A sinopse nos conta que apesar de ter dúvidas sobre seu relacionamento, uma jovem faz uma viagem com seu novo namorado para a fazenda da família dele. Isolados na casa com os pais de Jake durante uma tempestade de neve, a jovem começa a questionar tudo o que imaginava saber sobre seu namorado, o mundo e si mesma.
O mais interessante é que fui conferir o longa esperando algo complexo, afinal a maioria dos longas do diretor Charlie Kaufman são para se pensar, não são óbvios de situações, e geralmente poucos acabam entendendo realmente o que ele queria dizer, porém aqui ele errou muito a mão criando algo de memórias tão abstrato, tão confuso, com situações tão bagunçadas, que ao final já nem sabemos realmente o que ele quis passar para nós, e não digo que o conteúdo em si seja ruim, muito pelo contrário, temos cenas lindas, temos bons diálogos e interações, temos conflitos, mas a história como um todo acaba não tendo uma base funcional, e isso é o que mais incomoda, afinal já disse isso aqui inúmeras vezes, que quando paramos para ver um longa queremos refletir, queremos nos entreter, ou queremos pelo menos algo, e aqui não temos nada além de 134 minutos que quase servem como sonífero para quem não anda conseguindo dormir, e só.
Sobre as atuações, diria que Jessie Buckley deu um tom bem trabalhado para sua personagem, criando indagações bem formatadas, olhares e trejeitos diversos, e principalmente sabendo onde se encontrar para cada momento, ao ponto que se o filme fosse bom, a atriz seria daquelas que lembraríamos muito, mas infelizmente seu potencial não foi usado. Jesse Plemons é um ator que sempre faz papeis estranhos, e geralmente não coloca emoção em seus atos ao ponto de chamar atenção, e aqui seu Jake é ainda mais estranho por não causar grandes perspectivas do que esperar, ou seja, foi simples demais, introspectivo demais, e com atitudes até imponentes em alguns atos, mas nada que vá além. Como sempre Toni Collete consegue se destacar mesmo com papeis não muito chamativos, e aqui ela faz uma mãe que chama muita atenção pela risada, pelos trejeitos, e por tudo o que acaba sendo funcional, de modo que poderiam ter usado até mais ela para o filme funcionar, e que junto de David Thewlis, acabaram formando um casal diferente de tudo, e que certamente no livro possuem um simbolismo bem mais imponente que no filme. Quanto aos demais, todos apareceram em atos estranhos demais, e com isso nada chega a ser chamativo ao ponto de funcionar, de modo que Guy Boyd como um zelador de escola e Abby Quinn como uma atendente de uma sorveteria acabaram chamando um pouco mais de atenção, pelos atos em si, mas nada que seja memorável.
Dentro do conceito visual o longa se passa praticamente todo dentro de um carro, em meio a uma tempestade de neve, com os protagonistas dialogando, mas também tivemos várias cenas nos corredores de uma escola imensa, em uma sorveteria bizarra no meio de uma nevasca, e claro na fazenda dos pais do protagonista, mostrando desde o lugar aonde animais morreram no passado, outros estão mortos jogados e congelados, e outros estão apenas trancados, várias passagens de tempo ocorrendo dentro da casa, objetos cênicos importantes, e muita maquiagem de envelhecimento na cena final em diversos atores num teatro, ou seja, a equipe trabalhou bastante para representar tudo, usando claro de muita simbologia para tudo, e resultando em quase nada.
Enfim, é um filme que volto a frisar que ficou muito ruim, que certamente sabendo algo a mais da história (lendo o livro de Iain Reid, ou algum tipo de debate) muitos irão refletir mais, e sairão em defesa de que o longa é maravilhoso e tudo mais, porém como digo que um filme deve funcionar sozinho, o resultado é uma bomba imensa que nem pro meu pior inimigo acabarei recomendando, ou seja, fujam de dar o play nele. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com algum filme bom pelo menos, então abraços e até logo mais.
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