Netflix - O Anjo do Mossad (The Angel)

7/12/2020 02:19:00 AM |


O estilo investigativo é um dos que mais gosto de ver nos longas, pois instigam nossa curiosidade na astúcia dos personagens principais, e conseguem ainda transmitir grandes histórias possivelmente reais, e aqui no longa da Netflix, "O Anjo do Mossad", foi nos apresentado a história de um herói de dois países por criar todo o ambiente de guerra, mas não destruir nenhum deles com sacadas bem moldadas, e toda uma artimanha de espião de primeiro calibre. Ou seja, é um filme tenso, que muitos até acharão extremamente lento, mas que é a base do estilo, e que certamente serve para prender a atenção nos detalhes, e ir pegando a manha para tudo o que vai ocorrer. Claro que se você prefere investigações mais ágeis no estilo 007 não vai encontrar aqui, mas quem pegar as boas investidas do protagonista, verá um filme com um tom bem armado, e que funciona do começo ao fim.

O longa nos conta a história verdadeira de Ashraf Marwan, genro do presidente Nasser, conselheiro especial e confidente de seu sucessor Anwar Sadat - ao mesmo tempo em que era o bem mais precioso da Inteligência Israelense no século XX.

A trama que é baseada no livro best-seller do New York Times, "O Anjo: O Espião Egípcio que Salvou Israel", de Uri Bar-Joseph, foi bem trabalhada pelo diretor Ariel Vromen ao ponto de conseguir entregar uma amarração de primeira, daquelas dignas de ficarmos intrigados com tudo, pois como é dito em determinada cena, o prêmio do mentiroso é não acreditarem nele, e o filme faz grandes jogos de gato e rato entre o protagonista e seus inimigos, que podem ser qualquer um, pois o personagem mexeu com tanta gente durante os anos que tudo acaba ficando intrigante de saber de onde vem cada seguidor, e cada loucura que o protagonista faz. Ou seja, o diretor não quis fazer um filme desesperado, nem algo muito amarrado, mas com o estilo clássico de investigação bem imponente acabamos vendo algo bem semelhante ao blockbuster "Ponte de Espiões", e com um resultado ainda mais trabalhado, pois aqui a guerra árabe é daquelas que qualquer fagulha explode tudo. E assim sendo é um filme que muitos vão amar, e muitos irão odiar pelo ritmo lento, mas é inegável a qualidade de amarração que o diretor optou por fazer, pois algo tão banal que ocorre é a melhor dica para entender tudo o que vai rolar.

Sobre as atuações, confesso que fui buscar o filme após ver a ótima atuação de Marwan Kenzari no filme que vi ontem, e aqui novamente o jovem ator mostrou uma segurança total nos trejeitos, soube dominar todas as cenas de seu Ashraf, e com uma postura bem forte, acabou se doando demais para que seu personagem não só mantivesse o protagonismo, como fosse necessário em todas as cenas ao redor para chamar atenção, ou seja, foi bem demais em tudo. Toby Kebbell também teve bons momentos com seu Danny "Alex", trabalhando a personalidade direta e forte de agentes infiltrados, colocando os pingos nos is nos momentos certos, e envolvendo bem as cenas para que tudo ficasse direto, ou seja, foi um tremendo aliado, mas sem ser fraco nas cenas mais fortes. Dentre os demais, tivemos boas cenas e atuações de todos, cada um de sua maneira, desde os presidentes do Egito vivido por Sasson Gabai, o da Líbia vivido por Tsahi Halevi, passando pela atriz americana Diana Elis que aqui foi bem sensualizada por Hannah Wire, pela esposa ciumenta Mona do protagonista que Maisa Abd Elhadi fez muito bem, até chegarmos nos líderes da Mossad que Ori Pfeffer fez de maneira imponente, e o ex-ministro da justiça egípcio que armou grandes ataques vivido bem por Slimane Dazi. Ou seja, um elenco nem tão conhecido do público, mas que representou bem cada personagem real de uma época tensa e explosiva nos países árabes.

O conceito visual trabalhado pela equipe de arte foi muito bem pesquisado, para criar as épocas em vários países com estudos de figurinos, de câmeras, carros, todo o ambiente de guerra armado, as diversas cenas de perseguição, e claro toda a ambientação política montada, ou seja, muitos detalhes simples, porém que foram bem efetivos para entrarmos no clima da trama e mostrar um grande acerto técnico da produção toda.

Enfim, é um filme que tem um ritmo mais lento, mas que a trama toda entrega a história de forma coerente e tão bem colocada que quem gosta do estilo certamente irá ver até o fim e gostar muito do resultado completo, ou seja, é um longa feito para um público mais centrado em longas históricos, e que funciona bem, mas que pode ser indicado para todos, pois é daqueles que a essência sobressai. Sendo assim, fica a dica, e eu fico por aqui, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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