A sinopse nos conta que com o atual aumento de criptomoedas, as pessoas encontram maneiras de explorar o sistema e a economia global. Depois de descobrir evidências de fraude, um jovem agente chamado Martin é incumbido de seguir uma longa trilha de corrupção e roubo. Durante sua investigação, ele descobre que as pessoas envolvidas são mais poderosas do que ele jamais poderia imaginar.
Diria que o diretor John Stalberg Jr. tinha muita abertura no texto original do roteiro e acabou se perdendo em que rumo deveria trabalhar mais, de forma que o filme acaba abrangendo de tudo um pouco e não há um foco principal. Ou seja, ele até dominou bem os diversos momentos da trama, ao ponto de que até tentamos entrar na vibe das fraudes em cima de crimes cibernéticos envolvendo criptomoedas, nos mostra um pouco das fraudes contábeis em cima disso, e que o jovem protagonista, por ser daqueles que não aceita erros em nada, acaba se envolvendo numa bagunça criminal que vai muito além do mundo dos computadores. Ou seja, ele até nos mostrou um pouco do que desejava brincar (aliás, quem assistir ao trailer abaixo nem vai precisar conferir o longa, pois mostra todos os mistérios e muito mais em menos de 2 minutos!), mas sem ir a fundo em nenhuma das propostas, o seu resultado acaba sendo igual naqueles filmes aonde os vilões dão 10 tiros e nenhum acerta o mocinho, e o protagonista dá um só e mata todos, só que no caso, o diretor faz parte do time dos vilões.
Sobre as atuações, diria que Beau Knapp ficou também bem em cima do muro com seu Martin, parecendo não saber qual rumo deveria tomar, e assim seu personagem até cria bons trejeitos, em alguns momentos incorpora uma certa raiva, mas não vai muito além, e fazendo estilo de bom moço acaba sendo bem colocado em todos os atos, porém acredito se tivessem lhe dado um norte melhor para criar uma imposição maior, o resultado seria bem melhor. Luke Hemsworth é quase um enfeite na trama com seu Caleb, ao ponto que como não foi desenvolvida sua história, acabou sendo o traumatizado de guerra que vive no campo com o pai, e tem uns surtos frequentemente, ou seja, nada de muito além para o filme. Alexis Bledel fez boas cenas com sua Katie, sempre misteriosa e sem muitas atitudes, mas no final foi bem usada ao menos. Jeremie Harris merecia ter muito mais amplitude na trama com seu Earl, pois seu personagem é a base investigativa da trama, ao ponto que acaba agradando bastante com trejeitos bem marcados, envolvimentos bem colocados, mas que acabou sendo deixado de lado no filme, e assim ele apenas serviu de ponta para tudo. Kurt Russell também não foi muito além com seu Martin Sr., fazendo apenas atos de intensidade para com o filho, e agradando na única cena mais discutida entre ele e o protagonista, mas nada que vá muito além. E para finalizar, a turma russa foi muito ruim em tudo, de modo que nem Vincent Kartheiser com seu Ted conseguiu ir muito além nas suas cenas.
Visualmente a trama até tem alguns atos mais amplos, com cenas grandiosas numa plantação de batatas, num escritório de mineração de bitcoin nos fundos de uma loja, e em escritórios de bancos cheios de arquivos jogados para todos os lados, ao ponto que quiseram mostrar que em pequenas cidades não estão nem aí para regras, e que tudo acaba sendo encaixotado, queimado e ninguém acaba agindo, ao ponto que servem para muitas mutretas, ou seja, a equipe de arte foi bem simbólica, e o resultado até que agrada de um modo geral.
Enfim, é um filme simples, com uma boa pegada e que poderia ter ido muito além com tudo se tivesse escolhido um lado para trabalhar ao invés de atirar para todos, e sendo assim até serve para passar um tempo, e mostrar um pouco do mundo das criptomoedas, e das lavagens de dinheiro que ocorrem nesse mundo, mas como não foram a fundo, apenas o básico é mostrado. Ou seja, não é um filme que eu vá recomendar nem como um drama familiar, nem como um filme de artimanhas bancárias, mas que quem conferir sem se preocupar muito não irá reclamar muito do que é mostrado na tela. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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