Se tem uma coisa que a Netflix anda entregando com seus blockbusters ultimamente são grandes efeitos, e na estreia dessa semana, "Power", eles simplesmente jogaram com tudo numa trama interessante de essência, com muita personalidade, que grandes atores conseguiram trabalhar ao ponto de vermos quase um "X-Men" diferenciado sem tantas bagunças temporais, e que principalmente tendo como vista algo mais funcional como uma droga que transforma seu DNA, e não um nascimento já mutante, aqui a proposta ainda causa mais discussões de como seria essa realidade, não que vamos parar para discutir isso, mas é mais crível vindo em algo futurista. Claro que como todo filme que tem essas loucuras, não podemos tentar pensar em nada muito real, então o filme é um show de exageros, que quem não gosta de filmes com superpoderes deve passar bem longe, mas quem curte a ideia, vai vibrar muito com vários efeitos especiais insanos, muita dinâmica, e tudo o que acabam entregando do começo ao fim, tendo até uma história para distrair além da bagunça. Ou seja, vale a conferida como um bom passatempo, e ao menos não deram brecha para uma continuação.
O longa nos conta que a notícia de que uma nova pílula capaz de liberar superpoderes para cada um que a experimentar começa a se espalhar nas ruas de Nova Orleans. Poderes como pele à prova de balas, super força e invisibilidade apareceram em usuários, porém, é impossível saber o vai realmente acontecer até tomá-la. Mas tudo muda quando a pílula acaba aumentando o crime na cidade, fazendo com que o policial local se una a uma traficante adolescente e um ex-soldado com sede de vingança para combater o poder com poder, chegando na origem da pílula.
A dupla de diretores Henry Joost e Ariel Schulman já ficou bem marcada pelos longas insanos que costumam entregar no gênero que lhes forem proposto, acontecendo tanto nos "Atividade Paranormal 3 e 4", quanto em "Nerve - Um Jogo Sem Regras", nos primeiros mudando completamente a franquia de terror para algo mais ritmado, e no segundo já botando toda uma tecnologia para jogar com o público, e agora a Netflix lhe deu o poder dos efeitos especiais para poderem brincar a vontade com uma história até que bem interessante, que funciona de certa forma como um longa de resgate (que a plataforma tanto gosta!), e que mesmo abusando de estilos apelativos acaba sendo agradável e bem bacana de conferir, principalmente pelo ritmo bem dinâmico, e pelas aberturas da proposta toda (mesmo que felizmente não deixem nada pronto para uma continuação, como vem acontecendo com todos os últimos filmes da plataforma!). Ou seja, é daqueles filmes que mesmo não tendo nada que impacte e chame nossa atenção para lembrarmos deles, irá ficar marcado por toda a loucura e bagunça visual que nos foi entregue, valendo até recomendarmos as vezes pro pessoal que curte o estilo, pois o trabalho dos diretores é notável, e bem feito.
Conseguiram um elenco bem imponente para protagonizar a trama, e felizmente nenhum deles decepcionou com o que precisava fazer, ao ponto que vemos um Jamie Foxx cheio de suas artimanhas com seu Major Art, que com muito estilo e força sai na pancada com todos, manda muitos tiros e faz seus trejeitos tradicionais bem encaixados, ou seja, agrada bastante no que faz. Joseph Gordon-Levitt é daqueles atores que parecem sempre estar com a mesma expressão em todos os filmes, e durante todas as cenas, de modo que não parece empolgar com o que faz, mas sabe ter dinâmica nos seus atos, e sempre trabalha muito bem, de modo que seu Frank acaba sendo funcional e interessante em tudo. Dominique Fishback entregou uma Robin bem bacana, cheia de traquejos, que brinca bastante em seus atos, e que principalmente não desaponta trabalhando com grandes nomes, ao ponto que a jovem segurou até bem a trama em alguns atos, e acabou chamando muita atenção, sendo uma das poucas que não usa poderes no longa, ou seja, deve despontar ainda mais após o filme. Rodrigo Santoro até teve algumas cenas para se mostrar com seu Grandão, teve uma transformação bem maluca, e até trabalhou bem como um bom vendedor do projeto, mas não chamou tanta atenção como poderia. Dentre os demais, o filme tem vários personagens jogados, uns com mais textos, outros com bem menos, mas o mais engraçado é o desaparecimento de alguns, pois surgem em cenas, parecem importantes, e logo mais nada, como foi o caso de Courtney B. Vance com seu Craine, e mesmo surgindo como a empresária do projeto, Amy Landecker ficou bem subjetiva e atrás até do grandalhão Tait Fletcher com seu Wallace, ou seja, o filme é só dos protagonistas, e o restante passeou apenas.
Visualmente o longa até empolga bastante com efeitos bem feitos (embora bizarros), tem muitas cores, muitos ambientes imensos que deram uma proporção maior para o filme, principalmente por contarem com muitos detalhes para quebrar, cenas com luxo, navios, toda uma pompa de primeira linha como um blockbuster pede, mas ainda assim faltou mostrar mais personagens com seus poderes, pois acabou sendo algo meio que limitado, e assim sendo acabou parecendo que o dinheiro dos efeitos acabou cedo demais. Ou seja, é um filme grandioso visualmente, mas ainda poderiam ter ido além.
Enfim, é um filme que empolga bastante pelo bom ritmo trabalhado, que tem todo uma ambientação visual grandiosa, uma produção de pompa, grandes atores fazendo bons papeis, efeitos bem interessantes embora estranhos, mas que parece que falta alguma coisa para chamar mais atenção, de forma que ficou parecendo que o trailer vendeu um algo a mais. Ou seja, é daqueles que com certeza acabamos de assistir felizes com o que vimos, que não é ruim de forma alguma, que vale a conferida e a recomendação, mas que passa bem longe da perfeição que poderia ser, e assim vale como um bom passatempo, mas poderiam ter ido bem além com tudo o que tinham nas mãos. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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