Netflix - Encontro Fatal (Fatal Affair)

7/17/2020 12:39:00 AM |


Tenho certeza absoluta que você já viu algum filme com a mesma história e a mesma pegada, apenas mudando os atores protagonistas, que o longa "Encontro Fatal" que estreou hoje na Netflix! Pois é o famoso clássico dos psicopatas amorosos que não conseguem esquecer uma paixão e tentam acabar com os outros relacionamentos para ter a pessoa para ela. Sai quase pelo menos um por ano no mesmo formato, as vezes nem mudando as locações. Mas e daí, é sempre divertido ver o estilo, pois os protagonistas caem como patinhos nas jogadas do psicopata, tentam fugir ao máximo de tudo, sempre rola aquele climão ao contar para o parceiro, e nós do outro lado da tela ficamos tensos e também nos divertimos com tudo o que ocorre. Ou seja, se você já viu um do gênero, já viu todos, pois a forma de bolo do roteiro é a mesma sempre, mas o público gosta, e dessa forma sempre vai ter mais um diretor que irá pegar ela, e tentar fazer um novo.

A trama nos conta que Ellie tenta consertar seu casamento com o marido, Marcus, depois de um breve encontro com David, um antigo amigo. O que Ellie não contava é que David é mais perigoso e instável que ela imaginava, colocando em perigo sua família e amigos.

É até engraçado, mas o diretor Peter Sullivan entregou no ano passado um longa quase igual esse para a Netflix chamado "Obsessão Secreta", ou seja, esse é o estilo dele, e a empresa já deve ter contratado ele para mais alguns iguais, ou podemos dizer que o diretor tem algum tipo de probleminha com isso! Dito isso, se no ano passado ele foi mais envolvente com sua trama, ao ponto de ficarmos tensos pela moça, aqui também consegue criar uma certa tensão com o protagonista observando, e fazendo seus atos, porém não ficou parecendo algo tão simples de essência, ao ponto que mesmo próximo do fim quando a protagonista faz o que devia ter feito no começo da trama, tudo acaba soando falso, mas embora o filme tenha muitos momentos intensos, o resultado não prende tão bem, mesmo sendo algo divertido de ver. Ou seja, o diretor seguiu uma linha bem segura, e entrega algo que conhece bem, mas o filme todo parece algo que já vimos tantas vezes, que até dá para parar o longa e olhar na lista se já não vimos realmente ele.

Sobre as atuações, diria que até escolheram um elenco bem montado, mas que não tem muito carisma, pois a família mesmo não estando nos seus melhores dias (pelo menos dentro do relacionamento, já que profissional está excelente com a casinha básica que compraram na praia!), poderia ter olhares mais amorosos, sentimentos mais vivos, pois tudo neles soa falso, até os beijos, mas não chega a ser algo ruim, então até vemos algo a mais neles, mas não tão imponentes de ver. Nia Long é daquelas atrizes que têm uma personalidade marcante, e sua Ellie tinha tudo para desenvolver um algo a mais como advogada criminal, com traquejos fortes tanto para cima do amigo quanto do marido, mas não deu liga. Omar Epps até teve alguns traquejos de psicopatia com seu David, fez alguns atos intensos, mas nada que surpreenda muito, mas foi bem ao menos no que precisava para criar a tensão. Stephen Bishop parecia não estar na produção com seu Marcus, de modo que suas cenas soaram extremamente artificiais, ou seja, ele foi muito ruim. Maya Stojan até tentou fazer uma Courtney interessante, mas fez umas cenas tão exageradas que chega a ser deprimente. Ou seja, todos foram razoavelmente bem em algumas cenas, mas forçaram demais.

Visualmente a equipe gastou até que uma grana considerável com o orçamento, indo para uma mansão bem imponente na beira da praia, um clube de golfe, uma balada bem trabalhada, apartamentos chiques, só carrões passeando para lá e para cá, ou seja, tudo de alta linha, de modo que o filme até ficou bem bonito de ver, com um glamour, e que funcionou dentro da proposta ao menos, não sendo algo que vamos lembrar por algum detalhe, mas mostrou um trabalho apurado ao menos.

Enfim, se eu falar que amei o filme estaria sendo incoerente com as várias falhas que citei aqui, porém é um filme divertido e ao mesmo tempo tenso de assistir, de forma que quem gosta desse estilo vai conferir e ficar feliz mesmo cheio de absurdos, mas é a velha história que comecei falando no primeiro parágrafo, já vimos uma tonelada de filmes iguaizinhos, inclusive o anterior do diretor no ano passado, ou seja, o pessoal precisa dar uma inovada. Sendo assim, recomendo a trama para quem gosta de rir desse estilo de psicopatia, e só. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.

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