Não sei se fui esperando muito do filme da Netflix, "King - Uma História de Vingança", pelo elenco que costuma ir bem, pela ideia da trama, e acabei me decepcionando, ou se o filme é realmente fraco, pois basicamente ele entrega apenas o subtítulo nacional mesmo, uma história de vingança e nada mais, ao ponto que vemos o protagonista revoltado com a morte da irmã, e sai quebrando tudo em busca de saber o que aconteceu com ela, por quais motivos a mataram, mas isso é apenas o pano de fundo, pois a história em si, quer mesmo é ver o sangue jorrando, e mesmo ao final quando descobrimos quem ele era, ou por quais motivos não mudou a vida da família, o longa não faz um sentido muito profundo. Ou seja, se você gosta de longas de vingança e pancadaria pode até ser que goste do resultado, pois é um filme mediano e não é ruim, mas quem for esperando algo a mais, pode desistir, que a trama não vai muito além disso, não desenvolvendo nada da história da irmã, nada da história dos personagens secundários, e mesmo a história do protagonista acaba sendo jogada ao final para algo sem muito a ver.
A sinopse nos conta que depois de perder de repente todo o contato com sua irmã mais nova, Jacob King chega a Los Angeles determinado a encontrá-la. Tentando reunir seus últimos movimentos conhecidos, King encontra evidências inquietantes de uma vida perdida - drogas, sexo e segredos no ventre desprezível da Cidade dos Anjos. Sem se deixar abater pelos avisos para voltar para casa, King prova ser mais do que uma partida pela violência com a qual se confronta, enquanto persegue incansavelmente a verdade sobre o que aconteceu com sua irmã.
A direção de Fabrice du Welz até tem seus momentos intensos, com alguns atos fortes e bem violentos, outros meio que sem ação, parecendo que ou o diretor esqueceu de instruir o ator, ou simplesmente vemos algo desligado da parte de atuação mesmo, pois o roteiro em si é fraco, e não vemos muito para explorar, mas ele poderia ter desenvolvido o envolvimento da garota com os personagens que o irmão vai vingar, vermos mais infiltração dela com o que vai ser candidato, ter mais dinâmicas, mas isso até ocorre tão rápido no acesso do cartão de memória que nem para servir de explosão serve. Ou seja, o diretor se embasou nas lutas que Chadwick ficou bom, e colocou personagens jogados, meio como aqueles joguinhos de videogame antigos que você ia pegando e batendo em uns capangas para no final bater no chefão, e aqui nem o grande chefão mesmo entrou na briga, sobrando só pros secundários. E assim sendo não posso dizer que o diretor tenha acertado em algo mais coeso, mas apenas fazendo um filme com dinâmicas vingativas, boas lutas, e uma tentativa de redenção ao final, que nem é um grande feitio.
Sobre as atuações, sabemos que Chadwick Boseman é um ator com muita personalidade, e aqui ele até mostrou bons trejeitos com seu Jacob, bateu bastante, apanhou bastante e fez alguns atos com diálogos bem encaixados, mas nada que fosse impressionante realmente, ou seja, ficou parecendo que viram ele no filme da Marvel (aqui ele só tinha feito "Capitão América: Guerra Civil", e falaram pra ele sair batendo, pulando, socando e tudo mais, de modo que não vemos sua essência realmente funcionar, ou seja, apenas gastaram dinheiro para ter um rosto conhecido no filme, pois ele não fez valer o investimento. Luke Evans também é um tremendo ator, mas aqui seu Wentworth é um dentista praticamente de fachada, pois só tem ambição por ganhar dinheiro arrumando negociações com as gangues, e o ator até fez algumas caras e bocas, mas nada que empolgasse realmente. As mulheres Natalie Martinez com sua Trish e Teresa Palmer com sua Kelly, foram até que bem expressivas, com dinâmicas bem opostas, uma totalmente dependente das drogas e festas, e a outra desesperada com o âmbito familiar, trabalhando muito, e vivendo pouco, foram até bem usadas para representar as vidas que muitos acham que vão conseguir em LA, mas acabam caindo por água abaixo, ou seja, poderiam até ter trabalhado mais elas, pois foram bem em cena. Do time das gangues, tivemos alguns atos interessantes por parte da violência explosiva de Lucan Melkonian com seu Zico, e alguns envolvimentos mais marcados com Alfred Molina com seu Mike Preston como um diretor de filmes eróticos e Arthur Darbynian com seu Duc, bem com ares mafiosos, mas que solta no máximo meia dúzia de palavras e nada mais. Ou seja, um elenco até que bem montado, mas que não foi usado nem 50% do que poderiam atingir.
Visualmente a trama teve algumas cenas bem feitas nos subúrbios de Los Angeles, alguns atos numa mansão bem detalhada, e claro bons momentos de pancadaria, sejam eles num lava-jatos, ou numa festa regada a drogas, ou até mesmo no fim dentro da mansão, mas os elementos cênicos foram jogados para o alto com tão poucos momentos de desenvoltura, seja no supermercado chinês, ou até mesmo num restaurante com o jovem olhando fotos antigas, ou seja, a equipe de arte precisou trabalhar bastante, mas foi bem pouco usada para ambientar realmente os momentos da trama.
Enfim, é um filme bem mediano, que quem gosta de longas de vingança até pode gostar da pancadaria em si, mas falta história, falta direção, falta boas atuações, ao ponto de que tudo tem um pouquinho, mas nada chega a lugar algum, e assim não dá para recomendar ele para ninguém. E assim sendo eu fico por aqui desapontado com um filme que até parecia ter algum potencial, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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