Como bem sabemos o estilo de direção de Pete Docter é mais introspectivo, com filmes bem presos em situações que nos fazem pensar, e isso já tinha sido notado em "Up - Altas Aventuras", mas ficando bem claro em "Divertida Mente", só que em ambos os casos tínhamos personagens bem carismáticos e subtramas engraçadas que faziam os pequenos se conectarem também, enquanto aqui ele já puxou totalmente para algo bem direto e instintivo que vai fazer muitos refletirem sobre tudo o que já fizeram e desejam fazer na vida, ao ponto que até rimos um pouco das situações que a personagem 22 nos entrega, dos seus antigos mentores, e claro do que acaba fazendo no corpo de Joe, mas não chegamos a nos conectar com nenhum personagem, nem emocionar com o que acabam fazendo, e isso é uma falha grandíssima de um longa da Pixar, pois ficou parecendo que a trama não teve sentimento, e sim apenas um estilo de vida que precisamos aprender a ter. Ou seja, temos sim uma boa história, uma boa vivência e tudo mais, mas em quesito de uma animação realmente empolgante e emocionante faltou muito para acontecer.
Quanto dos personagens, temos Joe bem disposto a conseguir voltar para sua vida, com um visual bem bacana, clássico dos amantes de jazz, cheio de estilo, e que quando conseguiu finalmente entrar em uma banda de seu sonho, acaba caindo em um buraco e morrendo, ou seja, é o tradicional azarado em tudo, que Jamie Foxx deu uma boa personalidade, e cativou bem o personagem com um bom estilo na voz. 22 é daquelas almas que não quer nada e só quer curtir ali onde está, tendo consciência de todos os problemas da Terra pelos mentores que teve, e não querendo ir enfrentar o mundão aqui, além de não conseguir ver seu propósito, e acertaram a mão ao escolher Tina Fey para dublar a personagem por justamente ela ser uma atriz de alma livre, porém faltou um pouco mais do seu tino cômico para que a personagem explodisse mais, e aí sim o filme deslancharia melhor. O longa em si é bem focado nos dois, mas vemos ainda boas personalidades na mãe do protagonista, na alma hippie do bicho-grilo como chamaram um pescador de almas, e até mesmo os Zés (ou Jerrys em inglês) tiveram um bom tom, além do contador de almas Terry, que sei que alguns críticos irão polemizar e filosofar sobre cada personagem, mas como cinema faltaram um pouco.
Quanto ao visual, como todo bom filme da companhia, tivemos um ambiente bem desenvolvido, com uma Nova York super lotada, cheia de personagens diferentes e lugares incríveis por onde os personagens passarão na Terra, como um bar de jazz, uma barbearia, uma pizzaria, uma loja de conserto de roupas, além claro do apartamento do protagonista e a escola aonde o protagonista dá aula de música para a banda comunitária, já no ambiente espiritual tivemos boas cenas com as almas aprendendo suas personalidades, as almas-perdidas, e claro um pescador de almas completamente malucão, ou seja, muitas cores fortes para as cenas mais tensas, e pasteis para os ambientes de luz, aonde tudo bem mesclado deu um tom funcional, além claro da representatividade negra chamando a atenção em uma animação. Sendo assim temos um estilo bem pautado, funcional e que acaba agradando bastante.
Enfim, é um bom filme, que agrada bastante pela história mostrada, mas que faltou muito para emocionar e envolver como esperávamos acontecer, e que principalmente pelo tanto que acabaram falando dele, fomos com sede demais ao pote, não encontrando tanto para se envolver. Ou seja, até recomendo o longa para quem tiver com o streaming ativado, mas não vá esperando um dos grandes filmes da Pixar, pois a chance de se decepcionar é bem grande, mas como já disse não é um filme ruim, apenas não é algo que se impressione muito.
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