Se tem um estilo que você pode assistir sempre que terá o mesmo sentimento é o tal dos dramas envolvendo sequestros de aviões, pois entregam com intensidade muita emoção, muita força, dinâmicas de brigas, desespero, e claro bons fechamentos. Porém alguns gastam um pouco mais, e outros entregam produções tão econômicas que ficamos abismados, e com o longa da Amazon Prime, "7500", basicamente o filme todo não sai da cabine, ou seja, temos algumas imagens no monitor de vídeo que mostra a porta de acesso da cabine, aonde ocorrem alguns eventos, e o ambiente ali com vários botões e luzes, além das dinâmicas com os protagonistas, ou seja, só gastaram realmente com o cachê deles, pois a produção é nula, e por incrível que pareça, o filme consegue agradar, tem bons momentos, e cria bem o momento (porém dá uma dica assustadora como arma para assaltantes reais de aviões). Porém, faltou um algo a mais para acontecer, pois tanto os sequestradores, quanto os pilotos não foram fortes o suficiente para com seus momentos, e isso pesou um pouco, pois a real motivação dos sequestradores não é falada, o piloto protagonista não anseia sua raiva como poderia, e assim o filme acaba sendo bom, mas nada de surpreendente.
A sinopse nos conta que o Código de Emergência para um sequestro de avião é 7500, e em um thriller tenso e intenso, contado da cabine, vemos a rotina diária de um voo de Berlim para Paris na cabine de um Airbus A319. O copiloto Tobias Ellis está preparando o avião para decolar, que segue sem incidentes. Então ouvimos gritos na cabine de passageiros. Um grupo de jovens tenta invadir a cabine do piloto, entre eles Vedat, de 18 anos. Uma luta começa entre a tripulação e os atacantes, com o desejo de, por um lado, salvar vidas individuais e, por outro lado, evitar uma catástrofe ainda maior. A porta da cabine se torna um campo de batalha - e Tobias acaba sendo o árbitro sobre a vida e a morte.
Em seu primeiro longa, o diretor e roteirista Patrick Vollrath foi coerente em não querer exagerar em nada, entregando o básico do básico, e sendo funcional para com a ideia de um assalto de aeronave, porém faltou para ele encontrar um propósito maior, e definir isso para que tudo acontecesse, pois não vemos em momento algum, mesmo na tentativa com sucesso dos sequestradores dominar a cabine, a proposta real deles (falar que é pelas almas dos irmãos que vão apenas jogar o avião contra uma cidade é algo exagerado e bobo, pois geralmente os grupos possuem líderes mais coerentes), ou que seja o que foi mostrado, o piloto tinha muito mais em jogo para brigar contra garrafas quebradas e facas de vidro, pois não temos homens imponentes contra ele. Ou seja, é fato que se fosse diferente nem teríamos história para contar, e nem rolaria toda a tensão, mas o filme precisava de alguns elos a mais para empolgar mais, e assim sendo, diria que a estreia do diretor foi calma demais, embora não seja ruim.
Sobre as atuações, Joseph Gordon-Levitt sempre entrega personagens simples, sérios demais, e com expressividades marcadas completamente nos olhares e trejeitos, ao ponto que nunca sabemos realmente quais sentimentos ele está tentando passar, e aqui seu Tobias é interessante, tem um controle emocional razoável, e se entrega bem em todas as cenas do filme, afinal como o longa não sai da cabine, ele tem de manter os 93 minutos do longa com estilo e funcionalidade, e ele acerta bem, tem momentos fortes, e agrada bastante. Omid Memar foi muito bem com seu Vedat, ao ponto que sua cena de virada desesperada com o avião caindo é incrível, e depois ao telefone o jovem se mostrou muito expressivo, acertando na medida em tudo, agradando bastante, e mostrando que tem potencial para ser usado em muitos filmes. Murathan Muslu também entregou boas cenas com seu Kiran, trabalhando mais na força do que nos trejeitos, e acabou chamando bastante atenção, principalmente pela explosão direta nas principais cenas. Ainda tivemos alguns leves destaques para Aylin Tezel como Gökce e Carlo Kitzlinger como Michael, mas nada de imponente sendo apenas bem expressivos nos seus devidos momentos.
Falar da cenografia nesse filme é quase como contar uma piada, pois temos uma cabine cheia de botões e luzes (que sabemos que nem é filmado dentro de um avião de verdade), algumas armas de vidro de garrafa, e um monitor mostrando cenas de um quartinho, ou seja, se a equipe de arte gastou muito podem correr atrás das notas fiscais que roubaram a produção, mas foi funcional para o que o filme precisava ao menos.
Enfim, é um filme que ou você gosta do estilo e vai curtir muito do começo ao fim, ou vai reclamar aos montes por tudo o que acaba faltando na trama, desde cenas com mais ação até propósitos maiores, e sendo assim é daqueles longas que não dá para recomendar para todos, pois seria irresponsabilidade total, porém ainda assim é uma trama bem interessante que prende pelo menos. Bem é isso pessoal, assinei em definitivo a Amazon agora, e também vou trazer mais alguns textos nos próximos dias vindos da plataforma, então abraços e até logo mais.
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