Netflix - Tudo Bem No Natal Que Vem

12/08/2020 12:38:00 AM |

Ontem mesmo falei da quantidade de longas natalinos que tem surgido, mas conversando com um amigo ele me recordou que tem saído quase a mesma quantidade todos os anos, e eu que não percebi ou pulei o estilo em outros anos, ou seja, será que estou igual o protagonista de "Tudo Bem No Natal Que Vem", que acaba esquecendo de uma parte do ano? Não sei, só sei que esse ano já vi uma boa quantidade, e felizmente todos tem sido bem bacanas de conferir, e o novo da Netflix veio com uma mensagem ainda mais bonita, mostrando que devemos aproveitar melhor o momento, as datas, as pessoas juntas, pois não sabemos como vai ser no ano que vem, ou amanhã mesmo, ou seja, diferente das usuais comédias pastelão que o diretor Roberto Santucci costuma entregar, aqui ele ainda imprimiu uma certa dose de comicidade boba, porém com muito mais sentimento e envolvimento que acaba emocionando bastante ao final, e que na síntese completa acaba valendo bastante a conferida. Ou seja, é daqueles longas que tem muitos exageros, porém tem cenas bem divertidas (ri demais na cena do cachorro!), tem uma produção bem bacana para dar dinâmicas que mesmo sendo a mesma data, praticamente os mesmos atos, mas cada um com seu detalhe bem trabalhado, e principalmente junto de uma mensagem bonita acaba tendo um envolvimento que vale ser sentido, e assim sendo o longa acaba agradando bastante ao final.

A sinopse nos conta após despencar do telhado vestido de Papai Noel, Jorge logo percebe que está condenado a só acordar na véspera de Natal, ano após ano, tendo que lidar com as consequências do que seu outro "eu" fez nos demais 364 dias.

A dupla Roberto Santucci e Paulo Cursino é daquelas que já sabemos praticamente tudo o que vão entregar, pois como é uma parceria de anos e diversos filmes, com o primeiro dirigindo e o segundo roteirizando, basicamente já é algo comum de vermos cenas marcadas, pontos de reviravoltas tradicionais, e tudo mais, mas longe disso ser algo ruim, é algo que funciona como uma marca registrada deles, e aqui como praticamente foram quase que completamente diferentes de seus arquétipos tradicionais, o resultado embora seja conhecido acabou comovendo e funcionando bem, ou seja, a trama que nos foi entregue vai muito além de um simples filme natalino, procurando trabalhar a mensagem casual do "viva bem o momento, pois não sabemos o amanhã", juntamente com a ideia de "e se soubéssemos o que vai acontecer amanhã, como viveríamos o hoje?", e assim o resultado acabou fluindo bem e agradando como algo gostoso de curtir e se envolver. Claro que nas primeiras passagens o resultado acaba soando cansativo e exagerado, com as tradicionais piadas jogadas e com situações "cômicas" casuais que até vemos em muitos natais, porém com o desenrolar do segundo ato o filme toma uma forma bem melhor, e o resultado muda completamente para algo muito melhor.

Sobre as atuações, vou falar algo aqui que já disse não lembro em qual dos filmes de Leandro Hassum, e volto a frisar que seu humor forçado cansa demais, porém seu estilo dramático-cômico funciona demais, ao ponto que se ele abandonar o escracho exagerado certamente agradará muito mais e certamente chamará muito mais atenção, tanto que volto a falar que no segundo ato do filme que seu Jorge não está mais tão apelativo, o personagem flui, diverte e agrada muito mais do que o forçado de caras e bocas do começo, e assim sendo, ele foi muito bem no que fez, e acaba sendo novamente o nome que chama público, tanto que o longa está em primeiro lugar em toda a Netflix, assim como ocorre com seus filmes no cinema. Elisa Pinheiro caiu como uma luva para a personalidade emotiva e de eterna amante de Laura, trabalhando bem olhares apaixonados, tendo os atos mais fortes marcantes, e sabendo segurar aquela vontade de matar sem querer matar, e colocando um carisma tão grande para sua personagem, que o filme deveria ter usado até mais ela, pois a atriz foi muito bem em tudo. Os jovens Arianne Botelho e Miguel Rômulo foram bem coerentes nas suas atitudes como Aninha e Leozinho no segundo ato, trabalhando bem tanto nas situações mais casuais junto do pai, quanto na essência que o filme pedia, sendo grandes colocações na trama também, principalmente nos atos mais emotivos. Danielle Winits continua como em todo filme de comédia com sua Márcia: exagerada, gritando demais, e não divertindo nem funcionando, sendo daqueles personagens que até agradariam e teriam uma funcionalidade enorme na trama com qualquer outra atriz, mas ela não acertou. Quanto os demais, a maioria foi bem encaixada, sempre nas festas trabalhando como conexões para os personagens principais, e ou sendo temáticos para as piadas, tendo claro o destaque mesmo que parado na maior parte do tempo para Levi Ferreira como vô Nhanhão.

Visualmente o longa até tem bons momentos, tendo a maioria das cenas na casa dos protagonistas que foram mudando alguns elementos cênicos para dar as diversas passagens de anos, ao ponto que tudo foi simples, porém efetivo para os diversos atos, agradando bem com alguns detalhes, mas nada muito chamativo, porém já próximo ao final do longa tivemos uma sequência de passagens por diversos países bem interessantes, que num primeiro momento aparentou ter sido inteira filmada em chroma-key para os protagonistas não precisarem viajar para diversas locações, mas certamente a equipe aprendeu bem deixando tudo ao menos mais realista (pois em outro filme do diretor tivemos uma cena passada em outro país que foi desanimadora de tão falsa!), e assim sendo o filme tem um conteúdo visual bacana, funcional, e com bons momentos tanto na casa, quanto no momento de vídeo da vida do protagonista feito pela amante.

Enfim, é um longa perfeito? Não! Mas é daqueles que conseguem passar uma boa mensagem, que divertem (exagerando um pouco), e que conseguem trabalhar algo a mais do que o tema em si, tanto que o filme poderia se passar em qualquer outra data emotiva que daria o mesmo resultado, e sendo assim vale a indicação de conferida, e que certamente como costuma acontecer com os filmes do protagonista, deverá se manter um bom tempo entre os filmes mais assistidos da plataforma (ao menos no Brasil, mas pelo sucesso já está rodando bem o mundo também). Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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