quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Netflix - Ava

Sempre que vemos um longa de ação com uma protagonista mulher socando tudo e todos, matando como profissão e tudo mais, acaba sendo inevitável a comparação com o que Charlize Theron fez em "Atômica", Angelina Jolie em "Salt", e até mesmo Scarlett Johansson em "Lucy", porém se nos outros tínhamos histórias envolvente, lutas imponentes e personagens fortes, não podemos dizer o mesmo do novo lançamento da Netflix, "Ava", pois aqui a protagonista Jessica Chastain até é imponente nos seus atos, porém a história é fraca, o desenvolvimento todo praticamente ocorre na abertura (ou seja, preste atenção ali, senão a chance de não entender quem é a personagem é bem alta!), e quando realmente a situação ia começar a pegar fogo o longa acaba. Ou seja, é um filme com uma boa dose de ação, tem alguns bons momentos, mas ficou parecendo tão artificial tudo, com algo rápido demais e sem muita desenvoltura, que o resultado final acaba nem empolgando como poderia, nem chamando atenção, de forma que talvez nem lembremos dele mais para frente, a não ser pela como sempre bela e imponente protagonista.

A sinopse nos conta que letalmente bela e incrivelmente eficiente em sua perigosa linha de trabalho, Ava, uma loba solitária taciturna e assassina de sangue frio, está começando a desenvolver uma consciência. Tendo vencido sua dependência de álcool e substâncias com a ajuda de Duke, seu mentor grisalho da morte e da figura paterna, cada vez mais a instável Ava deixa a culpa atrapalhar o fechamento de seus "negócios", atraindo atenção indesejada ao quebrar o protocolo. Como resultado, após uma tentativa fracassada de liquidar um alvo de alto perfil, Ava se reúne com sua família afastada após oito longos anos de ausência, sem saber que ela acabou de assinar sua sentença de morte. Agora, enquanto Ava tenta acertar velhas contas e se reconectar com seus entes queridos, todos os assassinos do ramo estão atrás dela. Ava pode contar com Duke para tê-la de volta?

Sabemos muito bem da capacidade do diretor Tate Taylor, afinal já dirigiu excelentes dramas e até um bom terror, porém aqui ao tentar uma trama de ação acabou que não lhe deram um orçamento decente, ou melhor, exigiram dele algo curto demais sem um bom desenvolvimento, pois certamente o roteiro de Matthew Newton teria algo a mais para ser trabalhado, e não apenas a dinâmica rápida que foi entregue. Ou seja, o que vemos na tela provavelmente merecia um desenvolvimento maior, tipo algo parecido com uma minissérie ou quem sabe dois ou três filmes que mostraria um pouco mais da vida da protagonista, um pouco mais da associação de assassinos, e até mais do treinamento dela, pois da forma que foi jogada na tela, não conseguimos acreditar em quase nada, e o resultado acaba falho e exagerado demais. Porém friso que não é um filme ruim, pois tem atitude ao menos, e assim sendo dá para curtir as lutas corporais, mas que com certeza seria muito melhor um pouco mais alongado pelo menos.

Sobre as atuações, sabemos bem o potencial de Jessica Chastain, isso é algo inquestionável, e a atriz que é muito boa tanto em diálogos quanto em cenas de ação, soube trazer para sua Ava uma mulher camaleônica com muita atitude e interação, ao ponto que acabamos seguindo bem o que ela faz, porém como já disse faltou um desenvolvimento maior da personagem, e assim sendo a personagem até acaba sendo bacana dentro do longa, mas como não a conhecemos bem, não torcemos tanto para ela. Colin Farrell basicamente poderia ser chamado de vilão com seu Simon, e isso ocorre muito bem nas cenas finais, porém ele meio que surge do nada como líder dos assassinos, e com situações meio que jogadas ficou parecendo até que o longa é uma continuação de algo, ou seja, o personagem até poderia ir mais além, mas não acontece, porém suas duas lutas acabaram sendo bem trabalhadas, e se o ator não usou dublê mostrou poder ser chamado para mais filmes de ação. John Malkovich caiu bem como o mentor da protagonista Duke, e tem um estilo chamativo meio lento e cadenciado que até agrada bastante, porém faltou um pouco mais de história para que tudo se encaixasse melhor. Quanto aos demais, todos foram razoáveis e apareceram apenas para dar conteúdo na trama, tendo leves destaques para Common como um ex-namorado da protagonista e atual namorado da irmã, a mãe vivida pela grande Geena Davis, mas sem muita função na trama (tendo apenas uma emocionante cena no miolo), além de outros que brotaram para praticamente nada, como a filha do vilão que começa o filme em cima de uma moto e termina o filme caminhando atrás da protagonista, ou seja, faz jus a dizer que a trama deve ter mais capítulos.

Visualmente é até engraçado pensar que gastaram tanto com cenas no frio, cenas em carros de luxo, boates, hotéis, parques, muitas armas, lutas corporais, festas e tudo mais para apenas um longa, ao ponto que ou a equipe de arte ficou maluca e saiu estourando o orçamento, ou já gravaram dois filmes e logo mais vemos a continuação, pois é irreal toda a cenografia bem preparada, tudo o que acaba ocorrendo nas cenas finais e terminar ali, ou seja, temos um filme imponente visualmente, mas que não precisaria nem de metade do que apareceu em cena.

Enfim, é um filme bem interessante, porém muito mal executado, ao ponto que vemos boas cenas com dublês, mostrando que o diretor de dublês funcionou até melhor que o próprio diretor do filme, e que certamente vamos esperar muito em breve uma continuação para provar que o conteúdo da trama iria funcionar de forma estendida, mas que sendo apenas ele solto, é algo que não vale a recomendação. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais um texto, então abraços e até logo mais.


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