Já tivemos tantos filmes de espionagem envolvendo crianças, várias grandes sacadas de fugas, objetos inesperados, vilões e tudo mais, que nem nos impressionamos mais com as ideias que costumam entregar desse estilo, e na maioria das vezes já vamos com as expectativas bem em baixa pois não são filmes que costumam surpreender em algo. Dito isso, o lançamento da semana da Netflix, "Missão Pijamas", até tem seus méritos por não forçar a barra, e criar uma ideia digamos diferente de descoberta da mãe como uma super-ladra, ter toda a desenvoltura em cima das bobagens ditas pelo marido, as diversas situações bobinhas que os pequenos acabam se metendo, e principalmente toda as sacadas de investigação que vão fazendo na busca pela mãe. Ou seja, o que parecia ser apenas um longa bem simples, acabou entregando uma produção até que bem grande, com muito requinte visual, e que mesmo a história sendo bobinha, o resultado acaba divertindo como um costumeiro filme de Domingo a tarde, e assim sendo, quem assistir ele de uma forma despretensiosa até vai acabar curtindo junto com toda a família.
O longa nos mostra que em uma noite do pijama com seus melhores amigos, dois irmãos descobrem que sua mãe Margot é na verdade uma ex-criminosa incluída no programa de proteção a testemunhas. Quando Margot e seu marido são sequestrados e obrigados a realizar um último trabalho com um ex-parceiro, os irmãos precisam unir forças para resgatar seus pais em uma noite cheia de ação da qual jamais se esquecerão.
A diretora Trish Sie é conhecida por pegar franquias já bem desenvolvidas e dar um ar novo para elas, e aqui em seu primeiro filme com uma história nova para contar ele usou um pouco do que conhece (deixando a vida passada da protagonista semi-oculta para usar depois), e entregou uma trama ágil, bem desenvolvida em duas frentes separadas que se unem ao final, e que mesmo não sendo nada muito brilhante, acaba sendo gostoso de conferir toda a ideia que colocou em ação, ao ponto que mesmo os personagens que mais forçam com besteiras, como o pai e o filho, no resultado geral o resultado acaba não soando como um pastelão, pois a diretora soube quebrar bem os diversos elos, e ir pincelando tudo com ação, com sacadas mais rápidas das garotas, e assim o filme ficou leve e bem trabalhado. Claro que como todo filme mais voltado para a família toda, temos elementos bobos e cenas sem nexo algum como as da travessia de barco, mas como costumo dizer, nesse estilo é melhor relevar as insanidades do que ficar brigando com elas, e assim sendo o longa flui e o resultado do trabalho da diretora, ao menos numa produção bem maior do que as que já fez, foi coerente de ver.
Sobre as atuações, temos de olhar primeiro a frente com os adultos, aonde Malin Akerman teve uma boa desenvoltura com lutas, fez cenas bem abertas e dinâmicas com sua Margot, e por incrível que pareça como protagonista teve poucos diálogos, então não se soltou tanto nas dinâmicas diretas, mas nas pancadarias mandou bem. Já Ken Marino não desligou um segundo com seu Ron, falando até besteiras demais, puxando a comicidade para algo mais jogado, apelando para algumas coisas nojentas, mas de certo modo o personagem pedia um pouco desse contraste, afinal o ex da protagonista era alguém bem diferente, e aqui teriam de apelar, então ele não economizou. E falando do ex, Joe Manganiello botou todo o charme para jogo com seu Leo, trabalhando músculos, batendo bastante, fazendo posturas de agentes especiais, e ousando um ou outro trejeito para seu personagem, mas nada que fosse elaborado demais, ao ponto de que ele ao final até se entrega de uma maneira boba demais. Já indo para o lado das crianças, Sadie Stanley entregou presença para sua Clancy, sendo a que mais trabalhou nas dinâmicas, deu olhares sagazes para todos os momentos, e funcionou bastante no que precisou mostrar. Maxwell Simkins até foi gracioso com seu Kevin, e mesmo sendo bobo em alguns atos, o ator foi bem demais no que fez, agradando bastante. Os demais jovens foram bem conectados na trama, mas sem grande destaque, ao ponto que Cree Cicchino como Mim e Lucas Jaye como Lewis até se entregam em um ou outro ato, mas nada que fosse de grande valia. E para finalizar, ainda tivemos Karla Souza com uma Jay que até valeria ter sido um pouco mais trabalhada, pois aparece pouco, mas seu personagem teria mais o que falar no filme.
Um ponto positivo da produção foi o trabalho da equipe de arte, mas que nem chegou a ser usado realmente, pois quando as crianças descobrem o esconderijo dos objetos tecnológicos da mãe, pensei que fossem pegar tudo, usar para cenas mais intensas, mas apenas mostram o carrão e algumas armas, e já vão para outro lugar, nadar, e com isso apenas gastaram com a cena para ficar com uma caneta, mais pra frente tivemos uma biblioteca bem luxuosa, um evento com muitos trajes e visuais, e uma perseguição de carro até que bem ousada, mas em linhas gerais o filme apenas se ambientou bem e largou isso para o público trabalhar sozinho, o que merecia um apreço melhor da direção para dar continuidade nos trabalhos (ou será que deixaram para um segundo filme???).
Enfim, volto a frisar que não é um filme incrível daqueles que vamos nos lembrar e querer ver diversas vezes, mas que tem suas qualidades e certamente passando na TV você sentaria e veria tudo curtindo numa boa em qualquer dia da semana com sua família. Ou seja, é o famoso filme passatempo que serve de coringa para qualquer momento mais light que vai agradar quem gosta do estilo sem precisar surtar com loucuras demais. Sendo assim, fica a dica para quem gosta de filmes mais infantis bem feitos, e volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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