Como de praxe nos longas que estreiam na Amazon, a trama é o primeiro filme escrito e dirigido por Kitty Green, que certamente passou por algum dos diversos momentos da protagonista, e isso é algo positivo, pois soube como passar bem a ideia e as situações clássicas de abuso excessivo de autoridade, a famosa busca de comida que não agrada, atender parentes e ter de inventar mentiras, saber dos diversos testes de sofá, e claro ao denunciar ainda sofrer represálias, além de perder amigos, comemorações, o sono e tudo mais, ou seja, a trama traz um pouco de tudo e consegue ser bem realista e envolvente nas situações, fazendo com que a trama tivesse conteúdo e fosse funcional, ao menos para quem é da área de produção, ou administrativa de grandes empresas (pela semelhança técnica), e assim não diria que a diretora errou em trazer algo mais simples, mas sim que ela certamente poderia ter ido além nos atos com mais situações fortes, pois acabamos tendo algo mais introspectivo e reflexivo de sentimentos do que algo imponente como acaba acontecendo realmente pela pressão, mas aí o filme teria que se estender um pouco, e certamente não era essa a opção.
Sobre as atuações, não dá nem para entrar em detalhes de cada um dos personagens, pois como todos são chamados de executivo 1, assistente 1, assistente 2, e por aí vai, lembrar quem é quem, e reconhecer os atores é algo que não vou fazer aqui de forma alguma, então digo apenas que todos foram bem dentro do que a trama se propunha, fazendo personagens aleatórios que estavam no mesmo ambiente que a protagonista, mas nem ligavam para ela, não respondiam direito ela, quase a vendo como um mero objeto cênico ali, mas que tinha de responder a eles, ou seja, o tradicional de uma corporação grande. E quanto da protagonista, Julia Garner foi expressiva demais, cheia de trejeitos, fazendo tudo e mais um pouco para que sua Jane fosse ao menos vista no escritório, e claro um pouco reconhecida pelo que estava fazendo, e além de segurar bem a tensão da trama, a atriz foi direta em situações clássicas, pois facilmente veríamos atrizes chorando desesperadas, outras com rancores expressos na face, mas ela segurou a barra e foi coesa com detalhes e tons, agradando bastante.
Visualmente o longa também não foi muito além, pois temos basicamente um escritório, com algumas mesas, a sala do chefe, uma cozinha, uma outra sala com mais mesas (um pouco mais requintada, pois são executivos maiores), um elevador, e uma outra pequena sala no prédio ao lado, além claro de uma rua com alguns carros na cena de abertura e fechamento, e uma pequena lanchonete, ou seja, praticamente vivenciamos a vida da protagonista em seu ambiente corporativo, com telefones, impressoras/copiadoras, uma breve pausa para fazer um café (e não tomar) na cozinha, e claro computadores, relatórios e tudo mais que é bem conhecido nesse mundo, sendo pouco detalhado o conceito do ambiente em si, claro que mostrando ser uma produtora por ter roteiros, mas nada que vá muito além, mostrando que facilmente o filme poderia ser sobre qualquer outro lugar, e assim funcionar também.
Enfim, é um filme bem feito, que até traz um tom interessante, e uma boa atuação, porém que faltou ir mais além para envolver realmente e mostrar ainda mais o machismo presente nas grandes corporações, parecendo ser algo despretensioso demais com o resultado entregue. Ou seja, passa bem longe de ser algo ruim, mas que se você não conhecer um pouco da área vai acabar desanimando da trama bem antes da metade do filme, e olha que ele é bem curto, e sendo assim não diria que recomendo ele totalmente. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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