Netflix - O Segredo: Ouse Sonhar (The Secret: Dare to Dream)

1/03/2021 01:56:00 AM |

Quando o livro "O Segredo" se tornou um sucesso de vendas em 2006 era até chato o povo colocando exageradas mensagens positivas para tentar usar da fórmula do livro de atração, e chegava a irritar toda a ideologia do livro, mas quem conferiu na época o documentário até chegou a entender a ideologia, e meio que com todos os conflitos que o mundo viveu nos anos seguintes, meio que desapareceu toda essa sintonia. Mas algo que era até engraçado é que falei alguns anos depois de alguns livros que ainda não tinham lançado filmes baseados para um amigo, e citei esse, pois falar de positividade sempre vende, e eis que assustei alguns dias antes de começar a bagunça da pandemia quando vi nos cinemas o trailer de "O Segredo: Ouse Sonhar", que tem como base o livro, ou seja, iria finalmente ver algo mais embasado em cima da trama, mas como uma ficção romântica (o que é bem diferente do livro, mas já valeria algo), o restante bem sabemos (cinemas pararam, e o filme acabou sendo lançado diretamente em VOD), mas eis que agora no fim do ano caiu na Netflix, e acabei conferindo, e posso dizer que é uma trama bacana, bonita, não sendo nada que faça o público lavar a sala, mas ainda assim tendo uma história envolvente que abusa um pouco de nossa inteligência com personagens opostos (um extremamente positivista e outro extremamente negativista) que acabam até nos irritando com isso, mas é algo que valha a conferida, e que quem sabe possamos voltar a pensar como o livro diz em mais coisas positivas para nossa vida para atrair elas (vai que vem né!).

O longa nos mostra que uma viúva com três filhos contrata um trabalhador manual para consertar sua casa durante uma grande tempestade. Quando não está fazendo reparos domésticos, ele compartilha sua filosofia de acreditar no poder do universo para entregar o que queremos. O homem a ensina sobre a lei da atração e o quanto é importante crer que os pensamentos positivos têm um grande poder de influenciar diretamente no dia a dia de qualquer pessoa, sendo possível alcançar qualquer objetivo da vida da melhor forma.

O diretor Andy Tennant andou um pouco sumido das telonas, depois de "Hitch, Conselheiro Amoroso" e "Caçador de Recompensas", mas nem por isso perdeu seu bom estilo com formatações felizes e bem desenvolvidas, mesmo com situações adversas, e aqui ele pegou uma boa história de Bekah Brunstetter, que por sua vez se inspirou no livro "O Segredo" de Rhonda Byrne, e usou ela para se reinventar, não entregando uma trama exageradamente feliz, mas também não recaindo para sofrimentos e envolvimentos que fizessem o público sair lavando a sala de tanto chorar, de modo que seu filme entrega uma vivência bem colocada, e a dramatiza em cima mostrando que a famosa lei da atração pode ser funcional, de que desejando algo bom você pode alcançar isso, claro que há momentos bem apelativos, afinal no meio de uma tempestade monstruosa não iria aparecer um cara do ifood com sua pizza preferida, mas alguns momentos são plausíveis e interessantes de ver e sentir. Além de que o diretor soube conduzir bem o conflito romântico (que fica na cara logo na primeira cena que irá rolar), e também a quebra dramática por um motivo também bem imponente, e assim sendo o filme funciona. Ou seja, é um filme bonito de ver, que até dá para refletir sobre o tema da atração como aconteceu nos anos seguintes ao lançamento do livro, mas que vale bem mais como um bom romance familiar ficcional.

Sobre as atuações, diria que Katie Holmes trouxe uma personalidade bem encaixada gostosa de ver para sua Miranda, com um pessimismo clássico de pessoas digamos azaradas, mas que com uma suavidade bem direta conseguiu passar sua mensagem e envolvimento como mãe, agradando bastante em todos os momentos. Josh Lucas trabalhou bem seu Bray, criando alguém até exageradamente forçado de tão positivo, mas que depois é mostrado seu motivo de mudança pessoal, e o resultado até passa a ser digamos mais real de acreditar, e claro funcionou bem como galã, com um tom suave na voz, tons expressivos bacanas e que claro acaba conquistando com o que faz. Celia Weston trabalhou sua Bobby como a tradicional sogra mala, daquelas que acabam irritando qualquer um pelo excesso de proteção e desconfiança, de forma que seus atos até chamam bem a atenção e acabam sendo interessantes da forma feita. Jerry O'Connell até teve alguns bons momentos com seu Tucker, mas nada que chamasse muita atenção, mas não atrapalhou o andamento da trama e assim foi bem no que fez. Quanto das crianças, o destaque claro ficou a cargo do expressivo Aidan Pierce Brennan com seu Greg, mas Sarah Hoffmeister deu um bom tom também para sua Missy, e a jovem Chloe Lee ficou um pouco mais apagada, mas o trio funcionou como família ao menos, e isso é o que faz valer dentro da trama.

Visualmente a equipe escolheu boas locações para ambientar a trama, com uma casa meio que simples, mas num lago maravilhoso que a equipe de fotografia aproveitou o sol ao máximo para que as cenas ficassem incríveis com os pôr-do-sol, de forma que cada ato ali foi usado sombras e tudo mais possível para dar as nuances do longa, além de uma casa em condomínio de idosos e uma mansão mais elaborada que nem foi tão usada, mas tudo bem encaixado para cada momento, com detalhes claro para o conserto do telhado, a tempestade monstruosa, o hotel chique, o restaurante que a protagonista trabalha, e tudo mais que pudesse dar as formatações corretas para o filme. Ou seja, não é um filme que a equipe de arte precisou de muita cenografia, mas que tiveram um certo trabalho para representar os bons símbolos de cada momento como destruição, festas e tudo mais.

Enfim, é um bom filme, nada que chegue a ser surpreendente, mas que agrada bastante com a mensagem que passa, e que funciona bem como um bom romance, ou seja, vale a recomendação para quem gosta do estilo, e também para aqueles que acreditam na famosa lei da atração, que nem foi tão representativa como é no livro e no documentário de 2006, mas que funciona bem também. Bem é isso pessoal, finalmente tive um filme melhorzinho nesse começo de ano, mas vamos em frente para achar algo bem interessante a ponto de nos emocionar ou surpreender, então abraços e até logo mais.


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