A sinopse nos conta que depois de uma fuga angustiante do Sudão do Sul, arrasado pela guerra, um jovem casal de refugiados luta para se adaptar à nova vida em uma pequena cidade inglesa, onde uma força do mal está à espreita.
O diretor estreante em longas Remi Weekes até soube brincar bem com sua trama, trazendo monstros internos e externos para todos os momentos, com uma ambientação incrível entre escuro, sonho, paredes em movimento vivo, mas sempre deixando no ar que o terror em si estava na cabeça dos protagonistas, de como conseguiram chegar até ali, suas culpas e tudo mais, ao ponto que só vamos entender bem no final, e isso talvez seja um leve defeito do estilo escolhido pelo diretor, pois não indo diretamente no ponto acabamos não percebendo muito o resultado final, mas que de certa forma, acabamos envolvidos com todo o sentimento dos protagonistas, e mesmo a ideia sendo algo superficial para quem não viveu todo o temor passado, o resultado acaba funcionando. Ou seja, é um filme que poderia ter ido mais além, que quem entrar no clima até conseguirá sentir algo a mais, mas conhecendo o público dos streamings, a maioria irá odiar o filme, enquanto os críticos irão se apaixonar por tudo.
Sobre as atuações, temos de ser bem diretos e falar que Sope Dirisu trabalhou seu Bol com muito envolvimento, cheio de trejeitos interessantes, e suas cenas sempre procuraram trabalhar o misto loucura e desespero, ao ponto que o ator segurou bem a onda de protagonista, e conseguiu dar a dinâmica necessária para todos os momentos. Da mesma forma Wunmi Mosaku trouxe para sua Rial já a diretiva de entender a necessidade e não se encontrar no mesmo plano correto, desejando cada vez mais voltar para sua vila, mesmo que lá morra, mas não precisando pagar seus pecados ali numa terra que não é sua, e a atriz foi forte e interessante na medida certa, ao ponto que surpreende sem ir muito além. Quanto aos demais, chega a ser até engraçado as caras que Matt Smith faz com seu Mark, sem entender muito o que está rolando com o protagonista, vendo a destruição da casa, e tudo mais, de modo que flui bem, e Javier Botet apenas fez mais um monstrengo no cinema, ao ponto que já virou clássico seus personagens em todos os terrores possíveis.
Visualmente o longa acaba sendo até mais intenso que a proposta da história, pois com rituais e personagens assustadores aparecendo com máscaras de tribos nos buracos na parede, andando pelo teto e pela casa no escuro, o resultado de filme de terror acaba indo até bem além, e toda a fuga do Sudão é mostrada com uma intensidade ainda mais forte depois no final, ou seja, a equipe de arte brincou tanto com a ideia de um filme de refugiados, quanto como um filme de terror tribal, e assim o resultado geral tem momentos fortes dentro e fora da casa, e isso é um grande detalhe para se reparar em tudo.
Enfim, é um filme simples se formos olhar a fundo, mas que tem uma proposta tensa e intensa de roteiro, que visualmente é bem expressado, e que pelas atuações acabamos envolvidos com tudo o que a história nos mostra, porém aqueles que curtem um terror de monstros e sustos talvez não entrem tanto no clima, e assim sendo, não recomendo para esse grupo, embora seja um bom filme de terror, que dá pra entrar bem no clima e sentir o terror que os protagonistas estavam vivendo em suas mentes. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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