A sinopse nos conta que Radha é uma dramaturga sem sorte em NY, que está desesperada por uma descoberta antes dos 40. Reinventando-se como a rapper RadhaMUSPrime, ela oscila entre os mundos do Hip Hop e do teatro para encontrar sua verdadeira voz.
Diria que a diretora e roteirista Radha Blank quis ousar com um pouco de tudo, em uma explosão experimental que acabou funcionando tanto como um auto reconhecimento, quanto como uma tentativa de se ver em outros vértices, e fazer um documentário dessa experiência seria cansativo e chato, então ela como uma boa dramaturga, resolveu brincar com a ideia em cima da ideia da ideia, numa grande mistura de estilos, de visuais, e claro de experiências, ao ponto que soasse crítica com si mesmo, e também se abrisse para que outros vissem suas novas situações, ao ponto que acabou dando certo, de modo que o resultado funciona como algo diferente de ser visto, mas que não cansa, e que principalmente fala com aqueles que estão querendo mudar, mas não possuem a coragem para explodir e tentar algo novo, afinal sair da zona de conforto é algo que ninguém quer, mas que é preciso para saber viver melhor, e como é mostrado no longa, sua satisfação foi bem mais gostosa comendo um salgadinho na esquina do que na festa chique que seria sua estreia.
Basicamente tivemos Radha se jogando como protagonista, fazendo bons trejeitos e dominando cada um dos seus atos, e com isso chega a ser difícil dizer que ela estava interpretando a si mesma, mas talvez uma versão que sonhasse ou quisesse ser, e assim o resultado chama atenção por não ser algo que ela ficou extremamente presa, e o acerto funcionou. Oswin Benjamin entregou um D interessante de estilo, bem fechado de possibilidades, e sendo marcante com sua pegada mais desenhada e cheia de virtudes tanto para as batidas, quanto para os trejeitos diretos que passou para a protagonista, é um personagem de essência, mas muito bem feito. E claro que temos de falar de Peter Kim, entregando o agente da protagonista Archie de uma maneira carismática, cheio de cenas marcantes, e principalmente sabendo ser dinâmico para que todos os momentos se encaixassem bem, e mostrasse a relação de ambos como algo a mais do que apenas profissional. Quanto aos demais, tivemos bons jovens nas aulas, e até bons momentos com os atores da peça, mas nada que chamasse realmente muita atenção interpretativa.
Visualmente o longa é simples, porém acaba sendo interessante pela estética escolhida, de modo que acabamos nos envolvendo com o filme praticamente todo em preto e branco, quebrando com coloridos nos momentos reais da história da protagonista, tivemos boas cenas na escola, no apartamento da protagonista, e no estúdio de D, sempre com elementos cênicos clássicos para realçar cada detalhe, que mesmo sem muito contraste acabaram bem realçados e chamativos. Além claro da peça muito bem montada e cheia de detalhes, que valeria até mais tempo de tela, ao menos no conceito visual.
Enfim, é um filme bem diferente do usual, que até agrada se refletirmos em cima de tudo o que deseja passar, mas que não é nada muito brilhante, e que chama a atenção realmente como ele é: um filme de festival, pois quem assistir ele com um âmbito comercial, certamente não irá gostar de nada. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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