É até interessante pararmos para analisar que diminuíram bem a quantidade de longas esportivos nos últimos anos, pois antes víamos boas histórias envolventes com temas que emocionavam com tramas de superação e tudo mais, mas como não foram mais tão criativos deu uma sumida, e aqui embora não seja um filme de superações, o diretor e roteirista Mohamed Hamidi soube ser criativo no desenvolvimento, brincou com as personalidades de cada personagem, e acabou de uma maneira bem simples divertindo com todo o processo, meio que apenas transformando um time da última divisão do campeonato local que era masculino, usando as mulheres da cidade e fazendo alguns jogos, sem muito para onde ir também com a ideia toda. Ou seja, nem vemos grandiosos temas sendo abordados, mas sim algo funcional bem trabalhado, que agrada e resolve rápido, mostrando poucos jogos, poucos treinos e alguns atos nas casas dos protagonistas, sem ir muito além, mostrando que o diretor também não pretendia muito com o filme, mas ao menos não errou exagerando em trejeitos e situações forçadas, ao ponto que tudo acaba sendo uma boa curtição.
Sobre as atuações diria que Kad Merad foi tão bem com seu Marco, tendo uma paixão pelo time/clube, sendo até mais do que um treinador, mas sim um paizão do time, e com olhares doces e bem diretos acabou funcionando com personalidade, sendo até gostoso demais ver seu estilo cênico. Alban Ivanov também foi bem divertido com seu Mimil, claro que forçando a barra um pouco, mas sem exagerar demais, seus atos acabaram bem encaixados com os diversos momentos da trama, e o resultado funciona. Quanto das mulheres, o destaque é claro para Céline Sallette com sua Sthéphanie liderando tudo, sendo imponente e chamando a responsabilidade para si nos diversos atos, e Sabrina Ouazani com sua Sandra pela história em si de uma ex-presidiária que busca redenção para voltar a cuidar da filha, de modo que a vemos jogando bem (provavelmente uma dublê), e agradando bastante, mas ainda tivemos bons momentos com Laure Calamy com sua Catherine se impondo contra o machismo do marido presidente do clube.
Visualmente o longa também foi bem limpo, tendo um clube com seu campo de treinamento aonde vemos alguns exercícios tradicionais de times de futebol, vemos 4 jogos num campo com torcida bem pequena, mas animada, algumas comemorações em um bar bem detalhado, algumas cenas num vestiário simples, e claro cenas nas casas dos protagonistas, aonde ocorrem as diversas situações de trocas de casal, com maridos tendo de cuidar das crianças sem saber o que fazer, brigas no café da manhã, e tudo mais que acaba dando o tom divertido, mas sempre bem simples, ao ponto que as reuniões da federação esportiva parecem uma sala de leitura de roteiro, com uma mesinha simples e nada mais, além claro de uma cena num clube mais requintado, que acaba sendo bem rápida, porém bem envolvente.
Enfim, é uma comédia gostosa de ver, bem divertida e que realmente acaba sendo um bom passatempo que agrada na medida certa, não sendo nem apelativa, nem desejando rumos de grande chamariz, valendo a indicação e o tempo de sessão, e sendo assim recomendo para todos. Bem é isso pessoal, esse foi o meu último filme do Festival Varilux 2020, mas ainda continuará passando em algumas cidades (Ribeirão Preto inclusive), e quem não foi ainda vá, pois tem bons filmes ainda passando, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos das estreias, então abraços e até logo mais.
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