A trama nos conta que uma jovem de origem humilde se casa com um rico nobre e se muda para sua intimidadora mansão na costa da Inglaterra. Chegando lá, ela passa a viver às sombras da falecida Rebecca, a misteriosa esposa anterior de seu marido, descobrindo, aos poucos, misteriosos segredos sobre seu passado.
Diria que o diretor Ben Whealey quis valorizar demais a boa química do casal principal, pois o primeiro ato é imenso, cheio de romances e passeios, com toda uma ambientação de época caríssima, muitas champanhes, praias, e tudo mais, ao ponto que cheguei a pensar que o filme seria totalmente diferente do original, porém ao se casarem e chegarem na mansão, o longa toma o tom mais denso pela proteção da empregada, e claro, todo o mistério em cima da morte da ex-esposa, que no original era contado meio que logo de cara, enquanto aqui o mistério fica até quase as cenas finais. Ou seja, o diretor brincou mais, e não quis ir tão direto ao ponto, de forma que o filme tem uma boa essência, tem boas cenas, e até consegue fazer com que ficássemos intrigados com tudo, mas que talvez precisasse de mais ritmo para que o filme causasse algo a mais no espectador, afinal estamos falando de uma refilmagem de um clássico de Hitchcock que venceu o Oscar de Melhor filme em 1940, mesmo com todas as polêmicas em cima de plágio e tudo mais, ou seja, merecia um trato melhor para que não virasse a novela que acabou virando, que mesmo não sendo ruim, não causa nada de mais.
Sobre as atuações, posso estar muito enganado, mas Lily James fez o filme sem vontade alguma, de forma que sua personagem fica sempre com trejeitos sem muita entonação, desanimada demais, com uma desenvoltura cansada, ou seja, vemos ela frouxa demais, pelo menos até o momento do julgamento, aonde parece se jogar um pouco mais e até chamar a atenção, mas poderia ter ido muito além em tudo para que o filme focasse mais nela, porém a química com o protagonista foi bem interessante, e até deu um bom casal. Armie Hammer caiu bem para a personalidade que Maxim necessitava, de forma que não foi nem muito durão, nem um brucutu cheio de espontaneidade, ao ponto que dosou tanto o carisma quanto o mistério em cima do personagem, e com olhares mais abertos fez com que tudo soasse simples ao seu redor. Agora sem dúvida alguma o filme é de Kristin Scott Thomas com sua Danvers, ao ponto que ela entrega força, rancor, e tanta desenvoltura para sua personagem que chegamos a ficar com tanto ódio dela que torcíamos pelo seu pior, e a cada momento ela só aumentava as situações de imponência de forma que não conseguimos tirar os olhos dela, ou seja, foi perfeita em tudo. Quanto aos demais, tivemos algumas boas participações, mas nada que chegasse a chamar tanta atenção, tendo um leve destaque para Sam Riley com seu Jack Favell, mas não foi muito além do que poderia com o personagem.
Visualmente a trama tem muito estilo, pois conseguiram dar o tom de época certo com carros, figurinos, cenografias, ao ponto que o longa certamente ficou bem caro, mas compensou e muito, pois temos uma mansão cheia de detalhes perfeitos, muitos quadros, muita criadagem, muitos elementos pequenos para mostrar toda a lembrança da antiga dona, além de uma casa de barcos ainda mais detalhada, e até mesmo nas cenas no hotel foram para ninguém reclamar de pouca cenografia, ou seja, é daquelas produções que a equipe de arte se entrega do começo ao fim, e que com um final bem quente, literalmente, chega a dar até uma certa tristeza, ou seja, perfeitamente impecável visualmente.
Enfim, é um filme até que bacana de conferir, porém alongado demais, com um estilo bem novelesco que até vai cativar um público que gosta mais disso, mas que passa bem longe do longa dos anos 40, e que é bom por isso, ou seja, um bom drama de época com um mistério interessante de segundo plano. Ou seja, até recomendo o longa, mas digo com certeza para todos irem preparados para algo bem longo, que chega até cansar. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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