Não diria que o trabalho da diretora Anna Wieczur seja algo excepcional, pois ela praticamente ambientou um show de talentos com uma história mais fluída, e assim o resultado até chega a acontecer e funcionar, mas não é nada que nossos olhares vá muito além, nem algo que vamos lembrar daqui a alguns dias que vimos, e sendo assim o resultado até empolga em alguns atos pela boa trilha sonora escolhida (que aparentemente não é cantada pelos protagonistas reais, ao menos não identificaram nos créditos) e pelas dinâmicas interessantes de ver, mas faltou um pouco a mais de imposição e personalidade para que o filme não fosse só um episódio cênico de um reality musical. Ou seja, talvez um pouco mais de dramaticidade e realismo nos momentos de cada um dos personagens agradaria mais, não precisando forçar tanto com os protagonistas, e ainda mais com os secundários.
Sobre as atuações, a jovem Katarzyna Sawczuk até foi bem destemida como o título nacional acabou colocando, trabalhando bem olhares imponentes e se entregando bem na mudança de personalidade, mas assim como todo filme de mudança, o resultado ficou simples demais de acreditar, e assim sendo faltou um pouco mais de força para seus atos. Maciej Zakoscielny também foi bem chamativo com seu Olo, ao ponto que tentaram algo meio Simon Cowell dos programas musicais americanos e britânicos, mas com um topete que não desmanchou nem nas cenas mais tensas (aliás ali poderiam ter bagunçado um pouco seu cabelo para ficar mais convincente!), e faltou também um pouco de imponência para ele funcionar. E se falamos em exagero, tivemos isso com Julia Kaminska com sua Ewa, ao ponto que chega a irritar o tanto de hashtags e surtos que a personagem tem, ou seja, poderiam ter minimizado seus ataques. Quanto aos demais, tivemos o namoradinho sonhador vivido por Adrian Majewski, o produtor maluco vivido por Tomasz Karolak e claro a mãe tristonha da garota vivida por Anita Sokolowska, mas ninguém conseguiu chamar tanta atenção e assim é melhor nem reparar neles.
O visual da trama também é bem simples, tanto que nem se esforçaram para fazer um programa de auditório com muitos figurantes, tendo uma bancada bem simples, uma banda de fundo e um palco aonde nem tentaram mostrar muitos personagens cantando, apenas os protagonistas para nem gastar muito tempo, uma festa em uma boate, e algumas cenas nos quartos do hotel, além claro das cenas na casa da protagonista e na escola da cidade (inclusive com um personagem aleatório correndo sem necessidade alguma). Ou seja, até trabalharam bem os figurinos dos protagonistas com um certo luxo para chamar a atenção, mas não quiseram ir muito além na cenografia para não precisar gastar muito, embora usaram alguns carrões para ostentar.
Enfim é como falei no começo, uma trama bem simples, que serve de passatempo, e assim sendo como um bom passatempo nem vemos muito o desenrolar das quase duas horas que o longa tem, e que quem gostar do estilo até irá se divertir, mas não espere nada indo muito além, senão a decepção é certa. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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