O longa nos conta que uma jovem parte de sua cidade natal para fugir de um passado conturbado e trabalhar num novo emprego. Porém quando é involuntariamente enviada para um hospital psiquiátrico, ela enfrenta seu maior medo. Mas será que ele é real ou produto da sua imaginação? Distúrbio questiona nossa percepção da realidade, instinto de sobrevivência e o sistema que deveria tomar conta de nós.
É até engraçado falarmos que o diretor Steven Soderbergh tem um estilo próprio, pois cada filme seu é tão diferente do outro que não conseguimos montar nada em nossa mente, e mesmo se formos conferir sem saber que ele é o diretor, de forma que ao acabarmos de conferir o longa nem vamos saber que é dele, pois aqui ele trabalhou tanto o lado psicológico da trama mostrando o desespero da jovem em tentar fugir do seu stalker, quanto mostrou também a loucura de um sistema de saúde corrupto que se for verdade acaba sendo uma bomba imensa de clínicas que internam pessoas sadias apenas para lucrar com suas temporadas, e a formatação que o diretor escolheu trabalhar foi bem imponente, cheia de ações bem colocadas, mas que brincam com nossa mente para inicialmente confundir (deixando a dúvida se a protagonista está maluca ou não?), e no segundo ato já parte para algo mais insano, trabalhando com o crime em si mesmo, que acabamos até ficando bravos com muitas atitudes, e o resultado fica bem intenso. Ou seja, o diretor soube ser criativo para demonstrar tudo o que desejava, e principalmente conseguir trabalhar bem as atitudes, de forma que o filme causa sensações e agrada bastante com o resultado final maluco.
Quanto das atuações, sabemos bem o potencial de Claire Foy, mas aqui ela pareceu um pouco presa nas dinâmicas, não fluindo bem seus olhares iniciais, não atingindo muito um ponto alto rápido como poderia, mas num segundo momento sua Sawyer melhora tanto que o resultado muda e acaba valendo cada momento seu, ou seja, a atriz segurou bem tanto a tensão, como a dinâmica da trama para se destacar, e isso acaba agradando demais no final de tudo. Agora um grandioso erro do filme foi apostar em Joshua Leonard como protagonista, pois não sei bem o que queriam dele, mas certamente não era o estilo que entregou para seu David, pois ficou muito insosso, muito simples de atitudes, e certamente alguém mais maluco chamaria bem mais atenção, resultaria em cenas tensas melhores, e tudo mais, parecendo ser alguém bobinho que fica olhando para o nada, e isso apagou um pouco a chama da trama. Jay Pharoah foi muito bem em cena com seu Nate, chamando a atenção para tudo o que rolava no hospital, servindo bem como base jornalística, e principalmente junto da protagonista com diálogos precisos e bem marcados, além de trejeitos bem simples e diretos que agradaram bastante. Quanto aos demais, a maioria ficou em segundo plano, aparecendo pouco ou chamando pouca atenção, tendo um leve destaque para a loucura de Juno Temple com sua Violet rebelde, mas também só chamando atenção pela gritaria em si do que tudo.
Visualmente o longa tem um visual meio estranho, mas depois que pesquisei um pouco vi o motivo, afinal o filme foi inteiro filmado com um Iphone 7 Plus e algumas lentes, ou seja, o diretor quis fazer algo ainda mais barato e ousado, com uma proposta diferente, e junto da direção de arte mais minimalista que conseguiu um escritório simples, um hospital sem muito luxo, e que com ângulos mais fechados acabou tudo sendo bem funcional e direto, ou seja, mostrou serviço com pouco.
Enfim, é um filme interessante de proposta, bem feito, e que funciona, porém o sentimento que fica é que poderiam ter ido mais além nas cenas finais, de modo que tudo se enrolou tanto no miolo, que quando as coisas acabaram acontecendo já não tinham mais tempo de tela para avançar, e assim sendo muitos vão cansar antes de chegar nos finalmente. Sendo assim, até que recomendo bastante o longa, mas certamente não sei se lembrarei muito dele mais para frente. Bem é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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