Amazon Prime Video - Assassinos Anônimos (Killers Anonymous)

1/26/2021 01:12:00 AM |

Diria que a ideia principal do filme "Assassinos Anônimos" é bem interessante e certamente daria um daqueles filmes cheios de reviravoltas imponentes que surpreenderíamos com tudo e o resultado final seria um grande choque, afinal tem um elenco bem bom, tem um vértice maluco e bizarro, mas acabou soando fraco por não usar nem o bom elenco para grandes explosões, nem a história como um todo para funcionar, parecendo ser um pedaço de algo que talvez mais para a frente seja lançado. Ou seja, não chega a ser um filme ruim, pois tem boas cenas, mas talvez a revelação ocorrendo bem antes, e toda a pancadaria sendo mais realista no miolo, o filme teria uma fluidez mais propícia, e certamente empolgaria nos mesmos moldes que "Entre Facas e Segredos", mas como não ocorreu, acaba valendo apenas pela proposta tentada.

A sinopse nos conta que um grupo de pessoas com um vício comum - a sede de matar - realiza regularmente reuniões de assistência mútua. Sua comunidade anônima está envolta em uma rede de intrigas sombrias quando uma tentativa de assassinato contra um senador ocorre na cidade. Logo depois, um novo elemento aparece no clube de assassinos anônimos e os participantes começam a suspeitar que pessoas perigosas e poderosas estão por trás de suas reuniões confidenciais.

O diretor Martin Owen até trabalhou bem a essência da trama que escreveu em conjunto com Seth Johnson e Elizabeth Morris, mas faltou para ele ir mais direto ao ponto e conseguir criar algo a mais para que os atos do filme ficassem imponentes, pois nem a reunião pareceu ser algo convincente, como nem o crime em si pareceu algo funcional, e assim o resultado acaba não acontecendo, e tudo vai se enrolando. Ou seja, vemos um filme morno demais, com discussões jogadas, e que quando tudo realmente parece acontecer, tudo acaba numa bagunça combinada (as lutas são tão falsas que com certeza qualquer diretor de dublês iniciante deve ter dado muita risada quando conferiu as cenas), e isso mostra como algo falho demais de atitudes, pois a história em si tem um bom fundo inteligente, tem uma proposta de complôs que acabariam envolvendo, e principalmente tem bons atores, só faltou juntar realmente tudo isso em algo que acontecesse, e infelizmente para isso precisaria de um diretor mais forte nesse estilo, e não é o caso de Owen, que aqui faz apenas seu segundo longa-metragem.

Como disse o elenco é bem recheado, e o principal nome que é de Gary Oldman é tão mal usado na produção, sendo quase um enfeite cênico, o que é uma pena enorme, então melhor nem comentar sobre seu personagem. Da mesma forma Tommy Flanagan ainda tem um pouco mais de presença com seu Markus, mas é apenas o estourado da trama. Tim McInnerny já teve algo mais cheio de mistérios com seu Calvin, e claro pode contar mais sua história de médico "psicopata" que gosta de ver as pessoas sofrerem, ou seja, tinha um algo interessante para fazer, além de trabalhar bem olhares, saindo bem na trama. MyAnna Buring trouxe para sua Joanna um estilo de liderança no grupo, parecendo que poderia chamar algo a mais e até chega a surpreender em alguns atos, mas poderia ter ido mais além no mistério de suas cenas finais. Michael Socha e Elliot James Langridge praticamente entraram como os jovens assassinos que poderiam criar algum clima com a moça diferente da sala com seus Leandro e Ben, até contaram boas histórias, mas não foram muito além. Sam Hazeldine apareceu do nada com seu Senador Kyle e até tinha muita história para contar, mas foi pouco usado. Elizabeth Morris foi bem violenta com sua Kristal já nas cenas iniciais, então é a que praticamente mais vimos atuando em cena numa briga alucinada com Jessica Alba também bem de enfeite na produção com sua Jade. E claro a jovem Rhyon Nicole Brown com sua tímida e quieta Alice que era óbvio que explodiria mais para o final, e a jovem Isabelle Allen escondida o filme inteiro com sua Morgan, até tentaram chamar atenção no fim, mas sem muito o que falar. Já Suki Waterhouse ainda estamos tentando entender o que sua Violet queria no telefone o tempo todo, numa ótima produção colocada do lado de quem estava ouvindo sua voz no telefone, em algo meio bizarro e até poético de ver, mas sem muitos frutos para usar.

Visualmente o longa tentou brincar com a ideia de um "Kill Bill", teve nuances de "Sin City", com lutas até bem montadas visualmente, teve três ambientes bem noir com a reunião dos assassinos, o terraço do prédio com boas conversas, e até um prédio superior de espionagem, mas tudo muito mal usado, tanto que as cenas das histórias acabam valendo até mais do que as da reunião em si, ou seja, trabalharam muito bem na concepção dos ambientes, mas não usaram nem 10% do que fizeram.

Enfim, ficou parecendo ser um longa de abertura para alguma série, ou já fizeram pensando em uma continuação, pois quando realmente o filme começou a engrenar já acabaram com ele, e sendo assim não digo que recomendo a trama geral, mas digo que é um filme com uma ideia boa para ser melhor trabalhada, e quem sabe virem com um reboot melhor paginado. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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