Se em seu longa de estreia ("Um Homem de Família") em 2016 acabei elogiando o estilo do diretor Mark Williams, não posso dizer o mesmo aqui de seu segundo filme, pois o diretor menosprezou o estilo explosivo que o filme poderia ter, todo o passado do protagonista (tanto o ator quanto o personagem), de forma que acabamos vendo um filme que até tem uma boa história (meio não convincente por um ladrão desejar devolver tudo o que roubou por um grande amor), que é explicada bem, mas que não flui muito com tudo o que acaba acontecendo, tanto que acabou faltando para os protagonistas dinâmicas mais explosivas, faltou para os corruptos acreditarem no que estão fazendo (afinal a cena do parceiro do vilão na casa dele é quase uma piada se pensarmos que o personagem é um policial do FBI imensamente treinado!), e assim não vemos uma estrutura funcional para a trama, ao ponto que até damos algumas risadas de algumas situações, a trama no geral convence e agrada, mas só ficamos pensando em toda a mentirada que pensaram para escrever e desenvolver o filme, pois tudo é muito bizarro pelos atos em si, e aí entra o erro. Ou seja, não digo que o diretor tenha errado a mão, ou falhado em alguma coisa mais ampla, mas ele esqueceu de fazer algo que acreditássemos ao menos no que ele queria mostrar, e isso não acontece em momento algum.
Sobre as atuações, Liam Neeson deu seu tradicional ar de não preocupação com tudo, mas disposto a ir a fundo para algo que está sendo necessário com seu Tom, de modo que seu carisma acaba sendo até bem conectado para a trama, mas ainda assim ficamos esperando mais dele, ou seja, diria que ou o ator anda sentindo o peso da idade e preferiu algo mais simples aqui, ou faltou atitude do diretor em pedir algo a mais para ele durante a gravação, de modo que vemos ele quase como alguém aposentado realmente. Kate Walsh fez cenas bem secundárias com sua Annie, mas com um olhar carismático e apaixonado para com o protagonista, suas cenas até acabam sendo boas, claro que exageradas de estilo, mas sendo bem colocada e agradando de certa forma. Jai Courtney deu um bom tom para seu Nivens, mostrando um estilo de vilania que o público acaba se convencendo e ficando bravo com o que entrega, e que claro acabamos torcendo para sofrer nas mãos do protagonista, o que não chega a ocorrer de forma imponente (o que é uma pena, pois merecia!), mas ainda assim o ator foi bem nos seus atos e o resultado funciona. Jeffrey Donovan caiu bem no estilo que seu Meyers precisava, sendo daqueles policiais investigativos com classe, e que passam uma confiança nas atitudes, ao ponto que poderia até ter sido mais imponente em alguns atos, mas acabou indo bem de uma forma geral. Quanto aos demais, tivemos um Anthony Ramos simples demais com seu Hall, fazendo algumas atitudes fraquejadas demais, e Robert Patrick aparecendo em apenas duas ou três cenas com seu Baker, não indo muito além, mas com certeza o destaque fica para a cachorrinha Tazzie, que foi extremamente expressiva em seus atos, tanto que com certeza no roteiro não tinha tanta participação dela em cena, mas o acerto foi muito bem colocado, e assim acabou valendo manter ela em mais cenas.
Visualmente o longa é simples, porém cheio de atos luxuosos, como perseguições com um porsche como carro dos policiais, vários momentos em hotéis bem arrumados (o que deve ter sido uma boa economia para a equipe de arte não precisar ficar compondo cenários), um galpão de locações para armazenamento, uma casa abandonada, um hospital, e claro uma sala parecendo ser a sede do FBI, mas sem muitos detalhes, além de um começo mostrando como o protagonista assaltava os bancos (que certamente para os 5 minutos iniciais gastaram mais de composição cênica do que no filme todo). Ou seja, a equipe de arte não precisou ir muito além, mas o filme ficou bem trabalhadinho no conceito, e não incomoda.
Enfim, é um filme razoável que fica levemente acima do conceito mediano, que não abusa muito de grandes efeitos, mas que também não traz nada que faça o público empolgar, além claro de como comecei o texto ele acaba nos enganando parecendo ser algo que não é, e sendo assim não diria que recomendo com toda força, mas também que não é algo ruim de ver. Ou seja, é daqueles que quando passar na TV dá para perder umas horinhas, pois é bem trabalhado, mas que quem for esperando muito vai acabar se decepcionando. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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