forçado como protagonista, e não apelando tanto seria daqueles filmes que sairíamos vibrando após conferir tudo, ou seja, vale a conferida, mas tem de estar disposto a aceitar bizarrices mil. E assim sendo fica a dica para ver, ou não, dependendo do que você esteja disposto. Bem é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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