Vou ser direto dizendo que se você gosta de comédias bobas no melhor estilo novelesco possível, que até fazem rir em alguns momentos, mas que na maior parte você apenas se inconforma com tudo o que acontece, certamente você irá gostar do filme da Netflix, "A Pequena Suíça", mas do contrário é melhor você pular essa obra até que curta, que tem alguns momentos risíveis, mas é muita maluquice para um filme só, e ainda cheio de personagens "importantes", ou seja, a trama tem várias pegadas que quase quebram, tem personagens bobos, tem cenas bobas, mas que funciona dentro do que se propõe, ou seja, é um filme bobinho, curto, que tem uma pegada cômica, mas exagera demais no estilo novelesco, e o resultado é loucura para todos os lados, e até musiquinha cantada pelos protagonistas no final, daquelas pegajosas demais, mas que não chega a ser um filme ruim.
O longa conta as aventuras dos habitantes de uma cidade castelhana imaginária localizada no centro do País Basco, chamada Tellería, que, após 700 anos de história, deseja fazer parte do território basco. Após a recusa do governo, uma curiosa descoberta no santuário da cidade fará com que os ousados habitantes de Tellería solicitem sua anexação, nada menos que um dos países mais ricos do mundo: a Suíça
O diretor e roteirista basco Kepa Sojo brincou com a ideia de que muitas cidadelas tem seus habitantes bizarros que sempre gostam mais de um país ou de outro e que falam que seria melhor administrado se seguisse tal cultura, ou tal forma de vida, e isso serviu bem de pano de fundo para a trama, mas apenas bem como segundo plano, pois a bagunça toda ficou em cima dos romances e dos crimes ocultos por parte da prefeitura e da igreja, ou seja, o diretor acabou abrindo muitos vértices para poder brincar, com diversos tipos de personagens, e o resultado acabou desandando um pouco. Claro que felizmente o filme não ficou ruim, pois certamente poderiam ter destruído ainda mais ele, se usassem escatologias e bizarrices casuais que o longa aceitaria colocar, e aí o filme seria insuportável, mas o diretor poderia ter segurado um pouco mais a trama na briga política, ter envolvido mais em cima dos pesquisadores, e conseguir piadas em cima disso, que aí a novelona secundária sumiria, e o resultado seria muito melhor. Mas volto a frisar, ele conseguiu ser cômico, e o resultado funciona, principalmente na cena da campanha de marketing para a Suíça, que ali é o ápice da risada.
Sobre as atuações, podemos dizer que os atores foram razoáveis no que seus personagens pediam, de forma que alguns exageraram mais e outros foram mais comuns e tradicionais, mas não foram ruins, ou seja, fizeram o possível, tirando claro a dancinha final, e alguns momentos bobos jogados. Jon Plazaola até colocou alguns momentos bons para seu Gorka, tem a todo momento o lado romantizado posto a prova, e levando muitas bordoadas no nariz acaba sendo usado na medida pelo filme, mas certamente ele era o protagonista da trama, e acabou apagado demais. Da mesma forma, Maggie Civantos trabalhou sua Yolanda, deu um carisma meio abobalhado para a personagem, e acabou ficando em segundo plano sempre que podiam colocar algo, ou seja, seu papel de pesquisa foi quase de enfeite. Ingrid Garcia Jonsson trouxe para sua Nathalie um ar quase de vilã, mas é tão boba de estilo que não conseguiu puxar isso para a personagem, de modo que ficou apenas como alguém politicamente incorreta. Secun de la Rosa trouxe um ar forçado para seu Don Anselmo, de modo que o padre da cidade não tem nada de santo, e seus atos até soaram exagerados. Pêpê Rapazote surgiu do nada com seu Fernando, teve algumas caracterizações meio sacadas como 007, ou melhor aquele do Bean que era agente meio bobo, e não serviu para nada no filme. E quanto os personagens mais de idade, ou o rapaz que só queria fumar, ou o outro que era apenas um enfeite alegórico com roupas e costumes do país, é melhor nem falar de tão toscos, mas ao menos foram divertidos de ver com suas bobeiras.
Visualmente a trama encontrou uma cidadela bonitinha para as filmagens, fez uma igreja que poderia ser qualquer escavação arqueológica, e trabalhou bem os âmbitos turísticos das cidades, com culturas, bandeirinhas, músicas, roupas, e tudo mais para que as campanhas pela adequação dos países que desejavam colocar a cidade como parte ficassem divertidos, alegóricos e bem trabalhados, de modo que a equipe de arte teve um certo trabalho, e mostrou que não estava para brincadeiras.
Enfim, é um filme de passatempo, que pela curta duração (apenas 86 minutos) até tem seu gracejo, que vai fazer rir em umas duas ou três cenas, mas que é completamente esquecível pela bagunça novelesca colocada que acabou atrapalhando um roteiro que poderia ter um potencial maior, mas que não foi de todo ruim a conferida, então assim sendo deixo como uma dica de veja se gostar de filmes novelescos. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais um texto, então abraços e até logo mais.
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