A sinopse nos conta que sobre um homem está lutando para recuperar sua memória depois de sobreviver a um trágico acidente de carro. Desesperado para voltar ao que era antes enquanto tenta criar sua filha, ele recebe um tratamento experimental que o ajuda a investigar um passado que de repente parece escuro demais para ser seu.
O diretor e roteirista Emmanuel Osei-Kuffour estreou na direção com uma trama digamos tecnológica em si, mas que brincou bem com nossa psique, ao ponto que vamos nos envolvendo tanto com a possibilidade do protagonista conseguir recuperar sua mente, que nem pensamos no outro vértice, de forma que quando ocorre a sacada até chegamos a pensar em algo pior com o amigo, chegamos a pensar em até algo pior com a ideia dele, mas jamais a ideia original que acaba ocorrendo no ponto de virada. Ou seja, souberam ocultar bem os fatos, e souberam melhor ainda em brincar com os pontos de virada para algo fictício bem marcante, e que mostrou que o diretor estreante tem uma mão bem segura de suas ideias, pois facilmente o longa poderia rumar para algo envolvendo espíritos e tudo mais, e ele ser manteve forte na ideia de ciência com uma boa dose de misticismo e tecnologia, ao ponto que o acerto acaba fluindo bastante, e o resultado final acaba empolgando bastante.
Sobre as atuações, podemos dizer que Mamoudou Athie tem personalidade e domínio cênico, de modo que as cenas de seu Nolan acabam sempre bem dimensionadas, e funcionam com olhares e trejeitos bem colocados, mostrando-se levemente aflito pelo tratamento, mas esperançoso ao menos, e assim acabamos até torcendo para ele, e claro ficando com medo dos seus medos. A jovem Amanda Christine também foi bem com sua Ava cheia de trejeitos imponentes, praticamente mandando em tudo e em todos, de modo que seus resultados acabam chamando bem atenção, mesmo que boa parte do filme acabe não dependendo dela. Phylicia Rashad trouxe um ar diferente para sua Lilian, ao ponto que até acabamos entendendo seus atos, embora seja algo proibido dentro da Medicina, mas a atriz foi imponente, soube dominar cada símbolo, e ao final vemos que pode até conseguir chamar uma continuação para si. Quanto aos demais, tivemos bons momentos tanto de Tosin Morohunfola com seu Gary preocupado com o amigo, cheio de dinâmicas bem colocadas, mas que não foi tão usado como poderia, e claro Donald Elise Watkins com seu Thomas forte e bruto de intensidade, que de cara já imaginávamos o que tinha rolado com ele. E claro tenho de pontuar Troy James (que sabia que conhecia de algum lugar, no caso do America's Got Talent) com suas imponentes movimentações cheias de contorção, que para quem não viu no programa de talentos, de uma caçada na internet, pois é assustador o que ele faz com seu corpo, e aqui no filme ajudou a não precisarem de computação gráfica.
Visualmente o longa foi bem interessante também, pois ambientado aparentemente dentro de uma sala de hospital cheia de computadores e equipamentos de última geração, o protagonista acaba saindo dali e indo para um apartamento bem detalhado, para um casamento bem simbólico, e para um quarto cheio de elementos cênicos, e que junto de muitos detalhes em cada momento vemos o trabalho da equipe de arte para brincar tanto com a mente do protagonista, quanto com a nossa, e o resultado acaba sendo bem satisfatório, e usando bem pouco de computação para o realismo ficar melhor ainda.
Enfim, é um filme que assim como o de ontem do mesmo projeto, também não dá para falar muito para não estragar as surpresas (aliás aqui falei até demais!), que consegue surpreender bem, e que entrega uma trama inteligente que até podemos pensar na possibilidade de acontecer realmente um dia, só esperamos que de forma mais "amigável", e sendo assim, também recomendo bastante o longa, mesmo com leves defeitos e exageros de uma primeira direção. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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