Convenção das Bruxas (Roald Dahl's The Witches)

11/21/2020 02:35:00 AM |

Houve tanta polêmica em cima da refilmagem de "Convenção das Bruxas" que estava até com medo do que iria ver na telona hoje, mas posso dizer que entregaram um filme bobinho, bem infantil, cheio de situações de aventura dos ratinhos, e que infelizmente não passou em 3D devido a pandemia, pois é notável o tanto de cenas que tem coisas saindo da tela. Porém tirando esse detalhe é uma trama divertida, com situações leves bem feitas, efeitos interessantes, e sacadas bem montadas mostrando boas atuações das protagonistas, e claro dos ratinhos, ao ponto que certamente a criançada vai curtir conferir, mesmo levando alguns sustinhos de leve, mas nada que traumatize, mesmo mostrando as bruxas com corpos estranhos. Ou seja, não é uma obra de arte memorável, mas que vale pela diversão passada, e que não vou comparar com o antigo pelo simples fato de não lembrar realmente de quase nada, e assim sendo, vou seguir como sendo algo novo.

O longa conta a história sombria e divertida de um jovem órfão que, no final de 1967, vai morar com sua amada avó na cidade rural de Demópolis, no Alabama. Quando o menino e sua avó encontram algumas bruxas enganosamente glamorosas, mas completamente diabólicas, ela sabiamente o leva para um resort à beira-mar. Lamentavelmente, eles chegam exatamente ao mesmo tempo que a Grande Rainha Bruxa do mundo reuniu suas colegas camaradas de todo o mundo - disfarçadas - para realizar seus planos nefastos.

O estilo do diretor Robert Zemeckis é daqueles que sempre fantasia algo a mais do que você realmente está vendo na tela, e aqui o diretor permeou uma dinâmica bem trabalhada, cheia de cores e magia, que funciona dentro do que se propõe, que é contar a história do jovem garotinho desde quando perdeu os pais até quando virou um herói mundial, e ainda nesse miolo ele brinca com a ideia do luto, trabalha a questão de órfãos, e até impõe o drama de jovens que os pais nem ligam se os filhos estão presentes, ou seja, criando dinâmicas morais fortes, ele traz para seu filme algo que serve para algumas discussões, mas que deixando tudo isso bem em segundo plano ele pode ousar brincar com aventuras pelos dutos de ventilação, passeios pela cozinha do hotel e muitas outras cenas bem sacadas com os ratinhos, ao ponto que quase esquecemos que o filme é mais sobre as bruxas do que tudo. Ou seja, Zemeckis não quis tornar o longa tenso demais (aliás nem a ideia original é tensa!), e brincou com tudo o que tinha em mãos, criando até algumas situações que são passíveis de discutir como o caso das deformidades das bruxas, mas que é um exagero discutir isso como acabou acontecendo, então ignorem tudo o que apareceu nas redes, e vá curtir uma trama bobinha, infantil, mas gostosa de assistir.

Sobre as atuações, basicamente temos Anne Hathaway detonando com muita expressividade, com um sotaque incrível e com trejeitos brilhantes que aliados a computação gráfica para mostrar uma uma abertura de boca fora dos padrões acaba até assustando, mas mais do que assustar a atriz se entrega numa personificação brilhante de Grande Rainha Bruxa, ou seja, detonou como sempre. Octavia Spencer também se doou bastante como uma avó cheia de ginga que gosta muito de dançar e está sempre pronta para auxiliar o neto seja em sua forma humana triste pós-morte dos pais ou já como o ratinho aventureiro, ao ponto que seus trejeitos clássicos acabam funcionando na medida, e a atriz agrada como sempre. Stanley Tucci acaba fazendo alguns trejeitos e sendo levemente atrapalhado como o gerente do hotel, mas sem ter grandiosas cenas para chamar atenção acaba ficando meio que secundário demais, e assim não vemos tudo o que o ator costumeiramente entrega. Jahzir Bruno começou meio quieto demais, como um garoto tímido e triste, mas ao parar de atuar corporalmente e só emprestar sua voz para o ratinho herói, o resultado é uma desenvoltura perfeita, que junto de uma computação de primeira linha acabou dando bons movimentos e muita astúcia para o personagem, agradando demais em tudo, ou seja, um grande acerto, e claro que sua voz adulta incorporada por Chris Rock foi uma personificação e tanto funcionando demais. Da mesma forma os dois demais ratinhos foram bem desenvolvidos e cheios de bagunça, que junto das vozes de Codie-Lei Eastick e Kristin Chenoweth resultaram em cenas bem bacanas e com dinâmicas precisas para os momentos que necessitavam aparecer mais.

Visualmente o longa entra claro no conceito mágico, que dentro de um hotel recheado de ambientes muito bem decorados, mostrando um capricho imenso da equipe de arte, resultaram em bons momentos para que tudo acontecesse, além claro de muita computação gráfica para as aventuras dos ratinhos, vários momentos com boas profundidades e elementos vindo em nossa direção (mesmo sem os óculos 3D, ou seja, quem comprar depois o material em 3D certamente irá ficar bem satisfeito com tudo), e que com muitas cores e bons efeitos ainda entregaram cenas bem feitas e moldadas para funcionar para entreter a garotada, ou seja, vale pelo visual mostrado.

Enfim, é um longa bem bacana, que está bem longe de ser perfeito para todos, pois como disse no começo é algo bem leve e bobinho demais, que praticamente funciona como um bom passatempo, mas que dificilmente virará um clássico como seu antecessor (embora eu pessoalmente não lembre muito dele, mas sei que vi algumas vezes na TV). Ou seja, vale a conferida com a garotada, e recomendo com toda certeza para todos que gostem desse estilo mais infantil com algumas tentativas de susto, mas muito mais aventura que tudo. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...