O mais engraçado de tudo é pensar que o diretor Rodrigo Cortés tem bons longas em sua filmografia, e já acertou muito a mão no passado, porém aqui ele até trabalhou bem a dramaticidade do ambiente, foi inserindo aos poucos os espíritos, mas não elucidou o que queria realmente mostrar com as aparições deles, deixando meio que no ar como se a jovem protagonista fosse alguém diferenciado por estar vendo eles, e não pelo que acabou sendo mostrado no final. Ou seja, a ideia completa é boa, mas faltou desenvolver ela logo nos primeiros atos, e assim talvez ir para outros rumos mais interessantes, como quem eram os espíritos do mal, algum estilo de tráfico que a diretora faria com as peças, e por aí vai, que aí sim o filme teria um grande fluxo, e o resultado além de ser assustador pela interessante possessão criada, também daria medo e sustos melhores desenvolvidos.
Sobre as atuações, diria que não tivemos nenhum ato surpreendente de nenhuma das integrantes, e isso é algo ruim, pois costumo dizer que o sucesso de um filme de terror depende quase que 50% dos atores acreditarem no que está acontecendo, e a protagonista AnnaSophia Robb até tentou em alguns atos se desvencilhar dos espíritos e fazer caras estranhas, mas na maior parte do tempo parecia até afim de um bate papo com eles, ou seja, falhou. Todos sabemos o quanto Uma Thurman é uma tremenda atriz, mas aqui sua Madame Duret ficou seca demais, tendo alguns momentos até que joga alguns olhares intimidadores para as garotas, e já próximo do final encara uma loucura mais desenfreada, mas não empolgou. O jovem Noah Silver até tentou emplacar um par romântico com seu Jules, e trabalhou alguns sotaques para parecer que estudou fora, porém a trama não deu muita oportunidade para ele, e somente no final que vemos uma grande explosão de sua parte, mostrando um pouco mais de serviço. Quanto aos demais, até vimos uma ou outra presença de impacto nos olhares da governanta do local vivida por Rebecca Front, as garotas Isabelle Fuhrman trouxe uma certa personalidade meio recatada demais para sua Izzy, e Victoria Moroles criou uma Veronica meio brucutu demais para uma rebelde, de modo que suas cenas finais até caíram muito bem para a personagem, mas nada demais que surpreendesse, ao ponto que certamente quando virmos algum outro filme com os atores, iremos ficar tentando lembrar o que fizeram aqui, pois foi algo esquecível.
Visualmente ao menos o longa fez um belo trabalho, indo para um gigantesco casarão, que realmente parece mais casa de filme de terror do que uma escola, com um jardim repleto de vidros (aliás ocorre um grande erro de uma das cenas finais ser mostrada logo no começo, o que acaba sendo uma falha estranhíssima e sem sentido), dentro da casa tivemos ambientes muito bem desenhados também, com uma biblioteca cheia de detalhes sinistros, um hall imenso incrível, uma sala de música bem trabalhada com aparelhos antigos, e claro os quartos das jovens bem estranhos, ou seja, um trabalho da equipe de arte bem primoroso que acaba agradando e funcionando bastante, e mesmo com os espíritos aparecendo meio que de forma estranha, todos deram tons bem intensos para eles com bons figurinos ao menos.
Enfim, não posso dizer que é um longa ruim, mas também de forma alguma posso falar que foi algo bom de ver, parecendo tudo estranho demais no início e no miolo, e corrido demais no final para explicar tudo, e assim sendo diria que recomendo ele com tantas ressalvas que é melhor nem conferir, então fica a seu cargo se quer gastar 96 minutos com esse longa. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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