Um gênero que dificilmente não diverte é a tal da animação, pois sempre arrumam alguma coisa mesmo que boba que acabe criando uma graça ali, outra acolá, e embora seja um dos gêneros mais caros por gastar tanto com computação gráfica quanto com atores para dublagem, o resultado costuma funcionar nas vendas dos estúdios com algo a mais sempre, ou seja, é algo que funciona. Porém, ultimamente tem caído para as plataformas de streaming alguns filmes que não empolgam tanto, e que provavelmente não vão colher tantos frutos assim, como é o caso de "Nível Hard" que estreou na Netflix, e entrega algo meio que na formatação de videogame, aliás o longa é sobre um jogo de videogame aonde um jovem acaba trazendo os personagens do jogo para a vida real. A sacada é boa, e até que muitos poderiam pensar nessa formatação, brincando com jogos e tudo mais, e ainda colocaram bebês superpoderosos na jogada, mas faltou algo que é crucial em animações: carisma nos protagonistas, pois os bebês até funcionam meio como objetos animados divertidinhos, mas nem o garoto, nem a garota, muito menos o vilão, conseguem passar qualquer envolvimento para o público, e isso acaba cansando um pouco.
O diretor Cory Edwards se deu bem com "Deu a Louca na Chapeuzinho" justamente por ter diversos personagens caricatos fazendo atos de forma irreverente, e aqui ele até tentou brincar com o ambiente em si, mas ao invés de colocar os protagonistas com situações mais descontraídas, ele deixou esses mais sérios e abusou dos secundários com ares fofos e bobinhos, como é o caso dos bebês e do ajudante do vilão, que até descontraem bem a cena, e fazem tudo parecer mais infantil, porém os jovens estão em busca de um projeto de ciências, o vilão não tem poderes, e o herói está preso em um labirinto aonde nem é tanto mostrado, ou seja, o filme se desenrola ficando preso. Dessa forma não posso dizer que ele acerte em algum grandioso momento, mas também não chega a errar tanto a mão, pois o filme flui bem, é rápido, tem boas dinâmicas, e foi bem desenhado, não tendo grandiosas texturas, mas também não sendo algo genérico. Ou seja, funciona pouco para algo que almejava certamente muito mais.
Diria que talvez se o jovem Reid fosse mais bobão ou mais imponente chamaria o filme para si, pois ele acabou ficando no meio termo entre galã jovem e personagem adulto com algumas responsabilidades, e até a voz que arrumaram para ele não acaba sendo tão chamativa, ou seja, faltou um algo a mais ali. Já a garota Melanie acaba sendo responsável e mandona demais, não impactando tanto, mas ao menos se mostrou criativa e responsável pela tecnologia. O vilão Arcannis até é imponente, possui um desejo de conseguir poderes para derrotar o herói do jogo, mas é bobo demais, uma característica usual de vilões de animações, mas ao menos aqui tem estilo. O herói Lightspeed até tem poderes imponentes, mas perde eles fácil demais de uma maneira pouco explicada, que até associamos ao metal lá, mas isso quase nem foi falado, e do nada acontece, ou seja, depois disso ele fica meio que jogado na trama, mas não atrapalha ao menos, e também tem personalidade. Agora sem dúvida a grande graça da trama ficou por conta dos bebês que possuem poderes engraçados como superforça, gigantismo, criação de elementos pela mente, e acabam fazendo as maiores trapalhadas possíveis, ou seja, se o filme ficasse só neles seria algo genial e muito divertido, mas infelizmente vai para outros rumos, e assim o resultado cai um pouco. Como não temos nenhum dublador conhecido, preferi nem ficar citando os nomes, mas todos deram vozes razoáveis ao menos para as personalidades dos personagens não ficar estranha.
Visualmente o longa canadense até tem seus méritos, pois com uma ambientação bem desenhada, característica de jogos de videogame, a trama acaba tendo uma modelagem bacana, uma movimentação rítmica funcional, e até belos ambientes na casa do protagonista, na nave do vilão e na guerra no meio da cidade, com cores fortes e bem chamativas que devem ao menos conquistar a atenção da garotada.
Enfim, é um filme bem mediano que não chama tanta atenção, que diverte em alguns momentos, mas de forma geral acaba sendo bobinho e despretensioso demais, ao ponto de que nem iremos lembrar de ter visto ele, mas que serve de passatempo para os pequenos. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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