Teve uma época que quase todo ano tínhamos algum filme de adolescentes revoltados com a vida que faziam algum tipo de revolução ou besteira, e o resultado era virtuoso, passavam mensagens morais e tudo mais, ou então a bagunça era tamanha que apenas tinham de arrumar tudo para que algo de pior não acontecesse. Mas e se a bagunça toda virar algo produtivo e bom ao ponto de dar créditos para entrar numa grande faculdade por ser digamos diferente, pois bem essa é a ideia maluca que o longa da Netflix, "The F**k-It List" tenta passar, misturando tanto as ideias morais, com a bagunça e ainda tentar moldar ao estilo de vida atual dos jovens. Ou seja, uma tremenda confusão de ideias, que não chega a empolgar, nem chega a divertir, mas que acaba sendo interessante pela proposta, e pelo desenvolvimento, ou seja, é daqueles passatempos de final de tarde que você assiste, e depois xinga pela abstração completa que foi entregue, além de cenas de créditos de nível fraquíssimo (até usando um chroma para mostrar diversos países apelaram). Sendo assim, sei que alguns vão ver e rir de algumas coisas, mas diria que era mais fácil ter seguido uma linha melhor para que o filme ao menos mostrasse algo a mais, embora todo mundo tenha algum arrependimento passado que mudaria toda sua vida.
A sinopse nos conta que Brett Blackmore é um aluno do último ano do colegial cujo currículo exemplar no GPA e na faculdade esconde o fato de que ele vendeu sua infância acidentalmente para um futuro que nem tem certeza de que deseja. Quando sua pegadinha de fim de ano no ensino médio dá errado, sua vida desmorona diante de seus olhos. Frustrado, ele lança a Lista F**k-It - de todas as coisas que ele gostaria de ter feito, mas estava com muito medo. A lista se torna viral e afeta os adolescentes de todos os lugares, expondo o complexo industrial educacional como uma máquina de dinheiro projetada para incentivar os pais cheios de ansiedade a vender seus filhos em anos de servidão. Brett decide que ele vai se libertar - e correr para um futuro de seu próprio projeto.
O diretor Michael Duggan, em sua primeira experiência na direção depois de muitos roteiros, até mostrou um bom trabalho com a dinâmica toda, dando voz para os protagonistas, e conseguindo com que uma trama cheia de jovens desse certo sem ficar bagunçada demais, embora o tema seja de rebeldia. Porém ele foi direto demais no objetivo, e flutuou pouco com as diversas aberturas que a trama lhe dava possibilidade, de forma que vemos um filme até interessante de postura, uma ideia de talvez brigar um pouco mais com o modelo atual de estudos, aonde os pais forçam em demasia a vida de um jovem para conseguir um objetivo que nem ele mesmo sabe que quer, e com isso até vemos um ponto de pulo para que tudo funcionasse, mas ele não soube segurar essa onda, tanto que no momento de sermão do pai, a trama chega a ficar até broxante, e nos momentos mais caxias do garoto o filme também desanda um pouco, de forma que o final sai ainda mais do fluxo, ou seja, o diretor acabou se perdendo no próprio roteiro, e não soube voltar para seu rumo, e assim o filme parece ter várias aberturas e nenhum grande acerto.
Sobre as atuações, o jovem Eli Brown até tem estilo, e talvez decole depois com algum papel melhorzinho, pois aqui seu Brett é exageradamente jogado, tem olhares vazios, e poucas cenas que lhe dê algum destaque de interpretação realmente, de modo que até conseguimos criar algum carisma em cima de sua personalidade, mas faltou muito empolgar. Madison Iseman até caiu bem para Kayla, com um ar mais destemido, com olhares sedutores, mas sem muitas preocupações escondendo claro seus reais problemas, e como par romântico soou meio estranho, mas não falhou ao menos no que o filme pedia. Os demais jovens são apenas conexões, não tendo muito o que falar, mas quanto dos adultos, meu Deus, Jerry O'Connell se fizer mais uma plástica vai ter o umbigo no queixo de tão puxado que está, parecendo um Ken humano, e seu personagem Jeffrey aqui é exagerado no nível máximo, ao ponto de chegarmos a ficar irritados com tanta vontade dos pais em querer algo para o filho, ou seja, é algo muito comum de ver nas famílias, mas o ator apelou, e junto com Natalie Zea fizeram cenas bem bizarras de pais extremamente exagerados em relação à vida dos filhos, ou seja, acertaram no papel, mas forçaram demais em tudo.
A trama foi toda filmada numa belíssima cidade da Califórnia com mansões, praias e ambientes riquíssimos dando estilo para a produção, e mostrando um grupo de digamos estudantes bem ricos, com carrões e uma vida mais chamativa, onde casualmente ocorrem bem esse estilo de pais que decidem tudo da vida dos filhos, e a equipe foi bem sucinta nesse conceito, mostrando as rebeldias, festas, explosões e tudo mais ao redor, dando um conceito mais fechado de produção, mas com ares chamativos ao menos, ou seja, é um filme de ricos.
Enfim, é um filme passatempo meio exagerado, que até vale a conferida com muitas ressalvas, ficando mais para algo mediano do que um filme com uma pegada realmente sobre qualquer um dos temas, de modo que ficou parecendo que o diretor se perdeu aonde queria chegar, e acabou entregando um filme sem precisão. Ou seja, recomendo ele com muitos poréns, mas não chega a ser algo decepcionante, e como disse, passa um tempo, e serve para quem tem filhos não se prender tanto no molde atual de forçar grandes notas, pois não se sabe o que a pessoa realmente vai querer quando for mais velha. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, infelizmente sem deixar o trailer para vocês curtirem, pois só achei um com uma dublagem meio estranha, então vejam o trailer na Netflix mesmo que é melhor. Então abraços e até logo mais.
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