Sabemos bem o estilo do diretor David Fincher, e dificilmente ele erra quando pega um bom projeto, e aqui é daqueles projetos que certamente um diretor de cinema tem orgulho de ter feito, pois ele além de contar a história de como foi feito um dos maiores filmes do cinema mundial, ele soube escolher técnicas tão incríveis que mostra tão bem a época, trabalha bem uma fotografia lindíssima filmada em preto e branco (ou seja, não temos um filme rodado colorido que depois é convertido para preto e branco, ao ponto que cada detalhe de luzes fez toda a diferença), e que com um carisma próprio acabou sendo daqueles filmes que envolvem e vemos todo um trabalho preciso e incrivelmente dirigido, que representa demais todo o processo e a vivência do período, sendo quase uma aula que o diretor soube mostrar e agradar. Ou seja, é daqueles filmes que envolvem não com uma simplicidade cênica, mas sim com aquele algo a mais que traz cinema para dentro do cinema, que acabou não sendo lançado numa telona, mas que ainda passa muito bem a mensagem histórica da sétima arte, e que agrada bastante mesmo sendo um filme mais lento, mostrando que o diretor ainda tem muita bagagem para queimar, e que vai chamar atenção.
Sobre as atuações, um ponto que chama muita atenção é que o filme tem tantos personagens bem colocados, e praticamente todos são importantes para o momento, que seria até exagerado ficar falando de cada um, tanto que recomendo o texto do AdoroCinema para que quem não conhece os personagens fique mais inteirado de tudo, e até saiba um pouco mais antes de conferir o filme. Dito isso, como é de praxe em todos os seus filmes, Gary Oldman simplesmente dá um show com seu Mank completamente maquiado com próteses e tudo mais, ao ponto que nem mais conhecemos o ator sem maquiagem, pois cada filme seu é alguém completamente diferente e inusitado, e claro sempre com muita imponência nos trejeitos e nos diálogos, agradando demais com tudo, e sendo preciso com a personalidade que Mank tinha, ou seja, grandes chances nas premiações novamente. Diria que o diretor fez um milagre gigantesco com sua produção, transformando a inexpressiva Amanda Seyfried em uma personagem bem colocada, cheia de dinâmicas, e belíssima ainda por cima como foi Marion Davies, de forma que finalmente vimos a atriz ter desenvoltura num papel e conseguir chamar a atenção para si, ou seja, a atriz caiu muito bem na personalidade do papel e agradou muito com o que fez. Lily Collins também foi bem precisa com sua Rita Alexander, sendo mais do que uma ajudante do roteirista, mas sim aquela pronta para ouvir e ajudar a escrever todo o pensamento do artista, além de dar bronca nos momentos precisos, e dar o famoso apoio de presença, e a atriz além de singela foi bem colocada na trama. Tom Burke trabalhou bem seu Orson Wells nas poucas cenas que apareceu, afinal o longa é meio contra as atitudes do jovem diretor, mas aqui foi bem lúcido e direto, embora todos sempre falassem que ele era completamente maluco. Todos os demais tiveram boas participações, umas mais imponentes que as outras, mas de um modo geral bem colocados e chamativos, com destaques claros para Arliss Howard com seu Mayer imponente, Tuppence Middleton como a esposa do protagonista Sara, entre outros, pois cada um a sua maneira procurou chamar atenção agradando bem no conceito do longa.
Visualmente o longa é algo a parte, pois filmado inteiramente em preto e branco, com figurinos clássicos da época, carros, e uma ambientação incrível dos estúdios da MGM, além claro de festas nas mansões dos executivos, em sets de filmagens, e do quarto isolado aonde o protagonista escreveu um dos filmes mais incríveis da época estando acidentado, ou seja, tudo trabalhado em minúcias para ter muita representação cênica e claro muito envolvimento com cada detalhe da trama, sendo realmente um luxo tanto artístico quanto fotográfico, ao ponto que conhecendo a Academia vão facilmente escolher esse por cada sombreamento perfeito que a direção de fotografia escolheu para que tudo tivesse volume e envolvimento.
Enfim, um filme muitíssimo interessante pela história, e belíssimo de visual, sendo daqueles quase perfeitos para tudo, que só diria faltar um pouco mais de ritmo e talvez eliminar uns 15-20 minutos, pois começa a cansar em determinado momento, mas nada que atrapalhe o resultado final, e sendo assim recomendo muito ele tanto para quem é da área (para conhecer um pouco mais dos bastidores da época), quanto para quem apenas procura um bom filme, pois tem conteúdo e visual de sobra para entreter a todos. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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