quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Amazon Prime Video - Enorme (Énorme) (Enormous)

É até engraçado como filmes franceses podem ser ao mesmo tempo delicados e tratarem temas polêmicos, e com "Enorme" que entrou em cartaz na Amazon Prime Video acabamos vendo um pouco de uma situação intrigante que é o forçar alguém que não quer a ficar grávida, o que em determinado momento é até mostrado como um crime na trama, mas souberam dosar com tanta sutileza o fato do rapaz ficar tão empolgado em ter um filho, com a dramaticidade da protagonista em nem estar ligando para tudo, tirando claro sua barriga maior que uma daquelas bolas de parque, que o filme se desenrola fácil e de maneira bem leve, além claro de mostrar toda a tensão que uma mulher tem nos momentos de nascimento. Ou seja, é um filme que se formos levar ao pé da letra acaba sendo sutil demais nas temáticas e não consegue alcançar muito seu objetivo (se é que tem algum), mas que funciona por entregar uma situação complicada e que muitas vezes até poderia ir para outros rumos, e aí sim o tema esquentaria ao invés de divertir tanto. 

A sinopse nos conta que uma pianista que viaja pelo mundo e seu marido tomam a decisão de não ter filhos. Quando ele assiste a um parto surpresa, em um vôo, passa a ter vontade de ter uma criança, sabotando os métodos contraceptivos dos dois e fazendo com que a esposa engravide no processo.

Diria que a diretora Sophie Letourneur até quis fazer uma comédia leve e descontraída, e até temos bons momentos engraçados e divertidos por parte das loucuras que o protagonista acaba fazendo para ter o "seu" bebê, mas como todos bem sabemos o ato em si é algo que não é normal, e mesmo vendo que ambos se amam bastante, e a protagonista depende dele para tudo, acabou sendo algo meio que criminoso enganar ela para ter o bebê. Ou seja, o filme diverte sim, mas faltou para a diretora colocar a tematização de uma maneira mais forte, pois ficou apenas no ar em determinado momento com uma jurista/professora que isso que ele fez é crime, e sendo assim, talvez nas mãos de um diretor mais imponente, a trama acabaria indo para outros rumos mais fortes, mesmo divertindo também. Ou seja, não digo que seja um filme ruim, porém faltou um algo a mais para que o filme explodisse, ficando morno demais em tudo o que foi mostrado.

Agora sem dúvida alguma Jonathan Cohen dá um show de personalidade com seu Frédéric, pois se joga nas cenas de aprendizado nas aulas da maternidade, compra tudo e mais um pouco para o bebê, faz diversas caretas enquanto a esposa acha que está doente, e além de boas sacadas ele consegue chamar atenção em tudo, fazendo situações cômicas bem trabalhadas, que claro divertem, mas no final já o vemos desesperado com tudo o que fez, só diria que as cenas mostrando seus órgãos sexuais foram exageradas e desnecessárias. Marina Fois exagerou um pouco na dose de seriedade, ao ponto que sua Claire acaba sendo chata em demasia, mas claro que é uma personificação de músicos centrados, porém uma explosão maior na separação, um desespero maior nas cenas e tudo mais agradaria e chamaria mais atenção, mas foi o que escolheram, então a atriz apenas fez o papel. Quanto aos demais, tivemos muitos personagens aleatórios aparecendo, mas sem dúvida o mais divertido foi Victor Uzzan como o vizinho xamã, e claro a mãe do protagonista dando a ideia do golpe, mas todos foram bem razoáveis no que fizeram.

Visualmente a trama é bem montada, com diversos concertos musicais em belos teatros, muitas cenas em hotéis no começo da trama, e num segundo momento o longa fica todo no apartamento dos protagonistas inteiramente bagunçado com tudo que o protagonista compra para a chegada do bebê, muitas cenas em hospitais, e claro mostrando o treinamento de maternidade, sendo até algo bem feitinho, porém exageraram no tamanho da barriga da protagonista, ficando algo meio sem noção, mas foi uma opção da equipe e o resultado ao menos deu cenas engraçadas.

Enfim, é um filme divertido e até gostoso de ver, mas que certamente abre uma polêmica, joga ela no ar e não vai a fundo com o tanto que poderia, de modo que até é relevante, mas não vai ser um filme muito lembrado futuramente, e olha que mesmo amando o cinema francês acredito que esse foi meio para baixo. Sendo assim recomendo ele com muitas ressalvas, e assim sendo sei que muitos nem darão o play no longa. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


2 comentários:

  1. Ei coelhão, faz a crítica da Vandavision.

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  2. Falae Ângelo... cara é duas coisas que me irritam: 1 série, fujo total, pois nunca tem fim, é a novela moderna... e 2 que minha TV não aceitou Disney+ aí ter de espelhar celular me estressa... então esse irei passar... mas abraços, e tenho acompanhado o pessoal falando pra não ficar tão por fora!

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Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...