O longa nos conta que durante as promoções de inverno de uma loja de departamento, um vestido amaldiçoado passa de pessoa para pessoa, causando todo tipo de infortúnio para a vida de quem quer que entre em contato com ele.
Não posso dizer que é um filme de todo ruim, pois ele possui o estilo próprio dos filmes trash de antigamente, e aqueles mais saudosistas irão se apaixonar por tudo o que o diretor Peter Strikland acabou entregando ao ponto que parecemos voltar no tempo. Porém é um longa feito somente para isso, de modo que quem nunca viu um filme do estilo "filme B" acabará assustando com tanta bizarrice e sequer conseguirá se manter até o final da trama, que aliás é estranha também, afinal vemos uma loja de departamentos que é totalmente fora de padrão, uma atendente estranhíssima, e claro o vestido com vida própria, de modo que se me perguntarem amanhã qual era realmente a história do longa não vou lembrar, pois praticamente temos duas histórias, uma de uma mulher que se separou e vai a encontros casuais marcados pelo jornal, e a segunda de um consertador de máquinas de lavar que vai se casar e é demitido por arrumar a própria máquina, ou seja, o vestido é praticamente jogado em duas tramas nada a ver com nada, e o resultado é algo que o diretor quis mostrar: o descontrole total de tudo.
Sobre as atuações, como as duas histórias passam principalmente pela loja de departamentos, diria que o destaque fica para o estilo estranho de Fatma Mohamed como Miss Luckmoore, que entrega uma forma de atendimento que chega a ser até assustadora de tão polida, sendo que metade dos clientes nem devem entender nada do que a atendente passa, mas o resultado visual é bem interessante de ver. Na primeira história, Marianne Jean-Baptiste até foi bem interessante com sua Sheila, buscando um parceiro no jornal, com recortes e tudo mais, a atriz fez expressões marcantes para cada um dos momentos, e se mostrou bem conectada com o desespero, só seus patrões no banco que soaram bem bizarros também pelas frases que indagaram, mas como voltam no segundo ato também falando bizarrices, o problema é outro. Na segunda história também temos de pontuar bem a eloquência de Leo Bill com seu Reg, ao ponto de que até parece deixar as pessoas em transe falando dos problemas das máquinas de lavar, de uma forma bem assustadora, e assim o ator acabou se entregando bem para o filme, e novamente os gerentes do banco vieram com indagações absurdas para o jovem, ou seja, Julian Barratt e Steve Oram chamaram atenção não por suas atuações, mas sim pelos textos malucos que falaram, e assim o filme se fluiu.
Visualmente o longa traz uma estética bem antiquada, com propagandas bizarras piscando em cores fortes, figurinos excêntricos para os atendentes da loja de departamentos, e claro casas tradicionais da época com jogos, aquecedores e tudo mais que remetesse bem os anos mais antigos, de forma que a equipe mostrou conhecer bem o que lhe foi encomendado, e o resultado visual acaba agradando bastante, mesmo sendo uma loucura total, além das cenas de cortes e sangue serem explosivas demais, também do jeito que eram os filmes B.
Enfim, é daqueles filmes que nem tenho muito o que falar, que terão aqueles que vão adorar por mostrar algo antigo bem feito, que remete completamente a um estilo próprio, e aqueles que irão odiar por estarem esperando qualquer outra coisa diferente, e infelizmente estou nesse segundo grupo, pois mesmo sabendo que o estilo é assim, fui conferir esperando um filme mais atual, que mesmo tendo algo bizarro como um vestido assassino, não dependesse de bizarrices de baixo orçamento para se manter. Então se você é daqueles saudosistas que curtiam os filmes B, até pode ser que goste do que verá, do contrário, prefira ver qualquer outra coisa. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, que nem vontade de ver nada tenho mais hoje, mas volto em breve com mais textos.
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